Casais em teletrabalho: as mulheres estão expostas a mais stress e trabalham mais

Os homens e as mulheres não têm a mesma experiência de teletrabalho. Estudos apontam que as mulheres acabam por sair mais prejudicadas por  estarem expostas a mais stress e por executarem mais tarefas.

Apesar de o casal realizar mais tarefas em casa e com a família por estar em trabalho remoto, a verdade é que discrepância entre os elementos é evidente, com prejuízo notório para a mulher. A conclusão é de um estudo norte-americano que revela que as mulheres sofrem mais interrupções e têm que fazer a maior parte do trabalho doméstico quando os dois estão home office.

O estudo da Universidade de Nevada, nos EUA, descobriu que as ferramentas disponibilizadas pelos empregadores para auxiliar no trabalho remoto pouco ajudaram – na verdade, em muitos casos até pioraram o stress e o desgaste mental.

Os investigadores questionaram centenas de funcionários que trabalharam remotamente durante 10 semanas na primeira onda da pandemia de Covid-19. A análise constatou que os níveis de stress eram consideravelmente maiores entre as mulheres com filhos. O que, segundo os autores do estudo, está relacionado com a dificuldade de equilibrar trabalho e a vida pessoal.

Um outro estudo recente da Fisher College of Business, da Universidade de Ohio, mostra também que, quando o casal está em trabalho remoto, os maridos tendem sair-se melhor do que as esposas.

A pesquisa mostra que os homens em home office tendem a fazer muito menos tarefas domésticas quando as suas esposas também estão em casa do que quando elas estão no escritório. Para as esposas, o lugar onde seus maridos trabalham não afeta a execução das tarefas de casa.

Além disso, as esposas também sentiam uma maior culpa por passar menos tempo com as suas famílias e deixar de realizar as tarefas domésticas por voltar a trabalhar no escritório. “Ainda existem algumas disparidades de género em como eles gerem o seu trabalho e as responsabilidades familiares”, afirmam os investigadores.

Também um estudo da Universidade de Connecticut, nos EUA, aponta diferenças em termos de produtividade entre homens e mulheres que trabalham em casa. O estudo mostra que as mulheres enfrentam mais interrupções quando trabalham em casa do que os homens.

“A diferença de género foi particularmente surpreendente para nós. Costumamos ouvir isso, mas agora temos evidências empíricas de que as mulheres são interrompidas com mais frequência, tanto no trabalho como nas responsabilidades pessoais”, dizem os investigadores de Connecticut.

Os investigadores ouviram centenas de funcionários de diversos setores, nos Estados Unidos, e cada um deles tinha filhos ou outros dependentes em casa e um parceiro ou parceira.

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