Chefe de inovação da Google revela “receita” para o profissional do futuro

Curiosidade, empatia, pensamento expansivo, inclusão e experimentação. Estas são algumas características que devem ter os profissionais do futuro, segundo Frederik G. Pferdt, chefe de inovação da Google.

Com as atuais mudanças no mundo do trabalho, instalam-se as dúvidas sobre quais serão as melhores competências, o que procuram as empresas, o que mudou nas prioridades dos trabalhadores, em suma, como serão os profissionais do futuro.

Frederik G. Pferdt, professor de Stanford e responsável de inovação da Google, falou recentemente num evento internacional online sobre recrutamento, seleção e gestão de pessoas, o Kenoby Talks, e deixou algumas dicas.

Para este profissional, imaginar um currículo do futuro envolve competências transversais e mentalidade de inovação. Mas o que são competências transversais? Pferdt explica que são comportamentos e habilidades utilizadas em qualquer cargo técnico que o profissional ocupe, como, por exemplo, a curiosidade, a empatia, pensamento expansivo, inclusão ou experimentação. Na opinião do responsável de inovação da Google, estas características refletem muito mais a forma de trabalhar e qual a mentalidade do colaborador que propriamente o conhecimento adquirido em cursos.

Por isso, ao imaginar um curriculum vitae (CV), Frederik G. Pferdt começaria como uma missão, ou seja, propõe utilizar-se a parte de experiências do currículo para destacar essas habilidades com boas histórias. Essas skills e comportamentos são importantes para que os recrutadores ou departamentos de RH das empresas percebam a mentalidade dos candidatos. Essa será para Pferdt a “receita” do futuro: prestar mais atenção à mentalidade dos indivíduos. E explicou, citado pela Exame Brasil, que com a “rápida mudança no mundo hoje, precisamos não só pensar de forma diferente, mas também de agir de forma diferente. As mentalidades começam a levar-nos para a próxima fronteira do nosso desenvolvimento: a mente”.

Lembrou, ainda, que “até agora, a maioria dos esforços de formação, aprendizagem e desenvolvimento se concentraram, principalmente, em comportamentos, tais como o que é que as pessoas precisam fazer para serem produtivas e eficazes ou mesmo inovadoras. Quando nos concentramos nas mentalidades, não nos concentramos apenas nos atos das pessoas, mas no seu ser”.

De acordo com o responsável de inovação da Google, um inovador “precisa ser capaz de resolver os problemas de amanhã, e de navegar por toda a ambiguidade que daí advém”, afirmou. “Temos de nos manter curiosos, ter empatia com diferentes perspetivas e experimentar soluções”, concluiu.

A par disto, salientou ainda que “todos são capazes de sonhar com grandes ideias e a criatividade existe em todos nós. Mas capturar a nossa criatividade ou inovação inata requer treino das nossas mentes para pensar e agir de novas formas, apesar de evitarmos inconscientemente os resultados negativos. As pessoas que ultrapassaram este hábito inato tendem a ser as que agiram contra todas as probabilidades e mudaram o mundo”. À Exame Brasil revelou que na Google estão a investir em competências futuras com o programa Cresça com a Google “para continuar a realizar a nossa missão, disponibilizando ferramentas digitais e formação para todos”.

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