O que deve fazer quando tem um chefe tóxico, segundo uma especialista

Tem um chefe tóxico? Conheça os métodos de uma especialista para aprender a lidar com este tipo de líderes.

Apesar de haver cada vez mais consciência da importância que uma liderança eficaz tem na qualidade de vida e na produtividade dos trabalhadores, há equipas de chefia que continuam a criar culturas tóxicas. Há até pesquisas que indicam que um mau chefe pode deixar os colaboradores doentes.

Um estudo da Gallup aos trabalhadores norte-americanos descobriu que 50% dos empregados já se despediu de um emprego para “fugir do chefe”. Ironicamente, outro relatório – da Life Meets Work – descobriu que os colaboradores acabam por trabalhar mais dois anos para os chefes tóxicos do que para os que não apresentam esta característica.

Mary Abbajay, presidente e cofundadora da Careerstone Group, consultora 100% focada no talento feminino, escreveu num artigo da Harvard Business Review algumas das razões para isso acontecer. As “desculpas” descritas por esta especialista, com mais de duas décadas de experiência em consultoria organizacional, passam, entre outras, por:

– “Não tenho energia para procurar um novo emprego”;
– “Gosto muito do meu trabalho/colegas/viagem diária”;
– “Preciso do salário. Não me posso dar ao luxo de não o receber”:
– “Não quero perder os benefícios”;
– “Este trabalho paga-me demasiado bem para me ir embora”;
– “Não tenho as habilidades para encontrar outro emprego”;
– “As coisas vão acabar por melhorar”.

Segundo Abbajay, as pessoas que têm de estar constantemente a lidar com situações de alto stress acabam por sofrer de uma exaustão emocional que lhes rouba energia para procurar novas oportunidades. “É difícil desistir sem ter uma oportunidade em vista, e é difícil encontrar outra oportunidade quando nos sentimos exaustos”, explica.

Outro motivo por trás da permanência (mais longa do que o desejado) passa pela ligação que as pessoas têm com os seus trabalhos. Independentemente de serem maltratados pelos chefes, parte dos colaboradores que gostam do seu emprego acabam por ficar.

Ou pode ainda haver a esperança de que “as coisas vão acabar por melhorar” e que vai chegar o dia em que o chefe se vai aperceber como trata os empregados ou que alguém no top da hierarquia perceba o seu comportamento.

Tem um chefe deste género? Eis o que pode fazer:

– Não dê feedback, faça pedidos. Em vez de dar feedback – que seria a opção mais racional, caso o seu chefe não fosse tóxico -, Abbajay explica que é importante que faça pedidos do que lhe faz falta. Explique o que precisa para ser mais produtivo, de forma a mostrar como a empresa pode beneficiar com isto.

Interaja com a sua rede de apoio. É importante ter uma rede de apoio fora do trabalho. Um grupo de amigos, que o apoie e encoraje a tomar as decisões que sabe que são certas, mas que tem medo de levar para a frente, um terapeuta ou um psicólogo são sempre boas alternativas.

– Faça muito exercício e durma. Tratar da sua saúde psicológica e mental é de extrema importância, especialmente se tiver alguém tóxico a gerir o seu trabalho. Encontrar atividades fora do trabalho que lhe tragam satisfação, meditar ou simplesmente relaxar, são algumas das formas para relaxar que Abbajay aconselha.

 – Explore outras oportunidades dentro da sua organização. Pode haver outras formas de escapar ao chefe e de manter a interação diária com os colegas. Procurar outras posições dentro da empresa em que já está inserido pode ser uma boa opção.

– Procure apoio no departamento de recursos humanos. Tente aferir a reputação que o departamento de RH da sua empresa tem no apoio aos colaboradores que não estão satisfeitos com os seus chefes. Caso seja positivo, a especialista afirma que é importante que partilhe os seus problemas com o seu superior e o que já tentou fazer para melhorar a situação. Este cenário pode ser especialmente importante caso já tenham existido este tipo de problemas anteriormente.

Caso nenhuma destas soluções resulte, Abbajay explica que tem de estar preparado para aceitar que a melhor solução pode passar por se despedir. A especialista afirma que há sinais claros de que se sente mal com o seu emprego, como odiar levantar-se da cama e pensar no que tem para fazer na empresa, sentir-se física ou mentalmente em perigo no local de trabalho, se passa mais tempo a pensar no seu chefe do que nas tarefas que tem, se a sua autoestima foi destruída ou se o stress do trabalho dificulta a sua vida pessoal.

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