Ambrosia, a start-up norte-americana que vende sangue jovem por 7 mil €
Há uma start-up norte-americana a cobrar mais de sete mil euros a pessoas com mais de 35 anos por uma transfusão de sangue de pessoas jovens. A empresa já tem perto de 100 clientes.
Este foi o projeto apresentado por Jesse Karmazin na “Code Conference”, uma conferência da Califórnia que terminou na semana passada e contou com a presença de nomes conhecidos como a candidata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, e Reed Hastings cofundador, CEO do Netflix.
A Ambrosia, a start-up de Karmazin, disponibiliza sangue jovem, comprado a bancos de sangue, a pessoas com mais de 35 anos. Apesar de parecer saído de um filme de ficção cientifica, a empresa diz ter resultados positivos. O CEO da Ambrosia referiu na conferência que os seus clientes já sentiram melhorias na saúde e acrescentou ainda que até à data não houve efeitos secundários negativos associados às transfusões de sangue.
Karmazin explicou que a start-up não propõe uma cura para o envelhecimento, em vez disso, espera poder contratar centenas de investigadores que possam investigar se este método tem – ou não – influência no envelhecimento.
Este é um campo ainda muito pouco estudado visto que o envelhecimento natural não é encarado como uma doença. No entanto, testes realizados pela Ambrosia em ratos de laboratório mostraram que a injeção de sangue de roedores mais jovens em animais da mesma espécie, mas mais velhos resultou num melhoramento da memória.
Estes testes estão longe de serem definitivos e os cientistas presentes na conferência falaram da falta de ética por detrás do negócio por ainda não haver provas coerentes dos resultados e da start-up estar a tirar vantagem do entusiasmo do público para vender.
O tópico das transfusões de sangue já tinha sido abordado pelo cofundador do PayPal, Peter Thiel. Neste momento ainda não há provas concretas dos resultados positivos em humanos. Por outro lado, as transfusões de sangue têm alguns riscos como possíveis reações alérgicas.