Entrevista/ “É necessário que as empresas tomem um papel mais ativo na literacia dos seus colaboradores”

Nuno Pereira, cofundador e CEO da Paynest

“Saber gerir as finanças pessoais e estar instruído sobre como poupar e investir será fulcral para que os portugueses não caiam num ciclo vicioso de créditos e juros elevados que só pioram a sua situação”. A afirmação é de Nuno Pereira, o engenheiro aeroespacial de formação que, depois de uma intensa carreira profissional de 10 anos no estrangeiro, regressou a Portugal para lançar a Paynest, uma plataforma que quer melhorar o bem-estar financeiro dos trabalhadores.

A dar os primeiros passos no mercado nacional, a Paynest nasceu da iniciativa empreendedora dos amigos Nuno Pereira e Michalis Gkontas e propõe-se combater o recurso ao microcrédito e ajudar a garantir o bem-estar financeiro aos trabalhadores em Portugal. Em 2023, já quer ter “um impacto significativo na vida de milhares de colaboradores e lançar novos produtos que melhorem a literacia financeira dos portugueses”. Adicionalmente, ambiciona consolidar-se nos mercados português e grego e chegar a novas geografias.

Em entrevista ao Link To Leaders o cofundador Nuno Pereira explicou como é que a Paynest surgiu, falou do que é ser empreendedor, analisou a literacia financeira no nosso país e a forma como empresas e trabalhadores podem ter uma relação financeira mais transparente.

“Normalizar o adiantamento salarial poderá ser desafiante, uma vez que, apesar de ser uma realidade já em algumas empresas, ainda é um tabu em termos culturais e, especialmente, no mundo corporativo”, explicou Nuno Pereira.

A Paynest propõe-se acabar com o endividamento das pessoas que recorrem a microcréditos pessoais, através do adiantamento salarial. Como é que este processo funciona?
Somos uma plataforma online destinada a empresas que permite que os seus colaboradores sejam pagos de forma flexível e recebam uma parcela do salário pela qual já trabalharam, de forma simples, rápida, transparente e, o mais importante, sem juros. A par da funcionalidade de remuneração, a Paynest tem um mecanismo de prevenção ao endividamento baseado na promoção da literacia financeira, através de diversos conteúdos e do acesso individualizado e confidencial a coaches especializados.

A nossa missão é acabar com os microcréditos a que se recorre quando há imprevistos ou despesas de última hora, que não podem esperar pelo fim do mês para serem cobertos e melhorar a resiliência dos colaboradores a longo prazo através da educação financeira.

A solução aplica-se a qualquer indústria e adapta-se a diferentes estruturas e dimensões de empresa. Para a empresa, o processo é simples e rápido: define as condições que quer oferecer aos seus colaboradores, integramos a solução com o seu sistema de processamento de salários, sem necessidade de interrupções ou mudanças nos seus processos. Só necessitamos que crie uma conta de onde saem os adiantamentos e defina os critérios que quer implementar.

Ao longo do tempo, os empregadores podem ajustar e personalizar as suas definições em qualquer altura, através da plataforma de gestão, assim como acompanhar os movimentos e obter uma visão geral da situação económica e da literacia financeira dos seus colaboradores.

Do lado dos colaboradores, basta que instalem a app da Paynest e ficam, instantaneamente, com acesso ao valor pelo qual já trabalharam e às ferramentas de literacia financeira gratuitas. Para pedir o adiantamento, basta fazê-lo através da app. Caso tenham questões, podem sempre contar com a ajuda individual e confidencial de um coach financeiro, através de um chat, que tem em conta o nível de literacia e resiliência financeira do trabalhador.

“A empresa que adotar estes serviços será vista como uma pioneira na oferta deste tipo de benefício e, portanto, mais atrativa aos olhos de quem procura emprego”.

Como é que as empresas estão a aderir ao serviço prestado pela plataforma? E os trabalhadores?
A Paynest ainda está a arrancar a sua operação, mas já temos recebido muito bom feedback de empresas de várias dimensões e de diferentes setores, que veem esta solução como um benefício relevante para os seus colaboradores. Acreditamos no potencial da ferramenta e do seu impacto.

