Entrevista/ “Acredito que temos a possibilidade de continuar a contribuir para a credibilização do setor”
A plataforma “Casa no Minuto” quer ser reconhecida como uma marca confiável e vai apostar em equipas que “pensem”, “falem” e “respirem” imobiliário. Quem o diz é Miguel Santos, diretor-geral da empresa, em entrevista ao Link To Leaders.
A plataforma Casa no Minuto está no mercado nacional desde julho e apesar de centrar a sua atividade no imobiliário da região da Grande Lisboa, a sua ambição passa pela expansão nacional para, num futuro próximo, olhar para o processo de internacionalização do negócio. Miguel Santos, diretor-geral, acredita ter a possibilidade de contribuir para a credibilização do setor e espera conseguir dinamizar o mercado.
Com um investimento previsto de cerca de 500 mil euros para os primeiros 12 meses de atividade, o diretor-geral da plataforma imobiliária prevê faturar cerca de 3 milhões de euros até ao final de 2023.
O que levou a lançar a empresa Casa no Minuto?
Numa ótica de diversificação de investimentos, e considerando novas área de negócio, os sócios da empresa analisaram a oportunidade de criar sinergias dentro de negócios seus já estabelecidos, e nasceu a ideia de se criar uma empresa de mediação imobiliária de base digital, aliada às boas práticas que a indústria já preconiza no contacto direto com clientes.
“(…) queremos equipas altamente profissionais e heterogéneas, no sentido em que se complementem e sejam verdadeiras equipas (…)”.
Qual a estratégia para o mercado português?
Afirmação da marca pela qualidade e não pela quantidade. Rapidez de resposta, mas sempre com o continuado acompanhamento aos clientes e não o seu constante esquecimento. Queremos estar no “top of mind” dos clientes pelas melhores razões, mas sobretudo que possamos ser reconhecidos como uma marca confiável, tanto por quem viermos a servir, como por futuros parceiros de negócio.
Iremos expandir a nível nacional, mas de uma forma consolidada e, por isso, queremos equipas altamente profissionais e heterogéneas, no sentido em que se complementem e sejam verdadeiras equipas, que “pensem”, “falem” e “respirem” imobiliário.
Qual o posicionamento que irão assumir?
Somos uma marca de base digital, mas com o cuidado de dar um rosto humano no decorrer do processo, junto das partes interessadas. Privilegiamos a exclusividade da promoção dos imóveis que nos vierem a ser confiados e pretendemos fomentar a partilha da venda com todos os operadores que estejam licenciados neste setor de atividade. Penso ser este o modelo de negócios mais equilibrado, quando temos como principal alvo o mercado de “mass market”. É também nosso propósito termos rapidez de resposta junto do cliente final, sempre com qualidade no serviço prestado.
Qual o vosso público preferencial? Estamos a falar de clientes com que tipo de perfil?
Clientes que queiram vender casas e que possam comprar casas. Em suma, estejam devidamente motivados e com capacidade para o efeito. Posicionamo-nos como uma marca que trabalhará tanto imóveis usados, como novos lançamentos, mas com o propósito de ter produto para todas as franjas de mercado, produtos esses imobiliários vendáveis e não para pôr à venda.
O que distingue a Casa no Minuto de outras marcas de imobiliário já existentes no mercado?
Acreditamos que com a nossa abordagem ao mercado conseguiremos mudar o paradigma, no que respeita ao contacto com o cliente final, de uma forma proativa e, paralelamente, tornando o processo inovador, pois impactamos esta mesma comunicação com imóveis geolocalizados nas imediações onde o cliente consome os conteúdos digitais, onde terá acesso às nossas ofertas imobiliárias.
Que serviços disponibilizam atualmente?
Os nossos serviços estão totalmente focados na mediação imobiliária de atenção exclusiva ao cliente final, seja ele vendedor ou comprador. A título de exemplo, e no processo de angariação para o cliente vendedor, investiremos numa estratégia promocional condigna com o estatuto e potencialidades do imóvel em causa, sempre na defesa dos melhores interesses do cliente.
Desde logo investiremos a favor do nosso cliente, na aferição do real valor de mercado do imóvel, através de uma avaliação realizada por um perito certificado pela CMVM, produzindo um relatório certificado e totalmente isento, para que o cliente fique ciente das potencialidades de venda do seu ativo imobiliário, para que desde este ponto, possamos em conjunto definir uma estratégia de venda, com vista à maximização do valor final.
Como irão dar a conhecer as vossas oportunidades de negócio?
