Opinião

A Importância da Inspiração

João Costa, country manager da Expense Reduction Analyst

Ao longo da história conhecemos pessoas que se destacaram por serem inspiradoras. Em geral, em luta por alguma causa, disseram palavras que ganharam seguidores e provocaram lágrimas e aplausos.

Martin Luther King, a favor da igualdade racial em protestos não violentos, morreu por ela, tendo feito discursos notáveis com passagens que ficam na memória, como é o caso de “O perdão não é um ato ocasional. É uma atitude permanente. Devemos aceitar uma desilusão finita, mas nunca perder a esperança infinita”.

Madre Teresa de Calcutá inspirou pelo exemplo da sua compaixão e do seu altruísmo ao serviço dos pobres e marginalizados. Os seus atos de bondade e a sua fé inspiraram outros a juntarem-se a ela na sua missão e a fazerem uma diferença positiva na vida dos mais necessitados. “Nem todos nós podemos fazer grandes coisas. Mas podemos fazer pequenas coisas com grande amor”, disse.

Barack Obama proferiu diversos discursos que inspiraram a esperança na mudança: “A mudança não virá se esperarmos por outra pessoa ou por outro momento. Nós somos aqueles por quem temos estado à espera. Nós somos a mudança que procuramos”.

Nelson Mandela e Mahatma Gandhi inspiraram pela luta pacífica, promovendo a reconciliação e a unidade. Enquanto o líder indiano afirmou “Tens de ser a mudança que desejas ver no mundo”, o político sul africano pediu: “Não me julguem pelos meus êxitos, julguem-me pelo número de vezes que caí e me levantei de novo”.

“Ganhamos a vida com o que recebemos, mas fazemos uma vida com o que damos. Um pessimista vê a dificuldade em cada oportunidade; um otimista vê a oportunidade em cada dificuldade”, disse Winston Churchill num dos seus discursos que, durante a 2.ª Guerra Mundial, inspiraram as tropas para a coragem e determinação, ao enfrentarem muitas situações de adversidade.

Mais recentemente, Volodymyr Zelensky conseguiu reunir a Europa em torno da ideia da salvação da democracia com discursos que ficarão na História. “Inspiraram as tropas para a coragem e determinação, ao enfrentarem muitas situações de adversidade”, declarou.

“Os direitos humanos não são apenas violados pelo terrorismo, pela repressão ou pelo assassínio, mas também por estruturas económicas injustas que criam enormes desigualdades. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo”, defendeu o Papa Francisco, que marcou o seu pontificado pela sua humildade, preocupação com os pobres e promoção da justiça social, sem nunca descurar as alterações climáticas, migrações e desigualdades.

Ora, o que todos têm em comum é que os seus atos e discursos assentam numa ideia central, elevando os valores de retidão, honra, integridade, muitos deles no sentido e defesa da paz e da pacificidade. Em consequência, criam consciência cívica e de justiça, esperança num futuro melhor. Inspiraram multidões e tocaram-nas. Deixam um legado na História.

Na nossa era, esta inspiração faz falta; como faz falta a promoção de valores e de normas de conduta. Nas escolas e universidades, nas empresas, na política, no espaço público, é necessário e importante ter presente os valores, as condutas, as atitudes assentes em princípios maiores, mais altos, exemplares: dignidade e retidão, honestidade e sinceridade, integridade, respeito, equidade e justiça, compaixão e empatia, responsabilidade, confiança, civismo, competência, excelência. Se alguns promoverem estes princípios morais e éticos pode ser que inspire outros a segui-los. E, assim, construiremos um mundo melhor.

Comentários

Artigos Relacionados