Tenho aprendido muito com o regime Trump. O regime Trump é um extremo. De quê, não sei, mas é um extremo. E os extremos são maus sítios para estar, mas bons sítios para aprender.
É que, quando você aceitar a sua primeira promoção, vai levar com um dos dilemas mais complicados para quem trabalha numa empresa.
Há uma pergunta que sempre me preocupou e a que sempre achei muito difícil responder. Qual é a vantagem de ser uma pessoa decente no trabalho?
David Noble mostrou que a última vaga de automação industrial não foi uma vitória da tecnologia. Foi uma vitória de quem mandava nas empresas e que estava cada vez mais incomodado com o aumento do poder dos colaboradores.
Quando ouvimos falar de responsabilidade social pensamos em primeiro lugar nas abelhinhas e nos pinheirinhos. As abelhinhas e os pinheirinhos são importantes, especialmente as abelhinhas. Mas há um problema social muito grande que nem sequer está no radar das empresas, quando pensam em responsabilidade social: a automação.
Em todas as empresas em que trabalhei e estudei, havia sempre pessoas que eram uma doçura no Facebook e no Instagram. A timeline destas pessoas é uma sequência de fotos com amigos, filhos e coelhinhos de peluche daqueles bem fofinhos.
Donald Trump é o novo presidente dos Estados Unidos. Antes disso, era estrela de televisão. Antes disso, escrevia (ou mandava escrever) livrinhos sobre como ser um empresário de sucesso.
Na empresa onde fiz a minha tese de doutoramento, assisti a duas situações muito diferentes, mas ao mesmo tempo muito parecidas.
