Entrevista/ “As empresas tiveram de se adaptar face às exigências dos profissionais e do mercado”

Frederico Barreto, Head of Sodexo Business Services

Depois de há quatro anos ter apostado no Porto para abrir a Sodexo Business Services, o Grupo Sodexo continua o seu caminho de expansão e de criação de soluções que facilitem o dia a dia dos clientes, parceiros e utilizadores. Frederico Barreto, Head of Sodexo Business Services, fala do papel deste centro de serviços partilhados na competitividade e desempenho estratégico da Sodexo.

Presente em 64 países, contando com 420 mil colaboradores e 100 milhões de utilizadores no mundo, a francesa Sodexo é uma das maiores empresas internacionais de serviços de alimentação e gestão de instalações.

Entrou em Portugal em 2015 e, através do seu vasto leque de produtos e serviços, disponibiliza às empresas os benefícios sociais mais relevantes para promover a motivação e a produtividade das suas equipas, entre os quais benefícios extrassalariais para os colaboradores, um fator cada vez mais essencial na retenção de talento.

No mercado nacional, a Sodexo já conta com a confiança de milhares de empresas que optam por atribuir benefícios sociais aos seus colaboradores. Com o lançamento da Sodexo Business Services, no Porto, trabalha para mercados como França, Inglaterra, Irlanda, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Suíça, Espanha ou Polónia.

Que balanço faz da operação Sodexo Business Services em Portugal?
Em 2018, o Grupo Sodexo decidiu apostar em Portugal, particularmente no Porto, para abrir a Sodexo Business Services com vista a maximizar o desempenho operacional do Grupo no âmbito do projeto SoOne, um projeto de transformação de grande escala na Sodexo.

A ambição inerente à criação deste Centro de Serviços Partilhados, no Porto, passa pela centralização e transformação dos processos financeiros e administrativos do Grupo Sodexo de forma a promover a standardização de procedimentos internos, a harmonização tecnológica e a implementação de ferramentas inovadoras.

Enquanto Centro de Serviços Partilhados, a Sodexo Business Services agrega várias atividades transversais de suporte ao negócio como o processamento de faturas, gestão de fornecedores, cobranças, gestão de ativos, pagamentos, entre outros. Assume, portanto, um papel central na competitividade e desempenho estratégico da Sodexo ao contribuir para a eficácia e eficiência operacional do negócio.

A Sodexo Business Services fornece serviços para áreas como Finanças, Controlling, Marketing Digital e Melhoria Contínua. Qual a que tem maior peso na faturação?
Área de contabilidade e serviços financeiros, que corresponde a cerca de 67% do volume de negócios.

Além da equipa, em que estão focadas as vossas apostas empresariais?
Na inovação e melhoria dos processos e na aposta de robotização, de forma a promover a standardização de procedimentos internos, a harmonização tecnológica e a implementação de ferramentas inovadoras.

Há planos para novos negócios?
Sim. Podemos dar como exemplo a transição de atividades da Suécia e a integração deste país no nosso leque de clientes. A Sodexo Suécia tem cerca de 4 mil colaboradores e um volume de negócios de quase 319 milhões de euros por ano, o que nos permite integrar no nosso portefólio um país com um mercado muito apetecível e com dois segmentos de serviços essenciais, mas muitos distintos, como são os casos da área financeira e dos cuidados de saúde, que representam, respetivamente, 48 e 52% do volume de negócios. O plano prevê ainda a transição de mais alguns países e atividades para o Porto.

“Embora a Suécia seja um mercado relativamente grande para nós representará cerca de 3% da nossa atividade”.

Quais as perspetivas para trabalhar um mercado como o da Suécia?
Embora a Suécia seja um mercado relativamente grande para nós representará cerca de 3% da nossa atividade. O principal desafio da Suécia é o facto de trazer um novo negócio com o qual nunca tínhamos trabalhado (área da saúde). Não vamos ter de alterar muito os processos e as nossas equipas estão preparadas para dar suporte às necessidades do país e das atividades que serão transferidas.

Quais os maiores desafios que têm encontrado nos mercados para os quais trabalham?
Alguns dos desafios estão ligados à atração e retenção de talento bem como competências mais específicas como idiomas e algumas competências técnicas.

Qual a estratégia da Sodexo Business Services para uniformizar os processos entre as várias regiões onde opera?
Entre regiões temos processos e sistemas diferentes, que são um desafio à uniformização. Contudo, estamos a fazer um trabalho de uniformização entre as várias regiões baseando-se na abordagem da melhoria contínua, sendo suportados por consultores especializados redesenhando processos e criando novas dinâmicas de equipas, pessoas e sistemas.

Projetos para o futuro?
Continuar a demonstrar competência, excelência na prestação de serviços. Desta forma acreditamos que poderemos continuar a crescer, não apenas no número de atividades que desempenhamos e países que servimos, mas também no número de postos de trabalho que criamos.

O crescimento da Sodexo Business Services em apenas quatro anos é notório pelo aumento considerável do número de colaboradores que, em julho de 2018, correspondia somente a cinco pessoas e que em maio de 2022,conta com 360 trabalhadores, colocando a Sodexo Business Services no top 5 dos maiores Centros de Serviços Partilhados no Grande Porto.

“As empresas tiveram de se adaptar face às exigências dos profissionais e do mercado”.

A pandemia da Covid-19 transformou as formas de estar e de trabalhar nas empresas. Na sua perspetiva, de que forma esta alteração está a ter impacto na compensação/nos benefícios sociais?
As empresas tiveram de se adaptar face às exigências dos profissionais e do mercado. Maior flexibilidade de horários, adotar o modelo híbrido de trabalho, o que corresponde à possibilidade de trabalhar três dias em casa e dois no escritório, no nosso caso, facilitar melhores condições de trabalho em casa, promover iniciativas que permitam manter o espírito de equipa e a cultura da empresa, fomentar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

Os profissionais tornaram-se mais exigentes e valorizam cada vez mais o fator qualidade de vida privilegiando as empresas que permitem essa flexibilidade e que têm agilidade nas sua políticas de recursos humanos. Se por um lado, esta mudança é positiva, por outro, trouxe às empresas grandes dificuldades em atrair e reter o talento e os profissionais com as competências que procuram.

Respostas rápidas:
O maior risco: equilibrar binómio qualidade serviço e uniformização de processos.
O maior erro: subestimar a necessidade de gerir a mudança em todas as sua componentes.
A maior lição: subestimar a necessidade de gerir a mudança em todas as sua componentes.
A maior conquista: ter transferido as atividades de França para o Porto em ano de pandemia em tempo recorde.

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