Outras empresas deste segmento presentes noutros mercados comprovam que 78% dos colaboradores que já usufruem desta solução afirma gostar de conseguir pagar um custo extra inesperado, 86% sente-se menos stressado e considera que tem mais controlo sobre as suas finanças e 88% consegue antever a redução de dependência de créditos.

A empresa que adotar estes serviços será vista como uma pioneira na oferta deste tipo de benefício e, portanto, mais atrativa aos olhos de quem procura emprego. Além disso, esta solução poderá também melhorar os níveis de retenção entre 20 e 30%, já que permite dar resposta aos 78% de colaboradores que demonstram estar dispostos a mudar de empresa em troca de mais benefícios monetários, e de produtividade, pois há um alívio da preocupação com as questões financeiras, que cria barreiras na performance do profissional. Para quem trabalha por turnos, também será previsível um aumento do número de turnos por colaborador, uma vez que este modelo salarial mais flexível dá-lhes maior controlo sobre o que podem receber.

Acredita que estes dois targets (empresas e colaboradores) estão preparados para o conceito que a Paynest oferece?
Pretendemos ajudar as empresas a apoiar os seus colaboradores e a melhorar o seu bem-estar financeiro. Entendemos que ainda é um conceito novo, contudo o processo não o é. Hoje, as empresas já oferecem a possibilidade de o colaborador pedir adiantamentos salariais. Contudo, este é um processo demorado, pouco transparente e nem sempre aceite, colocando o colaborador numa situação muito desconfortável que, por sua vez, só recorre a este processo em último recurso, depois de recorrer a créditos bancários e soluções de pagamento a prestações. A Paynest traz transparência a este processo, já que deixa muito claro ao trabalhador as suas condições de adiantamento, e maior rapidez e acessibilidade, pois simplifica este pedido, através da app.

Quanto à componente da literacia financeira, também já existem outras soluções no mercado, mas com pouca adesão nas empresas, uma vez que expõem os colaboradores e o seu menor conhecimento sobre o tema. Não há, atualmente, uma oferta personalizada aos conhecimentos e necessidades de cada um. Queremos colmatar esta necessidade, através do acompanhamento individual, personalizado e confidencial, e colocar o empregador como uma entidade responsável na promoção do conhecimento e bem-estar financeiro dos seus trabalhadores.

“Queremos ajudar os portugueses a alcançar uma estabilidade financeira. Numa realidade como a de Portugal, a Paynest é uma mais-valia para o colaborador (…)”.

Numa altura em que Portugal atravessa uma fase de inflação, qual a mais-valia que a vossa plataforma pode trazer ao mercado?
Queremos ajudar os portugueses a alcançar uma estabilidade financeira. Numa realidade como a de Portugal, a Paynest é uma mais-valia para o colaborador, pois permite-lhe ter um maior controlo sobre os seus rendimentos e gerir as suas despesas sem recorrer a microcréditos, que implicam o pagamento de juros.

Adicionalmente, face ao atual contexto económico português e mundial, é exigido que os trabalhadores tenham um grande conhecimento e resiliência financeira para poderem fazer face à perda do poder de compra, resultante do aumento da inflação que não foi acompanhado pela atualização salarial. De acordo com o Banco Central Europeu, Portugal está em último lugar no ranking da literacia financeira, pelo que acreditamos que a nossa solução terá um impacto muito positivo na melhoria deste aspeto, preparando melhor os trabalhadores para os desafios do próximo ano.

Para a empresa, pode ser vista como uma ferramenta de atração e retenção de talento – muito relevante num contexto de elevada escassez -, já que as preocupações financeiras estão no topo das prioridades apontadas pelos profissionais. Neste sentido, o benefício da Paynest pode ser visto como um fator diferenciador para atrair talento e, ao libertar os colaboradores desta fonte de ansiedade, permite que estes sejam mais produtivos e estejam mais felizes no seu local de trabalho, aumentando, assim, os níveis de retenção.

A literacia financeira em Portugal vai bem e recomenda-se ou nem por isso? Como avalia a realidade nacional neste domínio?
Segundo o Banco Central Europeu, Portugal está em último lugar no ranking de literacia financeira na zona Euro. Mesmo eu, com um mestrado em Engenharia Aeroespacial, só comecei a entender como gerir de forma eficiente as minhas finanças alguns anos depois de ter entrado no mercado de trabalho.

