Opinião
Diplomacia comercial como instrumento da internacionalização do comércio
A nível comercial, entre marcas e os grandes grupos comerciais – detentores das principais marcas, sejam de mass market ou não, muito mais partido e proveito se poderia retirar com a aplicação de práticas de diplomacia comercial, no cenário internacional. Além disso, o emprego da diplomacia comercial evita a origem ou resolução de disputas comerciais no âmago do comércio internacional, nas mais diversas indústrias.
A diplomacia comercial permite o planeamento e implementação de um conjunto de estratégias que promovem a alavancagem de interesses comercialmente económicos e economicamente comerciais.
Elencam-se as principais práticas que, ao longo do tempo, se tornaram standard, com vista a um comércio mais justo, sob o ponto de vista social, negocial e transacional:
1. Negociação comercial bilateral e multilateral: pressupõe a interseção de dois ou mais países, com o intuito de acordarem igualdade ou redução de taxas e tarifas em mercados similares, ou até eliminação ou redução de barreiras e políticas comerciais.
2. Promoção comercial: organização de eventos (feiras, fóruns, congressos, conferências, seminários, exposições) para promover e aumentar a notoriedade de produtos/marcas/serviços de empresas no exterior, criando uma network e facilitar parceiras comerciais.
3. Acordos comerciais: impulsionam a abertura de novos mercados estrangeiros, sobretudo os emergentes, para produtos/marcas/serviços de origem nacional, e vice-versa, atraindo novos investimentos parte a parte.
4. Sustentabilidade comercial: apoio e integração de países menos desenvolvidos ou em desenvolvimento na economia global, para o alcance de um comércio inclusivo e cooperante, tornando-o cooperativo, em vez de competitivo.
5. Agenda comercial comum: nem sempre existe e quando existe nem sempre é promovida em comum, sendo que a Organização Mundial do Comércio (OMC) é considerada um elo no fomento, coordenação e cumprimento de uma agenda comum entre os pares (share e stakeholders).
Vasco Ribeiro é doutorado em Ciências Empresariais (Universidade Fernando Pessoa, Porto), em Turismo (Universidade de Sevilha, Espanha), e pós-doutorado em Gestão da Inovação no Turismo de Luxo (Universidade de Aveiro) e em Marketing Ético nos Hotéis de Luxo (CiTUR – Politécnico de Leiria). É chefe do gabinete de Diplomacia e Protocolo Empresarial da Rede do Empresário, Docente universitário no ISLA Santarém, conselheiro editorial da Diplomacy and Business Magazine e comentador/analista de TV (informação) em assuntos de Protocolo e Turismo. Frequenta ainda o Programa Avançado em Diplomacia na Universidade Católica, Lisboa.
É ainda o autor dos livros “Etiqueta & Protocolo na Hotelaria de Luxo” (2017) e “Etiqueta Moderna” (2019) e “O Anfitrião Modelo: guia prático de bem atender, receber e servir no setor do turismo” (2023), e coordenador dos livros “Gestão de Empresas com Pessoas a Bordo” (2022) e “Gestão de Pessoas no Lazer, Animação Turística & Eventos” (2022).