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João Vieira da Cunha

João Vieira da Cunha

João Vieira da Cunha é escritor. Utiliza uma variedade de meios para partilhar as suas ideias, desde as mais prestigiadas revistas científicas na área da gestão até uma conta rebelde no Twitter. É doutorado em Gestão, pela Sloan School of Management do MIT, e Mestre em Comportamento Organizacional, pelo ISPA. A sua escrita tem um tom irónico e provocador. O objetivo é ajudar os gestores a refletir sobre o que é liderar na Era da Informação. A esperança é que essa reflexão faça com que os gestores usem as empresas para tornar o mundo num lugar melhor.

Qual é a sua zona de desconforto?

Políticos, gurus de motivação, ‘coaches’ e bloggers - todos nos mandam sair da nossa zona de conforto. Eu acho isso muito bem.

Resolução para 2019: fazer brilhar os outros

Às vezes fico triste quando estou a escrever. Parte da minha investigação é sobre como é que as pessoas usam os números para melhorar a sua imagem lá na empresa. Os meus dados mostram que funciona. Que é uma boa ideia fazer de conta que se é melhor do que o trabalho que fazemos e dos resultados que obtemos. A investigação sobre a utilização de redes sociais para auto-promoção diz a mesma coisa.

“Solitário” à hora do jantar

Uma das contradições mais deliciosas que vi nas empresas são as listas de tarefas completas que as pessoas tem na mesa ao fim do dia enquanto estão a jogar ‘solitário’ no computador.

O que (não) fazer se cair num poço de malandrice

O departamento de vendas que eu estudei durante o meu doutoramento era um poço de malandrice. Desde o princípio que os chefes dos 100 vendedores que lá trabalharam passavam o dia a arranjar novas maneiras inflacionar os números das vendas, em vez de tentarem ajudar os vendedores a vender mais e melhor.

Comprar empresas para as destruir

Quando era adolescente, vi um filme que me deixou a pensar se devia ter mesmo ido para a área de economia e gestão no liceu. Era um filme com o Dany de Vito. O título original era “Other People's Money.”

Politiquice no LinkedIn

Basta ler os conselhos dos gurus da gestão da imagem pessoal e os auto-proclamados gurus do LinkedIn para perceber que a parte pior da politiquice nas empresas passou para o LinkedIn.

Sangue no tambor

Tirei a foto acima num desfile popular em Lisboa. A mancha castanha-avermelhada onde o homem bate no tambor não é do uso. É sangue no tambor.

O seu líder é a estante dos livros de auto-ajuda?

Só nos Estados Unidos, a indústria da auto-ajuda vende quase 10 billiões de dólares. Vai crescer acima dos 13 biliões de dólares até 2022. O problema é que os livros, os gurus e os "coaches" estão a tomar conta das tarefas de liderança que os gestores se recusam a fazer.

Já descobriu a sua “voz” de liderança?

Cada um de nós tem uma “voz” de liderança. Para as pessoas que cada um de nós lidera, essa voz soa bem alto. Mas às vezes nós não ouvimos a nossa própria voz enquanto líderes porque estamos mais focados no tipo de líderes que queremos ser e não no tipo de líder que somos.

O peixe que sonhava trepar a uma árvore

Uma das citações do Facebook que me deixa mais triste é a do peixe e da árvore. Há várias versões. A ideia é que, se um peixe for avaliado pela sua capacidade de trepar uma árvore, vai sempre ser um fracasso. Por isso, devemos avaliar o peixe apenas por aquilo que o peixe faz bem: nadar.

Brincar ao Trump

Sempre ouvi gente suspirar por um grande líder do mundo das empresas a comandar o governo. Essa ideia sempre me assustou. Liderar um governo é liderar uma democracia, não é liderar uma economia. E os líderes das empresas não percebem nada de democracias. As empresas são regimes autocráticos, em que uma pessoa toma todas as decisões importantes. Todas as outras pessoas se limitam a implementar essas decisões.