Adicionalmente, 40% dos portugueses não tem capacidade de resposta para fazer face a uma situação de emergência financeira e metade não se sente confiante sobre a sua própria literacia financeira.

Atualmente, os colaboradores entram no mercado de trabalho sem saberem gerir as suas finanças. O impacto da ausência de literacia financeira não se restringe somente ao colaborador, mas também à empresa, que vê os seus colaboradores mais stressados em situação de crise. Por este motivo, é necessário que as empresas tomem um papel mais ativo na literacia dos seus colaboradores.

Na nossa app fazemos uma análise financeira de cada colaborador e damos acesso a uma biblioteca com vários artigos fáceis de entender, sobre temas de gestão de finanças pessoais e dicas de poupança. A par disso, os coaches estão sempre disponíveis para ajudar o colaborador, de forma individual, personalizada e confidencial, e orientá-lo num caminho mais consciente, através de um chat. Caso o profissional solicite, a nossa equipa de coaches está disponível à distância de um clique para esclarecer qualquer tipo de dúvida financeira de forma 100% confidencial e imparcial.

“A médio e longo prazo, com a consolidação da Paynest nestes mercados (…) pretendemos expandir para outras regiões que tenham desafios semelhantes”.

Anunciaram que os vossos planos envolvem a expansão para outros mercados do Sul da Europa. Para onde está dirigido o vosso foco?
Os planos para o futuro da Paynest passam pelo seu crescimento em Portugal e na Grécia, a curto prazo. Vemos que Portugal e Grécia têm um contexto muito semelhante, a nível económico e de literacia financeira, e, pela proximidade que os cofundadores têm a ambos os mercados, optámos por lançar a solução nestas regiões.

A médio e longo prazo, com a consolidação da Paynest nestes mercados, com o desenvolvimento da plataforma e de novas funcionalidades, pretendemos expandir para outras regiões que tenham desafios semelhantes. A nossa solução de literacia financeira é muito adaptada ao contexto de cada país, pelo que cada abordagem a um país diferente exige um investimento próprio – de equipa de desenvolvimento, mas também de coaches financeiros.

Como surgiu a ideia de lançar esta plataforma?
A ideia de fundar a Paynest surgiu de forma natural no meu percurso profissional. Trabalhei muitos anos no setor da consultoria especializada na área dos serviços financeiros e segui sempre de perto as novidades de fintech, pelo que me apercebi da relevância deste tipo de soluções, que já existem noutros mercados, mas não em Portugal.

Assim, e considerando o contexto nacional atual, com a diminuição do poder de compra e o aumento do custo de vida, vemos que esta solução é necessária para evitar o recurso ao microcrédito e o início de um ciclo de endividamento que tende a piorar. Para termos noção do cenário, o custo mensal médio de um cabaz básico de consumo alimentar para um adulto aumentou 21% no espaço de um ano, entre outubro de 2021 e o mesmo mês de 2022, segundo estimativas do Banco de Portugal.

O que vos motivou, a si e ao outro fundador o Michalis Gkontas?
Quando regressei a Portugal, após mais de 10 anos fora, quis criar algo com real impacto e melhorar a qualidade de vida dos portugueses. O conhecimento que adquiri na minha vida profissional aliado ao nosso espírito empreendedor fez-nos criar a Paynest – uma solução integrada de dois modelos de negócio que têm mostrado ter grande impacto e sucesso noutros mercados.

“Formei-me em Engenharia Aeroespacial pelo Instituto Superior Técnico, e comecei a minha carreira na Bombardier, como engenheiro de sistemas (…)”.

Já tinham experiência como empreendedores ou foi a primeira iniciativa do género?
Eu sou um empreendedor apaixonado por fintech e pelo potencial da junção entre tecnologia e o setor financeiro. Formei-me em Engenharia Aeroespacial pelo Instituto Superior Técnico, e comecei a minha carreira na Bombardier, como engenheiro de sistemas, onde estive focado no desenvolvimento de sistemas autónomos nos quatro cantos do mundo, Europa, América do Sul, Médio Oriente e Ásia.

