Blockchain aplicada à indústria do cinema: o possível fim da pirataria
Durante um evento paralelo ao Festival de Cannes houve uma reunião com especialistas em tecnologia blockchain para discutir as possíveis inovações na indústria cinematográfica.
O Marché du Film é um evento que decorre todos os anos em paralelo com o conhecido Festival de Cinema de Cannes. Este ano, pela primeira vez, o acontecimento reuniu emergentes da indústria cinematográfica com especialistas da tecnologia blockchain.
Mais uma vez, as start-ups têm um papel fundamental na evolução das indústrias. Neste caso, foram seis as que participaram numa série de workshops com o objetivo de descodificar a tecnologia por trás do bitcoin.
A ideia da iniciativa foi tentar perceber quais são as características do mundo do cinema que podem sofrer alterações com a blockchain. Algumas das possíveis aplicações prendem-se com:
Financiamento de filmes
Com a entrada da blockchain, os aspirantes a investidores da indústria cinematográfica de todo o mundo vão poder começar a financiar os mais diversos estúdios. A tecnologia por trás do bitcoin poderá potenciar a transparência e a facilidade de investir na indústria.
Christopher Woodrow, que ajudou a levantar investimento para filmes como “O Herói de Hacksaw Ridge” e que também criou um fundo de investimento com base em blockchain para o cinema, diz que há uma procura quase insaciável por parte dos investidores.
Crowdfunding
A base descentralizada da blockchain tem o potencial de deixar os fãs investirem diretamente no conteúdo que gostam. Os espetadores aficionados por séries que não são prolongadas com novas temporadas poderão, agora, ter um papel fundamental para que isso não aconteça.
Eficiência
A falta de eficiência da indústria cinematográfica também poderá sofrer alterações com a entrada da tecnologia blockchain. Um exemplo prático disto é o processo de pagamentos em tempo real, que poderá oscilar entre o retorno das bilheteiras e as receitas de licenciamento.
Pirataria
A pirataria é um dos maiores problemas que a indústria enfrenta. Estima-se que, entre 2016 e 2022, os custos associados à pirataria de conteúdos de plataformas streaming como a Netflix e a Amazon superem os 44 mil milhões de euros.
Neste sentido, a blockchain poderá apresentar vantagens, especialmente na distribuição, incluído provas imutáveis de direitos de propriedade intelectual. Importante referir que os dados inseridos numa rede deste género são resistentes a duplicações.
O primeiro filme a ser distribuído em blockchain.
Vai estrear, em junho, o primeiro filme distribuído em blockchain. Ironicamente, a longa-metragem “No Postage Necessary” conta a história de um hacker procurado pelo FBI para ajudar a investigar o desaparecimento de bitcoins. Veja o trailer da comédia romântica: