Conhecido durante muitos anos como o “celeiro” do país, a realidade com que se depara o “meu” Alentejo atualmente é, no mínimo, desoladora.
Confesso que me surpreendo com a crescente e cada vez mais insistente atenção mediática que tem sido dada às questões do género, orientações sexuais, escolhas pessoais e afins com que convivemos na nossa sociedade atual, especialmente quando a mesma grassa pelos mais diversos setores da nossa vida, desde a política, às empresas, escolas, religião, etc. etc.
Recordo-me há alguns -vários - anos quando se dizia que o presidente Obama utilizava exclusivamente um Blackberry para as suas comunicações, nomeadamente tendo em conta os sistemas avançados de encriptação de mensagens que aquele equipamento possuía e que, como tal, garantia uma fiabilidade acrescida no que dizia respeito a assuntos de Estado sensíveis.
Um dos “males” de nunca deixarmos verdadeiramente para trás a nossa formação, no meu caso jurídica, mesmo quando optamos por mudanças profissionais que nos levam a outras paragens, como seja o caso da gestão de empresas, é que recorrentemente procuramos – pelo menos eu faço – analogias que permitam enquadrar o que sabemos com aquilo que temos necessariamente de aprender para ter sucesso no desempenho de novas funções.
Sempre que se fala de liderança surge desde logo a ideia de projeto, de iniciativa, de uma determinada missão ou ambição existente que, de uma forma endógena ou exógena, carece à partida, seja porque surge de entre o seio de uma equipa, seja porque lhe é imposta, de uma liderança, de um líder.
Pese embora as sérias dúvidas quanto à verdadeira autoria da frase, atualmente já não atribuída nem a Einstein nem a Benjamin Franklin, a verdade é que o acerto da expressão “insanidade é continuar a fazer sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes” é por demais evidente e, seja quem for o iluminado que proferiu este sentimento, ele continua tão atual nestes tempos como no momento da sua origem.
A popular expressão laissez faire simboliza um “deixar fazer” tradicionalmente associada ao capitalismo económico, a uma menor regulação e maior raio de acção à iniciativa privada, tendo porém sido mais tradicionalmente adoptada no vocabulário corrente para simbolizar um certo desinteresse e apatia perante determinadas situações que determinariam um comportamento distinto.
Há alguns anos, claramente não interessa quantos, sob pena de revelar demasiados factos pessoais, vi rotulada a minha geração como “rasca” pelo então executivo no poder, bem como pela generalidade da imprensa nacional.
Antes de mais, é importante dizer que este artigo, mais do que uma qualquer recomendação ou teoria sobre um determinado assunto, visa apenas e tão-só servir de testemunho pessoal para uma realidade com a qual me tenho visto confrontado, a qual seguramente encontrará eco em muitos daqueles que lerem estas palavras.
A recente visita do Papa Francisco a Portugal por ocasião da comemoração dos cem anos das aparições de Fátima, acredite-se ou não no fenómeno, suscita uma questão importante no âmbito de um Estado constitucionalmente definido como laico: a importância da fé para o sucesso do nosso país.
Recordo bem as palavras de um professor que tive que, ao explicar a importância da cultura da empresa para o sucesso da mesma, usava o célebre caso da Southwestern Airlines, onde a figura carismática do seu presidente, a sua atitude desafiadora e inovadora, a sua participação pessoal em todo o processo de trabalho, foram fatores determinantes para a criação de um espírito ímpar que, em última análise, conduziu ao crescimento assinalável deste case study mundial, a nível de gestão.
Se há uma lição de gestão recorrente para todos os que são empreendedores ou ocupam cargos de direção, essa passa, sem dúvida, pela importância da resiliência no nosso dia-a-dia, da capacidade que temos de lidar com as adversidades profissionais e pessoais, ultrapassando-as através de foco e determinação, com vista à procura do sucesso.