Seguiram-se cerca de quatro anos na McKinsey, onde ajudei clientes de mais de sete indústrias até me focar maioritariamente na área da banca e começar a colaborar com os principais bancos do Médio Oriente em tópicos que vão desde tecnologia, M&A, estratégia, e marketing & vendas. Nesta experiência, desenvolvi diversas plataformas digitais para bancos, quer para clientes de retalho, clientes corporativos e para processos internos de risco e operações. Foi neste período que o meu interesse pela área financeira despertou e comecei a acompanhar o desenvolvimento da indústria de fintech.

Esta paixão por tecnologia, levou-me a criar a WODly, a minha primeira experiência como fundador. Seguiram-se dois anos na Amazon, como líder da equipa de supply chain analytics de forecasting e planeamento para toda a Europa, e agora regressei a Portugal para fundar a Paynest e combater o recurso ao microcrédito.

O Michalis Gkontas estudou negócios e empreendedorismo entre França, Estados Unidos e China. Iniciou a sua carreira como fundador da empresa Forky, que empregava mais de 200 colaboradores. Mais tarde, vendeu este que foi o seu primeiro negócio e mudou-se para Inglaterra, onde fundou a farmacêutica Manual que já levantou um total de 40 mil milhões de dólares. Durante a pandemia decidiu mudar-se de volta para Atenas com a família, onde identificou os mesmos problemas que Portugal enfrenta, a falta de literacia financeira e risco de endividamento.

“Normalizar o adiantamento salarial poderá ser desafiante, uma vez que, apesar de ser uma realidade já em algumas empresas, ainda é um tabu em termos culturais e, especialmente, no mundo corporativo”.

Enquanto empreendedor, quais os desafios/dificuldades de abraçar este projeto numa área particularmente sensível como as finanças pessoais? Quais as “dores de crescimento”?
Normalizar o adiantamento salarial poderá ser desafiante, uma vez que, apesar de ser uma realidade já em algumas empresas, ainda é um tabu em termos culturais e, especialmente, no mundo corporativo. Dentro das empresas, o colaborador ainda evita falar sobre o tema, o processo ainda é realizado de forma pontual, com critérios pouco transparentes para o trabalhador, sendo bastante desconfortável para este. Oferecemos uma solução mais automatizada, ágil e transparente para a empresa e para os seus colaboradores.

Adicionalmente, a educação das finanças pessoais deve ir além dos incentivos externos. As próprias pessoas devem procurar desenvolver-se neste sentido. Estamos cientes que estamos a entrar num mercado onde a sua população possui uma baixa literacia financeira e fracos hábitos de leitura, sendo desafiante incentivar à leitura de artigos educativos. Segundo o Banco Central Europeu (BCE), Portugal ocupava a última posição no ranking de literacia financeira em 2020.

Outro desafio é a capacidade financeira dos portugueses que pode dificultar a adesão a boas práticas de poupança e investimento. Contudo, é também o que torna tão necessária a promoção da literacia financeira. O aumento da inflação e a diminuição do poder de compra, devido aos salários que não acompanham o aumento dos preços dos cabazes, que aumentaram 15% em 11 meses, enfatizam a dificuldade que os portugueses já sentiam, e agora sentem ainda mais, em gerir as suas finanças. Neste sentido, disponibilizamos conteúdos gratuitamente na app com dicas de como poupar, reduzir os custos e controlar as despesas ao longo do mês.

“(…) os portugueses encontram-se sob uma grande pressão e têm de ter um grande conhecimento e resiliência financeiros para ultrapassar este período que se aproxima”.

Globalmente, os trabalhadores portugueses sabem gerir bem a sua vida financeira? E as empresas?
Segundo o Banco Central Europeu, Portugal ocupava o último lugar no ranking de literacia financeira na zona Euro, e um estudo da Pordata mostrou recentemente que seis em cada dez portugueses com rendimentos abaixo do limiar da pobreza não conseguem fazer face a uma despesa inesperada. Deste modo, e considerando o atual contexto de inflação e de agravamento das taxas de juro dos empréstimos, os portugueses encontram-se sob uma grande pressão e têm de ter um grande conhecimento e resiliência financeiros para ultrapassar este período que se aproxima. Já as empresas portuguesas mostram uma resiliência bastante notória, fruto da experiência e do espírito empreendedor face a crises económicas.

