Book a Street Artist: a start-up que nasceu em Lisboa e está a conquistar a Alemanha

A Book a Street Artist é uma start-up nascida em Lisboa com um negócio “fora da caixa”: disponibilizar artistas de rua para eventos particulares.

Nascida em Lisboa pela mão de dois estrangeiros que estudaram na capital, Mario Rueda e Charlotte Specht, os primeiros passos do projeto foram dados em 2012. Nesta altura, Specht estava a escrever a tese de mestrado em gestão, na Universidade Nova de Lisboa, e Mario morava em Amesterdão.

O projeto começou enquanto Mario, que também estudou na capital portuguesa, estava de passagem pelo país luso. Esta visita culminou na criação da Book a Street Artist, que foi feita “por me ter apaixonado pela cidade quando a abracei enquanto estudante. Foi nesse momento, em que decidimos abordar os artistas da épica Rua Augusta”, conta o cofundador ao Link to Leaders.

Fundadores Mario Rueda e Charlotte Specht.

Um dos primeiros artistas abordados foi Yaw Tembé, um músico e artista multidisciplinar nascido na Suazilândia. “Yaw foi o primeiro artista que nos despertou a atenção e nos impressionou pela extrema qualidade dos artistas das ruas de Lisboa e de todo o mundo”, explicou o empreendedor.

Esta start-up quer mudar a ideia que as pessoas têm dos artistas de rua que, segundo Mario, são pessoas bastante talentosas, mas que infelizmente não são valorizadas. A Book a Street Artist não quer ser apenas mais uma start-up da esfera tecnológica. Em vez disso, quer ter “impacto sociocultural e usar a tecnologia para habilitar os artistas a serem independentes e a viverem da sua arte”.

O modelo de negócio deste projeto funciona como uma simbiose entre os artistas e a Book a Street Artist, que recebe uma comissão dos espetáculos de cada artista, marcados através da plataforma. Se a plataforma não foi bem-sucedida, os artistas também não são, o que faz com que ambos os lados cooperem de forma a fazer crescer o negócio.

Um dos trabalhos de uma artista da Book a Street Artist, Tamara Alves, em Agualva (Sintra).

O número de colaboradores que o projeto tem (perto de 500 artistas inscritos) não mede o seu sucesso. Mario Rueda explica que “é muito importante para nós crescer de forma sustentável”, o que significa que “o número de artistas na nossa plataforma não é o nosso principal ‘KPI’ [Key Performance Indicator]”.

Apesar do foco do negócio estar em Portugal e na Alemanha, onde estão atualmente incubados, a Book a Street Artist já tem clientes espalhados pelo mundo, incluindo, entre outros, a Bélgica, Holanda, Itália, Estados Unidos e China. Um destes exemplos é a presença do “lendário artista da Rua Augusta” – como descreve o empreendedor – António Santos, também conhecido como “Staticman”, no Tomorrowland (um dos maiores festivais de música eletrónica do mundo).

António Santos (“Staticman”) vai atuar no próximo Tomorrowland, na Bélgica.

A start-up está atualmente incubada em Berlim, depois de ter recebido um investimento inicial da Axel Springer Plug and Play. Como nos conta o cofundador, “simplesmente, enviámos a nossa candidatura e eles gostaram imenso do nosso conceito, mas principalmente, da nossa história. Gostaram do ‘mix’ entre business e o aspeto sociocultural da nossa start-up. A Charlotte é alemã e também já tinha ligações a Berlim”.

No arranque do projeto o objetivo da equipa era ter uma marcação por mês. Com a evolução do projeto, até ao final de 2017, a Book a Street Artist quer alcançar uma média de um agendamento por dia.

O futuro a médio-longo prazo passa pela expansão da área de atuação para mais países da Europa e para territórios do outro lado do Atlântico, como os Estados Unidos e países da América Latina.

Poder saber mais sobre este projeto no site oficial da start-up.