Opinião

Dificuldade temporária! (Hino aos empreendedores resilientes mais novos)

Henrique Jorge, fundador e CEO da ETER9

A dificuldade é sempre temporária; tal como a facilidade. Desde o início que está tudo em ebulição. Para haver início teria de haver ebulição, logo não houve início; logicamente, não haverá fim!

Principalmente no mundo dos negócios, para se atingir os objectivos a que cada empreendedor se propôs, é preciso ser resiliente aos fracassos. Correr para vencer, aceitando o fracasso na corrida. Cada fracasso deve ser melhor. A evolução do fracasso melhora a experiência para o sucesso!

O fracasso é o alicerce do sucesso!

Temos de nos mentalizar que todos nós, empreendedores ou não, temos superpoderes; e é uma pena não os usar. Quando os descobrirmos as facilidades estarão bem mais equilibradas face às dificuldades. Quando libertamos as amarras do maior sabotador de sonhos – medo de não conseguirmos ou de acharmos não ser possível -, ganhamos superpoderes.

A vida é um biorritmo que por vezes se desequilibra, mas no cômputo geral acaba sempre por se equilibrar. É como a contabilidade que, sendo uma ciência exacta, entra sempre em equilíbrio absoluto com o activo e o passivo.

Ora, o sucesso e o fracasso andam sempre de mãos dadas. Estão em união de facto e o seu objectivo é manterem-se em equilíbrio, tal como o activo e o passivo. Tal como o um e o zero. Tal como o dia e a noite. Tal como rir e chorar. Tal como o prazer e a dor. Tal como o bem e o mal. As Leis Universais garantem, naturalmente, esse equilíbrio. Mesmo que para isso se desalinhem… temporariamente!

Não tenho dúvidas de que precisamos dessa desordem, desse caos, para sobrevivermos e crescermos. Por outras palavras, aquilo a que chamamos desordem (ou caos), não passa do ingrediente necessário à ordem e harmonia da vida. Por isso deve ser encarada com normalidade e absolutamente necessária à equação.

Imagina que te encontras numa situação extremamente difícil e um “grilo falante” no teu ouvido confidencia-te que isso passará. Esse momento mau acaba por passar. Agora imagina que te encontras numa situação de extrema euforia e o “grilo” sussurra-te ao ouvido que isso também passará. Pois! Independentemente de ser bom ou mau, acabará por passar. O “grilo” não terá muito trabalho. Só precisará de dizer que passará, seja bom, seja mau. A regra é exactamente igual para o “zero”, e exactamente igual para o “um”. A ebulição de ambos dá vida ao processo da existência. Por sua vez, é importante que saibamos (e) quando ouvir.
Já percebeste onde quero chegar, certo?

A nossa sociedade não está preparada para fracassar (nem para vencer, diga-se).

Quem se propõe a desafios maiores (fora da caixa… e fora do seu tempo), impossíveis para a maioria, os falhanços são muitos e fazem parte da equação. É necessária muita resiliência para levantar e seguir em frente. Este país, por razões há muito instituídas, não ensina a fracassar. Por conseguinte, fracassar é visto mesmo como um pecado capital. Mas, na realidade, o fracasso é o ingrediente mágico para se atingir um objectivo maior!

Resiliência, oriunda do latim “Resilire”, que significa “voltar atrás” (e tantas vezes retrocedi), teve a sua origem na física, quando em 1807 o cientista inglês Thomas Young realizava estudos sobre a resistência de certos materiais. Thomas constatou que alguns possuíam a capacidade de voltar ao seu estado natural após terem sido submetidos a um esforço fora do vulgar.

A vara do salto em altura curva-se em esforço acumulando energia para projectar o atleta sobre um obstáculo. Depois volta ao seu estado normal.

Elasticidade é também um sinónimo perfeito que define a resiliência. Não é por acaso, ou talvez seja, que Reed Richards do Quarteto Fantástico se apelida de Mister Fantastic.

Portanto, não te sintas mal quando tiveres de curvar-te em esforço, pois com a tua resistência, não quebrando, acumulas a energia necessária para te projectar para lá de Plutão!

As pessoas resilientes tendem a levar uma vida mais significativa e desenvolvem relações mais harmoniosas com aquelas que estão ao seu redor, pois possuem uma visão mais optimista da vida.

Como dizia Steve Jobs: “keep looking and don’t settle.”

Se tens uma visão muito clara do que pretendes, continua e não te acomodes! Fracassa, fracassa melhor! E nunca, mas nunca mesmo, desistas. Não desistir é vencer. Vence!
Sente medo, mas faz à mesma o que tiveres de fazer!

“Não se trata de vencer, trata-se de não desistir. Não importa quantas vezes tenhas sido rejeitado.” Quem o disse foi Lady Gaga, depois de ganhar o Óscar de melhor música original.

É difícil vencer alguém que nunca desiste!

Toda a crise, seja ela qual for, traz sempre uma oportunidade. Crise e oportunidade estão em matrimónio desde sempre; maioritariamente em conflito, mas necessário; em conflito porque normalmente as oportunidades exigem mudança, e a resistência à mudança entra em conflito com a oportunidade… mantendo-a em crise. O desafio é manter o foco na oportunidade, mesmo que pareça invisível aos nossos olhos.

Quando o que deveria mudar logo em primeira instância, liderando e/ou acompanhando a evolução, não muda (ou muda, mas na realidade não muda nada), o que se pode esperar? A formatação de sempre! Caixas quadradas! Crenças limitadoras! Não permitas que o sistema te limite.

“Don’t be too square”, já dizia um ‘slogan’ de uma marca de relógios, ao qual reforço com “Don’t be so square” (Não sejas tão quadrado).

Somos binários e às vezes… quânticos! Ser quântico é o absoluto! O nível quântico, tal como nos computadores quânticos, é ter equilíbrio total que retorna a capacidade de ver claro e escuro em simultâneo. A clareza é tão absoluta que o 0 (zero) e o 1 (um) se fundem em harmonia.

Nota de rodapé:
Quando as escolas ensinarem o que é na realidade o fracasso, usando-o como elemento essencial para o sucesso, haverá sim uma mudança; e até podem usar as mesmas cadeiras, mesas e quadros de ardósia.

Em suma, pensar fora da caixa! Livres para pensar, falhar, voltar a falhar e, se necessário, falhar novamente, para, mais fortes do que nunca… VENCER!

P.S. O lago só serenará quando o “zero” e o “um” forem um só!…
P.S.2 O meu passado, seguramente, foi influenciado pelo futuro…!

Nota: Este artigo não obedece, propositadamente, ao Novo Acordo Ortográfico.

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Empreendedor, Programador e Analista de Sistemas, Henrique Jorge é o fundador e CEO da ETER9 Corporation, uma rede social que conta com a Inteligência Artificial como elemento central, e que atualmente está em fase BETA.

Desde sempre ligado ao mundo da tecnologia, esteve presente no início da revolução da Internet e ficou conhecido pela introdução da Internet e das tecnologias que lhe estão associadas em Portugal, sendo um dos pioneiros nessa área.

Passando por vários episódios de desconstrução e exploração das linguagens dos computadores, chegou à criação da rede social ETER9, um projeto que tem conhecido projeção internacional, e que ambiciona ser muito mais que uma simples rede social. Através de Inteligência Artificial (IA) pretende construir a ponte entre o digital e o orgânico, permitindo a todos deixar um legado digital ativo no ciberespaço, inclusive pela eternidade. Fora do espaço virtual, é casado, pai de duas filhas, e “devora” livros.

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