Dorset Business Angels quer descentralizar o investimento de Londres para apoiar start-ups
A Dorset Business Angels desafia Londres e traz investimento e mentoria a empreendedores na área de Dorset, no Reino Unido, para acelerar o crescimento das start-ups locais.
Se Londres é uma das capitais europeias de investimento, é certo que há outros players no Reino Unido que procuram descentralizar o investimento e apoiar o crescimento das start-ups locais. É o caso da Dorset Business Angels, uma rede de investidores que apoia e dá mentoria a start-ups, ajudando-as a dar primeiros passos na área de Bournemouth, Poole, Christchurch e Dorset
“Temos como visão criar uma rede de Business Angels para a área de Bournemouth, Poole, Christchurch e Dorset, auxiliando os investidores a providenciarem o capital de crescimento para financiar inovadoras start-ups que estejam a dar os primeiros passos. Está na hora de desenvolver as fantásticas competências digitais, de média e tecnologia desta zona geográfica através de financiamento inovador, desenvolvimento de capacidades e recurso a investimento facultado pelos Dorset Business Angels”, explica a empresa.
O custo de associado desta rede de business angels é de apenas 30 libras por ano (cerca de 35 euros por ano), sem taxa de adesão, estando a Dorset Business Angels envolvida com comunidades económicas, educacionais e de investidores a nível regional e internacional. É membro da UK Angels Association (UKBAA) e assume-se como a rede de business angels para o sul do Reino Unido Central.
Ashley Faull, da Sandbanks, um dos business angels que integra a Dorset Business Angels, referiu ao Daily Echo que “a principal ideia é encontrar empreendedores que tenham uma boa oportunidade de negócio e permitir que levantem investimento local sem que tenham de recorrer a Londres ou a alternativas digitais”.
O responsável descreve a rede de business angels como um “um balcão único para obter investimento e mentoring e para procurar o apoio de pessoas que possam juntar-se ao conselho de administração. Desta forma conseguem duas coisas pelo preço de uma. Conseguem dinheiro, mas também mentoria e uma rede de networking local”. “Por cada 100 mil libras [cerca de 118 mil euros) investidas o risco de perda é de 38 mil libras [aproximadamente 45 mil euros) e no caso de estar a pagar uma taxa de juro elevadas”, explica.
Ashley Faull tem uma vasta experiência e contactos na área dos media. Faull trabalhou na ITV no início de sua carreira e fez parte de mais de 20 lançamentos de canais de televisão, incluindo o Discovery Channel Europe, Bravo e Living IT, bem como o lançamento dos filmes pay-per-view na indústria de cabo e no garantir os direitos para ITV / OnDigital da UEFA Champions League.
Faull cofundou também a TV Sit-up, que geriu os canais de leilões da TV Bid TV e Price-Drop TV e que foi vendida por 194 milhões de libras (229 milhões de euros) em 2006. Posteriormente criou a Postgoldforcash, uma loja de penhores que se dedica à compra de outro.
Max Wright, diretor executivo da Jaguar Consulting, é outro dos investidores que integra a Dorset Business Angels. Wright criar, faz crescer e vende empresas há mais de 40 anos, atuando na área da música e gestão de artistas, marketing direto, organização de eventos, distribuição de discos, venda e aluguer de vídeos e jogos. Os seus negócios mais bem-sucedidos foram na área de atuação dos computadores Apple. Desde que vendeu o seu último negócio, em 2008, dedicou-se à mentoria.
“Investir em start-ups não é para os de coração fraco porque muitos não são bem-sucedidos, mas com os incentivos fiscais que traz o risco fica minorado”, referiu Max Wright ao Daily Echo.
Sobre o perfil dos investidores, Faull referiu que “no geral, são empresários que fizeram crescer os seus negócios e que posteriormente os venderam, mas algumas das pessoas com quem conversei recentemente têm empregos a tempo inteiro e ganham bom salário. (…) Falei com um cirurgião que ganha muito dinheiro mas que paga imenso de impostos. Este está a arriscar 38% destes. Suspeito que muitas pessoas mais como esta entrarão neste mundo que, embora não tenham necessariamente muito tempo, podem ter dinheiro e a vontade de retribuir à comunidade”.
Numa altura em que as taxas de juro estão baixas, apoiar start-ups pode ser um jogo interessante para os mais abastados.