Sendo uma marca de base digital, privilegiaremos este canal de comunicação, através das diversas marcas internas, com as quais temos sinergias de uma forma natural. Ainda assim, mantenho a convicção da importância da comunicação “offline”, e com isso o desenvolvimento de um conjunto de ações de comunicação, que gravitam em torno deste posicionamento por parte do profissional imobiliário.
Quanto preveem investir no primeiro ano de atividade?
O nosso plano de negócios prevê um investimento total, nesta fase de arranque para ativação da marca, de 500 mil euros.
Para já, a empresa vai operar apenas na Grande Lisboa. A expansão geográfica faz parte dos vossos planos?
Queremos crescer de forma sustentável, independentemente de podermos no imediato ter capacidade de comunicar a nível nacional e internacional. Por conseguinte, a nossa operação inicia-se na região da Grande Lisboa, onde se encontra a sede das diversas empresas detidas pela estrutura acionista, nomeadamente, em Oeiras. Nos próximos meses, abriremos um escritório numa zona de destaque na cidade de Lisboa.
Que outras cidades estão na mira da Casa no Minuto?
É nosso objetivo consolidar a equipa humana que constituirá estes dois escritórios, sendo posteriormente estratégia abrir um escritório na região Norte do país, com uma equipa na cidade do Porto, e outro na região Sul, abrangendo em concreto o mercado do Algarve.
“Acredito que temos a possibilidade de continuar a contribuir para a credibilização do setor que (…), infelizmente não é dos mais bem vistos a nível nacional”.
Que papel empresas como a Casa no Minuto podem assumir na dinamização do mercado imobiliário em Portugal?
Como responsável máximo operacional da marca, e com a experiência que obtive ao longo destes quase 20 anos de indústria imobiliária, acredito que temos a possibilidade de continuar a contribuir para a credibilização do setor, que como é do conhecimento do domínio público, infelizmente não é dos mais bem vistos a nível nacional.
Tem vindo a progredir bastante, e a vinda de novas mentalidades e fantásticos seres humanos, dinamizaram o setor imobiliário pela positiva nestas últimas décadas. Acredito que o projeto “Casa no Minuto”, não pela quantidade, antes sim pela qualidade, fará o seu papel na continuação da credibilização do setor, através de uma política de total transparência nas ações que viermos a realizar, bem como pela postura de completa disponibilidade para parceria com os demais, sempre preocupados em melhor servir quem em nós confia.
Como perspetiva o futuro do mercado da mediação imobiliária?
Cada vez mais os clientes têm acesso a informação e estão esclarecidos, pelo que, mais do que nunca, a preparação e o domínio da informação por parte dos agentes que operam neste setor fará toda a diferença. A isenção e imparcialidade marcará pontos, no momento em que um cliente tiver que optar entre profissionais e suas marcas.
Quero acreditar que, à semelhança de mercados mais maduros e evoluídos, como é o dos EUA ou do Canadá, no futuro o mercado nacional também terá uma base de dados, a chamada “M.L.S.”, onde todos os profissionais partilharão de uma forma transparente os seus negócios, pois o caminho deverá ser o de trabalhar em exclusivo, tanto clientes vendedores, como clientes compradores.
“O nosso plano de negócios prevê uma faturação de 3 milhões de euros em comissões até ao final de 2023 (…).
Quais a previsões de faturação para este ano?
O nosso plano de negócios prevê uma faturação de 3 milhões de euros em comissões até ao final de 2023, pressupondo concretizar um mínimo de 200 transações, com uma equipa de 50 consultores até ao final desse ano.
Alguma ronda de investimento no horizonte para terem tração para eventuais novos desafios?
Temos em “pipe-line” algumas campanhas que lançaremos até ao final do ano, no âmbito já não de ativação, mas sim de afirmação da marca. Manteremos uma clara aposta na identificação de recursos humanos que venham a compor a equipa, elementos estes já com experiência na indústria, que pela qualidade façam a diferença junto do cliente final com as ferramentas que lhes iremos proporcionar.
“Será nosso propósito num futuro próximo, olhar para um processo de internacionalização do negócio (…)”.
Projetos para o futuro?
Sendo a Casa no Minuto, essencialmente, uma marca que responderá à procura do mercado em Portugal, temos consciência que a maioria dos nossos clientes são cidadão nacionais, mas também iremos ter clientes estrangeiros. Será nosso propósito, num futuro próximo, olhar para um processo de internacionalização do negócio, mas em moldes diferentes daqueles que estamos agora a efetuar e que farão o cruzamento natural de interesses com a nossa marca.
Respostas rápidas:
O maior risco: Não querer arriscar.
O maior erro: Confundir errar com aprender.
A maior lição: Não erramos, aprendemos.
A maior conquista: Os meus três filhos.