Com o cenário económico dos próximos tempos a adivinhar-se complicado como preveem que vá ser a relação dos portugueses com a literacia financeira?
Com o cenário económico a agravar-se em Portugal, a literacia financeira vai ser mais necessária do que nunca. Saber gerir as finanças pessoais e estar instruído sobre poupar e investir será fulcral para que os portugueses não caiam num ciclo vicioso de créditos e juros elevados que só pioram a sua situação.

Adicionalmente, é importante que os trabalhadores pensem hoje nas poupanças que terão no fim da sua vida profissional e apliquem já os seus rendimentos com vista a este período. Já para as empresas, atendendo à realidade atual em que é o profissional que escolhe o empregador, e não o contrário, cada empresa precisa de se diferenciar através de benefícios impactantes que vão além do salário – vemos essa competição com a semana de quatro dias, modelo de trabalho preferencialmente remoto, ou outros incentivos financeiros.

Para os profissionais portugueses, a saúde financeira é a sua principal preocupação, pelo que ter a opção de pagamento flexível pode ser um fator decisivo numa oferta de emprego, especialmente numa época onde há uma escassez de talento em vários setores.

Como é que as entidades bancárias/financeiras, responsáveis pela atribuição dos microcréditos que vocês querem combater, estão a olhar para a vossa proposta? Têm feedback?
A Paynest é ainda uma solução recente no mercado e procura combater os microcréditos por meio dos adiantamentos salariais e do desenvolvimento da literacia financeira dos portugueses. É uma solução que vem dar maior liberdade ao consumidor na hora de gerir as suas despesas e os seus rendimentos. Ao dar acesso a uma parcela do seu salário, não substitui todo o tipo de créditos. Queremos ajudar a garantir o bem-estar financeiro aos trabalhadores em Portugal.

Até onde ambiciona levar a Paynest? O que tem previsto em termos de inovação para o próximo ano?
A Paynest ainda está em fase de arranque, mas temos boas perspetivas de crescimento já para o início do próximo ano. Em 2023, queremos já ter um impacto significativo na vida de milhares de colaboradores e lançar novos produtos que melhorem a literacia financeira dos portugueses. Adicionalmente, ambicionamos consolidar-nos nos mercados português e grego e chegar a novas geografias.

Respostas rápidas:
O maior risco:
Ser empreendedor pode ser muito satisfatório, mas muito arriscado também. Decidi começar a Paynest numa fase da minha vida que para mim fez todo o sentido profissionalmente, depois de viver em oito países, ter fundado outras start-ups e ter ganho experiência em multinacionais como a McKinsey e a Amazon; No sentido pessoal, fui pai de uma bebé e decidi “regressar” a Portugal. Abraçar ser pai e construir a Paynest em simultâneo é desafiante.

O maior erro: Um dos meus maiores erros foi não ter saído mais cedo do mundo corporativo e começado a Paynest há mais tempo. Continuo convencido de que os riscos devem ser calculados e que a minha experiência profissional em empresas como a McKinsey e a Amazon fizeram de mim um melhor profissional e, mais tarde, um melhor fundador. Durante muito tempo estive preso à minha zona de conforto onde não precisava de assumir riscos, mas agora vejo que poder identificar os riscos, mitigá-los e ir “all in” é um passo fundamental para o crescimento de um negócio.

A maior lição: Aprendi desde muito cedo, com os meus 15 anos de basquetebol federado, que a Equipa é tudo, ainda mais no “desporto” duro que é ser empreendedor. Escolher e atrair o melhor talento para se juntar à Equipa é a decisão mais importante e impactante que se pode tomar. No final do dia, a melhor forma de ser bem sucedido é ajudando outros – membros da equipa, clientes e stakeholders – a também o serem.

A maior conquista: Ver os resultados da Paynest na vida dos seus utilizadores e receber feedback como aquele que tivemos do primeiro colaborador: “agora já posso gerir imprevistos mensais e receber ajuda financeira personalizada e confidencial por mensagem, mesmo? Não estão a tentar vender nenhum produto bancário?”.

Comentários

Artigos Relacionados