Como será o mundo daqui a 10 anos? Cidades desertas, carros autónomos e muito metaverso
O romancista e inventor de ficção científica Michael Rothman prevê que, em apenas 10 anos, tecnologias como carros totalmente autónomos e o metaverso mudarão os hábitos das pessoas e a vida das cidades.
Sair de casa, entrar no carro, dirigir-se ao escritório, ficar preso no trânsito, chegar e começar logo a ter reuniões presenciais com colegas de trabalho que viajaram de outra cidade, outro país ou de outro continente.
São rotinas que, em apenas 10 anos, estarão obsoletas. Pelo menos, é isso que Michael Rothman, romancista e inventor de ficção científica, prevê.
Rothman acaba de publicar em Espanha “O algoritmo de Darwin”, uma distopia em que a humanidade descobre a cura para o cancro com uma tecnologia que serve as potências mundiais para desencadear guerras sangrentas.
“Assim que se instale nas nossas vidas tudo o que está relacionado com o metaverso que Zuckerberg está a promover, não será mais necessário movermo-nos fisicamente todos os dias. Além disso, conduzir será algo muito diferente. Será considerado simplesmente como viajar de um ponto a outro, e essa tarefa será deixada para as máquinas, porque não fazê-lo será considerado estúpido e inseguro”, explicou Rothman ao Business Insider.
Rothman traça um futuro hiperconectado, mas com cidades um pouco mais vazias: “Trabalho para uma grande empresa de tecnologia e, geralmente, quando ia à sede, tinha que passar por um mar de pessoas para chegar ao meu posto de trabalho e não tinha lugar para estacionar. Fui na semana passada e foi como visitar uma cidade fantasma. Algo surreal. Imagine visitar Madrid e não ter um único carro. O mundo após o coronavírus será muito diferente e já estamos a começar a ver as primeiras mudanças”, conta.
Porém, a sua visão sobre o mundo ou a ciência não é negativa: “Sou bastante otimista. Acredito na ciência e não acho que algo deva ser sacrificado sempre que se faz uma descoberta. O que acontece é que na ficção toda a vitória tem um custo, com um certo sacrifício. Caso contrário, as pessoas não levam a sério”, revela.
O autor tem grandes esperanças nos avanços da medicina. “Vejo muitas doenças que eram mortais no tempo de nossos pais, mas que hoje não são um problema. Muitos de nós têm cataporas, por exemplo, mas hoje os meus filhos estão vacinados e não vão apanhar. Estou muito curioso para ver para onde a medicina está a caminhar nos próximos 10 anos”, frisa.
Com mais de mil patentes registadas (pouco menos de 300 nos EUA e mais de 700 fora do país), Rothman é responsável, entre muitas outras descobertas, pelo que é conhecido como Unified Extensible Firmware Interface (UEFI, por sua sigla em inglês). Trata-se de uma tecnologia que define a interface entre um sistema operacional e um firmware e que, basicamente, agiliza processos como ligar computadores.
Escrever romances de ficção científica foi uma paixão que surgiu quase por acaso: “Eu costumava inventar histórias para os meus filhos antes de dormir. Um dia, comecei a escrever essas histórias. Foi assim que tudo começou”, explica.
Três dos seus romances apareceram nas listas de best-sellers da revista USA Today e já vendeu mais de 120 mil cópias nos EUA.