As 10 maiores mentiras sobre o empreendedorismo

Os pescadores são conhecidos por exagerarem quando falam da realidade do seu dia a dia.  Será que acontece o mesmo no mundo empresarial?

Todos os empreendedores já ouviram conselhos, seja à mesa do café, seja em eventos especificos, e que vão desde verdades insofismáveis de especialistas a menos especialistas.

E quantas vezes já se perguntou quanto daquilo que se diz e se ouve é realmente verdade e quanto não passa de exagero que, se o levar à letra, o pode conduzir à ruína?

O Inc reuniu as maiores mentiras que dez empreendedores e especialistas ouvem com maior frequência sobre empreendedorismo.

É charmoso ser-se empreendedor

“A maior mentira ou ideia errada no empreendedorismo é chamar-se a si mesmo CEO quando se começa uma start-up. Isto representa o que chamo de ´wantrapreneurship´. Os novatos gostam mais do charme do que do trabalho. Ser-se empreendedor é mais duro do que um emprego das 9h às 17h. É preciso comer, dormir e sonhar com isso. Não é para fracos ou cansados”.

Duncan Kabinu, cofundador da Gainesville Dev Academy, um centro de treino de software, e júri do Get Started Gainesville 2016, uma competição nacional de pitch de elevada exigência criada pelo Cox Business

Só precisa de uma boa ideia

“Uma excelente ideia é um importante primeiro passo, mas o seu negócio não chegará a ser um sucesso se não for acompanhado de uma estratégia inteligente e tiver um esforço apaixonado por trás dele”.

Sherry Harnett, consultora de marketing e liderança, professora e júri do Get Started Pensacola 2016

Faça o que gosta e o dinheiro aparecerá

“Nenhuma palavra criou mais empresários fracassados do que a noção de que apenas porque adora o que faz, o sucesso do negócio está garantido e vai ganhar rios de dinheiro. De facto, frequentemente é o amor que alguém tem pelo que faz que se torna no seu calcanhar de Aquiles, porque, em vez de estar a gerir o negócio, acaba por se focar apenas na qualidade do serviço de que tanto gosta, enquanto o negócio se vai desmoronando à sua volta.”

 

Topher Morrison, diretor executivo do Key Person of Influence, um acelerador que já trabalhou com mais de 2 mil empreendedores

O crescimento resolve qualquer problema

“Os novos empreendedores pensam por vezes que um maior volume irá resolver todos os problemas. Embora exista certamente um ponto de inflexão a partir do qual pode esperar começar a ver algum lucro, o seu modelo de negócio tem de ser realista quanto ao custo das vendas e ao retorno sobre o investimento. Se está a perder dinheiro com o seu produto quando está a vender 100 mil unidades, provavelmente irá ter a mesma perda exponencial quando estiver a vender 1 milhão de unidades. Maior não é sempre sinónimo de melhor”.

Susan Armstrong, presidente e CEO da Armstrong Chamberlin Strategic Marketing e júri do Get Started Wichita 2016

Os empreendedores são lobos solitários

“Ser empreendedor é o maior esforço de grupo/comunidade que possa imaginar. Requer apoio, networking e ligações de todo o tipo, entre amigos, família, colegas e pares. Pensar o empreendedorismo como um ato solitário dá-lhe uma perspetiva mais limitativa que pode ter e uma garantia quase certa de falhanço”.

Michael Frenkel, marketing partner daThayer Ventures, uma empresa de capital de risco de São Francisco, Califórnia

Tem uma total liberdade

“O maior equívoco sobre o empreendedorismo é que este lhe dá liberdade. Mas o que se passa e exatamente o contrário; gerir uma start-up consome a sua vida. Se não tiver a paixão de ver o sucesso diluído no tempo, este será, atualmente, sufocante, não libertador”.

Allen Vance, dono da Work in Progress, um espaço de cowork em Las Vegas, e júri do Get Started Las Vegas 2016

Tem de resolver um problema

“Há bastantes histórias de sucesso que envolvem a resolução de uma necessidade latente – produzir algo de que as pessoas gostavam, mas que não sabiam que precisavam até você ter criado. Vai ouvir desdenhar das soluções à procura de problemas, mas não há garantia de que resolver um problema o vai tornar rico ou que vai falhar, ao criar algo que ninguém (ainda) sabe que precisa.”

Chris Tolles, cofundador da Topix e de duas outras empresas

O empreendedorismo é um jogo só para os mais jovens

“A versão do livro de histórias do empreendedorismo começa demasiadas vezes com um fundador que deixou os estudos para seguir a sua grande ideia. A realidade é que é preciso conhecimento técnico, bastante experiência e uma grande rede de networking para que se consiga ser um empreendedor bem-sucedido. Poucos jovens têm a experiência de vida necessária para serem bem-sucedidos. O sucesso tem muito mais probabilidades de surgir numa pessoa que está a meio da sua carreira profissional, que identificou uma oportunidade no mercado em que atua profissionalmente e que tem a experiência de vida, o capital e o networking necessários para correr o risco, reunir a equipa e usar os contactos para enfrentar uma nova aventura.”

Garret Westlake, director executive do daVinci Center, um modelo colegial exclusivo que promove a inovação e o empreendedorismo através da colaboração interdisciplinar na Virginia Commonwealth University

Tem de se ser um especialista na área da sua start-up

“Não ser especialista na área leva-me a criar uma verdadeira empatia com os utilizadores do meu produto e a aprender com eles. Se os produtos ou serviços da minha empresa não estiverem a funcionar comigo, estamos no mau caminho enquanto empresa. Por outro lado, quando funcionam comigo, entrego-me totalmente e começo a aprender tudo o que posso nessa área, para que consiga criar algo de valor. Não é preciso ser-se um especialista para se ver a oportunidade de negócio. Na verdade, ser um especialista irá impedi-lo de ver a empresa ou os produtos da mesma maneira que os seus consumidores, o que irá sem dúvida levá-lo a negligenciar certas soluções e a fazer más apostas”.

Jason Stirman, fundador e CEO da Lucid, um app que oferece meditações de mindfulness de treinadores de especialistas desportivos

Precisa de investidores para ser bem-sucedido

“Se está realmente a resolver um problema e o mercado reage à sua solução, não irá precisar de um investidor. No mundo atual, tem a capacidade de escalar um negócio e de vender diretamente ao mercado. Tenho clientes de todo o mundo a comprarem os meus produtos educacionais. Penso que os investidores têm o seu espaço, mas, de uma maneira geral, tenho visto mais investidores a destruírem empresas do que a ajudá-las”.

Melissa Corbett, criadora e fundadora da GrammarSongs, um plano individual de gramática que integra canções e exercícios num plano simples, e finalista do Get Started Gainesville 2015

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