Atenção, start-ups. O Viable Report avalia a viabilidade dos projetos

A Viable pretende beneficiar os empreendedores que passam a poder avaliar os seus projetos, através de um processo de análise automatizado, ganhando, assim, um acesso mais facilitado a quem os pode apoiar, e também as entidades apoiantes, poupando-lhes tempo e recursos.
Jaime Bardón convidou Manuel Coutinho, colega num curso de empreendedorismo do Lisbon MBA, para fazer parte da Viable. A estes dois amigos, juntou-se depois José Alonso e, mais recentemente, Alejandro Rodríguez Tena, para dar forma à Viable, que lançou em maio deste ano o protótipo do seu primeiro produto, o Viable Report.
“Trata-se de uma ferramenta virtual que permite aos empreendedores verificarem a viabilidade das ideias e, numa fase secundária, encontrarem ligações a outros stakeholders, que ajudarão a levar essas ideias para o mercado”, explica Jaime Bardón, cofundador e CEO da Viable.
O Viable Report avalia projetos e ideias de empreendedores de forma automatizada, a partir de tecnologia de análise. Os critérios de análise podem ser definidos pelas incubadoras ou aceleradoras. Numa segunda fase, a ideia é alargar a ferramenta a investidores e stakeholders. Selecionados os critérios, a ferramenta avalia a informação dada por cada empreendedor, produzindo um relatório com um parecer sobre a viabilidade dos projetos.
Através da Viable Report, as start-ups podem ver as suas ideias aprovadas, rejeitadas ou com recomendação de revisão. No caso dos empreendedores se depararem com o parecer ‘recomendação de revisão’, a plataforma ajuda-os com aconselhamento para que o seu projeto se aproxime daquilo que os avaliadores procuram.
A ideia é que ninguém perca oportunidades: nem os empreendedores de verem o seu projeto apoiado, nem os avaliadores de verem um projeto interessante escapar-se-lhes, por falta de tempo para o avaliar.
“Investir não tem de ser difícil, é o nosso claim, que traduz que dados e investimento são processos semelhantes e que estão relacionados com as relações humanas. Se investir é como casar, então estamos a ajudar os investidores no processo, fornecendo tecnologia para tomarem decisões mais precisas e conscientes”, explica Bardón ao Link To Leaders.
“Na Viable Report, os investidores podem definir e personalizar os seus próprios critérios de investimento. Os investidores obtêm todas as informações das start-ups que estão agregadas. As start-ups que se enquadram nos critérios de investimento de um determinado investidor, estão prontas para uma reunião diretamente organizada no calendário do investidor”, acrescenta o espanhol.
O processo de tomada de decisão de investimento é complementado por um algoritmo de aprendizagem mecânica, que utiliza dados históricos de investimentos anteriores, feedback das últimas oportunidades analisadas e critérios de investimento de outros investidores em perfis, indústrias e/ou mercados similares.
“Cada investidor poderá ter critérios de investimento diferentes que podem ser personalizados e parametrizados na nossa ferramenta. O Viable Report conta com um conjunto de 120 fatores ou critérios de investimento, divididos em diferentes dimensões: Conceito, Pessoas, Contexto, Execução, Jurídico e Financeiro. Cada investidor decide quais são os mais relevantes para tomar as suas decisões. Podem ser 20 fatores ou 110 fatores, dependendo da complexidade de cada critério de investimento”, explica.
Para agilizar todo o processo, a Viable Report conta com um advisory board que é constituído por personalidades relevantes do ecossistema empresarial em Portugal, Espanha e Reino Unido. Cada um deles tem uma área de especialização e são ouvidos, antes de qualquer tomada de decisão.
A empresa acabou de iniciar a sua versão beta privada, mas já está a reunir os participantes para a Beta-Trial. “O nosso número ideal seria termos na plataforma cerca de 25 investidores, que apoiem start-ups que procuram investimento em pré-semente e fases de semente, e cerca de 10 construtores comunitários (incubadoras, aceleradores e concursos), principalmente de Portugal, mas também de outros ecossistemas relevantes do mundo”, sintetiza Bardón.
Até agora, fecharam parceria com vários investidores, tais como Koncept (Reino Unido); Rising Ventures (Portugal); Shilling Capital Partners (Portugal); Backstage Capital (EUA); Dybaw (Suíça); Início Avanço (Portugal); APBA (Portugal); Sment Digital (Portugal); Nexus Ventures (Turquia) e Aggeris Ventures (Espanha).
Relativamente aos construtores de comunidades, a plataforma conta com a parceria da Startupbootcamp Digital Health Berlim (Alemanha), Mundo Wearable IOT (EUA), Lispolis (Portugal) e Cidade da Saúde (Portugal).
Incubada na Fábrica de Startups, a Viable foi financiada inicialmente pelos seus fundadores com 10 mil euros e contou ainda com financiamento FFF (Família, Friends, Fools) de 15 mil euros, ou seja, foram investidos na empresa 25 mil euros, desde janeiro de 2016 até agora.
Para o futuro, os fundadores esperam simplificar o processo de candidatura para start-ups, reunindo o máximo de informação possível, a partir de fontes públicas da Internet, bem como analisar os dados na plataforma, para fornecer “insights” automáticos que ajudarão os investidores a melhorar o seu processo de tomada de decisão.
Se é um investidor e quer fazer parte desta ferramenta, basta enviar um email para info@viablereport.com. Se for uma start-up, pode criar uma conta e a Viable irá tentar encontrar o melhor investidor.