Opinião

Doinn: “Estamos constantemente a evoluir o nosso produto”

Weronika Figueiredo, cofundadora da Doinn

A Doinn encontrou uma lacuna no mercado: a falta de serviços de limpeza, lavandaria e check-in nos alojamentos locais. Nascida a partir de uma má experiência no setor, esta start-up portuguesa já está presente em Espanha e França.

O boom do turismo em Lisboa abriu um leque de possibilidades para os empreendedores mais habilidosos e que são capazes de identificar novas oportunidades dentro do setor. Este é o caso da Doinn, que a par com start-ups como a Breadfast – que faz entregas de pequenos-almoços ao domicílio – está a dinamizar a oferta e a melhorar os serviços prestados aos turistas.

Weronika Figueiredo é cofundadora do projeto. Em conversa com o Link to Leaders, a empreendedora luso-polaca conta-nos o percurso da promissora start-up que já serve mais de 400 quartos mensalmente.

Como surgiu o projeto?
O projeto surgiu há cerca de cinco anos, quando os fundadores da Doinn, Noelia e Nuno, fizeram, com os seus filhos – na altura ainda bebés -, uma viagem à volta do mundo, ficando sempre em apartamentos de alojamento local. No âmbito desta viagem, constataram existir uma grande lacuna em relação à qualidade da limpeza e dos check-in e que uma plataforma agregadora de prestadores de serviços profissionais de limpeza, lavandaria e check-in podia ser uma resposta a esta necessidade. A ideia foi apurada, já em Portugal, no âmbito do programa Lisbon Challenge da Beta-i. Em 2015 foi fundada a empresa.

Qual é o background da equipa fundadora? O que é que faziam antes de arrancarem com este projeto?
Noelia é formada na área de gestão e tem uma vasta experiência no que diz respeito a vendas e desenvolvimento de negócios. Nuno é engenheiro informático e há muitos anos que trabalha como gestor de projetos de IT, e eu sou formada na área de direito e gestão (MBA) e, antes de me juntar ao projeto em 2016, estive a trabalhar nas áreas de gestão e comunicação e marketing.

Com quantos alojamentos contam atualmente?
Mensalmente servimos cerca de 400 apartamentos, sendo que a previsão para o verão de 2018 é que este número aumente significativamente.

Qual é a maior dificuldade que estão atualmente a combater?
A capacidade de resposta constante e de qualidade por parte dos nossos parceiros fornecedores de limpeza e lavandaria.

Já atingiram o ponto de equilíbrio económico?
Não, na medida em que temos apostado fortemente no desenvolvimento do produto e do negócio, também nos mercados estrangeiros.

Já se expandiram para Espanha e França. Como é que surgiram estas oportunidades?
A expansão para Espanha e França foi ditada pelo potencial dos mercados, sendo que são mercados bastante diferentes um de outro. Mesmo em Espanha, as cidades de Madrid e de Barcelona divergem bastante. É “no terreno” que sentimos o pulso de cada um destes mercados e detetamos oportunidades de negócio.

Qual é o modelo de negócio nestes países? O projeto é gerido por parceiros ou é a equipa fundadora que continua a fazer toda a gestão?
Até agora, a gestão e desenvolvimento do negócio tem sido feita sempre pela equipa fundadora e pelos quadros da empresa contratadas para este efeito.

Receberam um investimento da Portugal Ventures há cerca de dois anos. O que é que este dinheiro fez pelo projeto?
Ajudou-nos provar a nossa tração, desenvolver o produto que, atualmente, é bastante mais sofisticado (em todos os seus eixos: experiência do cliente, integrações com plataformas e softwares externos e SaaS para os nossos fornecedores), bem como dar alguns passos no sentido da internacionalização do produto.

Tendo criado a Doinn a partir de uma necessidade real constatada pela equipa fundadora, há mais algum problema do género que gostariam de trabalhar?
Por enquanto não, a Doinn tem-nos dado bastante trabalho e, certamente, ainda há muita coisa por fazer.

Estão a pensar integrar novas soluções no projeto?
Estamos constantemente a evoluir o nosso produto. Por exemplo, temos investido bastantes recursos para desenvolver a parte da plataforma que funciona como SaaS [software-as-a-service] para os nossos fornecedores a nível de planeamento de serviços, informação sobre as propriedades, relatórios de faturação etc. Esse esforço já se provou produtivo. Em Espanha, por exemplo, os fornecedores querem “migrar” os seus clientes antigos para a plataforma Doinn para fazer gestão de todos os seus serviços num único sítio.

Como é que veem o futuro da Doinn? Que objetivos querem atingir até ao final do ano?
Internacionalização bem-sucedida em alguns mercados com o peso das vendas nos mercados estrangeiros a ultrapassar o peso das vendas locais de forma significativa. E o bem-estar de toda a equipa dos Doinners, claro!

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