Congresso APDC: “As maiores comunidades mundiais atuais são as digitais”
Foi com esta afirmação que o presidente da APDC começou o seu discurso de abertura do congresso. Conheça alguns dos momentos mais marcantes do evento.
“As maiores comunidades mundiais atuais são as digitais”. A frase dita pelo presidente da APDC tornou-se uma premissa ao longo do evento, havendo até oradores a comparar as receitas das grandes empresas digitais ao produto interno bruto de países. Sérgio do Monte Lee, partner e TMT leader da Deloitte, referiu mesmo que o “digital faz mais pela igualdade de direitos que qualquer movimento”.
Leia mais sobre a sessão: “Casos de empresas na transformação digital”.
A ideia de que a transformação das empresas, que já têm longos anos de experiência no mercado, e instituições governamentais para o digital é um processo longo foi passada por todos os oradores. Pedro Cardoso, CEO da Sonafi – uma empresa com mais de 65 anos de história e que hoje se orgulha de fazer parte da Indústria 4.0 -, explicou que a passagem para o digital “não é uma pastilha que se toma [e que no dia seguinte a empresa se transforma], ou o trabalho de dois ou três meses de consultores”.
A parte má desta nova indústria será o aumento do desemprego, especialmente em cargos em que há tarefas repetitivas. Apesar disto, para Luís Rodrigues, CEO da Nova SBE, “ainda estou à procura de um dado que indique esta mudança”. Também presente neste debate esteve Carlos Oliveira, presidente da Startup Braga, que se mostrou descrente desta máxima de que os robots vão roubar o trabalho aos humanos, referindo que “o mundo vai-se alterando e as competências também”.
Um dos grandes motores da transformação das empresas para o digital são as start-ups, que também tiveram alguma visibilidade no congresso. Durante o evento houve duas sessões dedicadas na totalidade ao mundo das start-ups.
Uma delas foi a Hack for Good em que, com a parceria da Fundação Calouste Gulbenkian, foram apresentadas quatro start-ups com foco em combater o problema dos refugiados. Neste âmbito, Pedro Calado, alto comissário para as migrações, mostrou-se satisfeito com os projetos, referindo que os projetos “apresentados sabem muito bem qual é o problema adjacente a esta situação”, sendo isto meio caminho andado para o seu sucesso.
A “Startups Powered by APDC” foi a segunda sessão inteiramente dedicada a esta esfera. Nesta iniciativa que contou com o apoio da Beta-i foram onze as start-ups que apresentaram os seus pitches (pode conhecê-las no artigo dedicado à iniciativa) a um júri e à audiência. A vencedora desta iniciativa foi a yubuy, uma plataforma baseada na cloud e que visa monitorizar uma das maiores janelas de compras, a televisão, através de uma solução de t-commerce. Permite a qualquer consumidor comprar diretamente, a partir de casa, de forma remota. Trata-se de uma solução simples, conveniente, segura e contextualizada, que corre nas set-top boxes das televisões (NOS, Vodafone e MEO) ou em smart-tv.
No Congresso APDC deste ano ficou sobretudo a ideia de que a economia portuguesa pode ganhar muito com a transferência para o digital, no entanto, como disse o presidente da Startup Braga “precisamos de definir se queremos que o digital seja uma oportunidade para o país”.