Entrevista/ “A Hunter quer fazer com que a micromobilidade seja segura mas divertida”
Começaram por desenhar uma mota elétrica, mas acabaram por lançar primeiro o skate Hunter Board, revelou Miguel Morgado, cofundador e Chief Product Officer da Hunter Board. Hoje, quatro anos depois, já vendem para mais de 20 países. Entretanto, a mota elétrica está prestes a chegar ao mercado.
Made in Portugal, concretamente no Carregado, Alenquer, pelos jovens Miguel Morgado, Pedro Andrade, João Gomes e Duarte Lino, o skate elétrico da Hunter Board ultrapassou fronteiras e ao longo dos últimos quatro anos tem conquistado o seu espaço na cena internacional e, em 202o, foi considerada uma das melhores invenções do ano pela revista Times.
Melhorar o produto e introduzir novas funcionalidades é um trabalho que a equipa fundadora tem vindo a desenvolver, com o apoio de investidores como a Shilling, a Olisipo Way, a Core Angels, a Ideias Glaciares, a Wisenext ou a Startup Braga, entre outros que participaram nas rondas de investimento feitas até agora. “Queremos ser reconhecidos como uma marca que inova e transforma a mobilidade elétrica na segurança e performance” é a ambição de Miguel Morgado.
Quase quatro anos depois da criação da Hunter Board como olha para os resultados alcançados?
Já vendemos para mais de 20 países o que mostra que conseguimos comunicar bem a nossa marca. No entanto, notamos que o mercado dos skates é substancialmente inferior ao das trotinetes por razões de segurança. Por isso, o nosso próximo add-on será um handlebar que transformará o skate numa trotinete de quatro rodas e suspensão independente.
Como surgiu a ideia de criar a Hunter Board?
Surgiu quando estávamos a desenhar uma mota elétrica e quisemos testar numa escala mais pequena os componentes eletrónicos da mota. Acabámos por nos entusiasmar com a conceção do skate e acabámos por lançar o skate antes da mota.
Desenhar e fabricar o skate em Portugal, concretamente no Carregado, é uma vantagem ou desvantagem para o projeto?
Portugal tem a grande vantagem de se conseguir fazer mais com menos porque os custos de operação são inferiores a algo comparado com os EUA. No entanto, quando é preciso escalar nota-se que temos de deslocalizar pelo menos a parte de marketing e logística de Portugal.
Quantos skates já vendem anualmente?
Atualmente já vendemos 130 skates. O nosso mercado é sobretudo o americano e concentra-se muito em Nova Iorque e Los Angeles.
Quais as metas para este ano em termos de vendas?
As metas deste ano estão mais focadas no lançamento da mota elétrica, que era o nosso objetivo desde o início. O skate foi um veículo de construção de marca, mas também para ganharmos conhecimento no que é produzir, vender e distribuir um veículo elétrico. Claro que vamos sempre continuar a evoluir e vender o nosso skate.
E quanto a expansão geográfica, quais os mercados prioritários para empresa?
Queremos crescer na Europa, mas temos de mudar um bocado a nossa comunicação e entrar mais no retalho.
“(…) vemos o skate como um veículo e não como um brinquedo”.
Afirmam no vosso site que “o Hunter Board está aqui para redefinir o que um skate elétrico pode ser”. De que forma? Que caraterísticas destaca no vosso produto para fazer a diferença?
Nós apostamos muito na segurança e por isso temos um sistema de suspensão patenteado e um sistema de estabilização anti wobble. Isto porque vemos o skate como um veículo e não como um brinquedo.
Planeiam acrescentar novas funcionalidades ao skate?
Muitas. Para além do acessório que transforma o skate numa trotinete, temos uma lista delas que não vamos já divulgar. O desafio é manter sempre a mesma base e lançar produtos que melhorem e não substituam o skate atual.
Em 2020 o vosso skate foi considerado uma das 100 melhores invenções do mundo pela revista Time. O que é que esse “prémio” representou para a Hunter Board?
Foi um orgulho enorme e pôs a Hunter Board nas bocas do mundo. Infelizmente ainda não tínhamos a produção estabilizada e, portanto, não pudemos aproveitar o boom de vendas que esse prémio poderia ter criado.
O que é a Hunter pode fazer, ou quer fazer, pelo futuro da micromobilidade?
A Hunter quer fazer com que a micromobilidade seja segura mas divertida. Queremos que as pessoas se divirtam na sua deslocação diária que é muito frequentemente stressante e aborrecida.
“[os investidores] Desempenham um papel fundamental pela razão óbvia de darem oxigénio à empresa (…)”.
Qual o papel que os investidores têm tido no percurso feito pela start-up até agora, uma vez que há fizeram várias rondas?
Desempenham um papel fundamental pela razão óbvia de darem oxigénio à empresa, mas também pelo enorme apoio que nos dão em cada desafio que temos de resolver.
Em 2021 a empresa afirmava como objetivo chegar aos 200 milhões de praticantes de desportos de prancha no mundo. Mantêm essa meta?
Sim. Mas só será possível com o futuro skate mini que será também mais barato.
Acabaram de lançar uma moto elétrica igualmente inovadora. Quais as metas para este novo produto?
Com esta mota queremos mostrar que as motas elétricas conseguem ser melhores do que as motas a combustão em todas as vertentes até na mais difícil até agora que é a performance. Nos teremos a mota mais rápida dos 0 aos 100kmh e anunciaremos isso em breve.
Porquê diversificação para esta área de produto?
Como referi, a mota começou a ser desenhada antes do skate, portanto era o caminho já desde o início.
“Queremos ser reconhecidos como uma marca que inova e transforma a mobilidade elétrica na segurança e performance”.
Enquanto empreendedores como tem sido para a equipa a “aventura” Hunter Board?
Muito motivante e sentimos que estamos a trabalhar para o futuro da mobilidade. Queremos ser reconhecidos como uma marca que inova e transforma a mobilidade elétrica na segurança e performance.








