Conheça o maior investidor do Brasil que tem património avaliado em 2 bilhões de reais e anda de metro

Maior investidor do Brasil, Luiz Barsi, de 80 anos, utiliza a linha vermelha do metro duas vezes por dia, de segunda a sexta-feira. De manhã, desloca-se do Tatuapé, onde mora, até a Estação Anhangabaú, onde trabalha. Ao final de tarde faz o caminho de regresso, recorrendo ao mesmo meio transporte.

“Dinheiro serve para fazer mais dinheiro”. A frase é de Luiz Barsi. O brasileiro de 80 anos, que aparece em 120º lugar no ranking dos bilionários da revista Forbes em 2013, não se preocupa com as oscilações da bolsa, já que a sua aposta é nas ações que pagam bons dividendos.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, revelou que o seu património na bolsa está avaliado em 2 bilhões de reais (431 mil milhões de euros). Conhecido como “Rei da Bolsa”, Barsi desenvolveu há 46 anos a sua Carteira de Previdência, que consiste em comprar ações que pagam bons dividendos, independentemente da sua cotação. Os dividendos são parte do lucro das empresas distribuído periodicamente aos acionistas. Geralmente, empresas que são boas pagadoras estão em estágio de crescimento avançado, não necessitando de tantos investimentos para financiar a sua expansão.

A carteira de Barsi tem 12 empresas, que o brasileiro mantém há anos, algumas há mais de três décadas. “Eu não invisto em ações da bolsa. Eu compro participações em empresas com bons projetos. Gosto de empresas tradicionais e só compro as ações quando os preços estão em queda, nunca em alta”, contou.

No momento em que foi entrevistado pelo jornal brasileiro, o Ibovespa estava com 97 mil pontos. “As pessoas não ganham dinheiro na Bolsa porque ficam preocupados com esses 97 mil pontos, 100 mil pontos. Isso não vale nada. Primeiro porque você não compra o índice, compra as ações. O índice é uma carteira teórica com 64 ações. Se as cinco principais ações subirem e o resto cair, o índice vai dizer que o mercado subiu. Eu nem tomo conhecimento desse índice”, explicou.

Quando questionado sobre como toma as suas decisões de investimento, o brasileiro responde que “presta atenção aos projetos das empresas. Hoje tenho 12 papéis no meu portfólio. Ações que eu não vendo. O mais antigo é do Banco do Brasil, que está comigo há 32 anos. Sabe quantos anos tem o Banco do Brasil? Tem 200 anos. O segundo mais antigo é da Klabin. Sabe quantos anos tem a Klabin? Tem 120 anos. Eu sou sócio destas empresas, que pagam bons dividendos. A Klabin paga-me bem e garante a vida da família há 50 anos. Circunstancialmente, eu posso ter um ou outro papel, mas que não faz parte da Carteira de Previdência. Muitas vezes aparece uma oportunidade boa de mercado para comprar, vislumbrar uma subida boa, então eu compro para me alavancar e depois vender, injetando mais dinheiro nas minhas 12 empresas”

O seu património está aplicado em ações, nomeadamente em projetos de energia elétrica, celulose e papel, setor financeiro e cloro e soda, com a Unipar. “Eu não compro para fazer como a maioria. Sabe qual é o longo prazo da maioria das pessoas que operam no mercado? Quinze minutos no máximo. Elas não compram ações, compram batata quente. Compram ações e já querem vender. Eu aprendi a gerir a ansiedade. Haverá sempre uma ação, dez ou quinze que estarão num bom momento, com uma boa oportunidade. O mercado de ações no Brasil não é de risco, mas de oportunidades”, frisou.

Quando começou a investir, comprou 100 ações por centavos, depois mais 200 ações. Comprava todos os meses. Em 10 anos Barsi já estava aposentado, graças à sua independência financeiramente, ou seja, só com o dinheiro que recebia mensalmente dos dividendos.

“Não conheço ninguém que ganhou dinheiro especulando na Bolsa, que ganhou dinheiro comprando opções, que ganhou dinheiro com estratégias de alavancagem”, conclui ao Folha de S. Paulo.

 

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