85% das profissões que existirão em 2030 ainda não foram inventadas
A digitalização está aí e está cada vez mais rápida. Os alertas têm sido sucessivos, vindos de todos os quadrantes da economia. Tendo em conta este cenário, a Adecco defende que é urgente preparar os negócios para a revolução da requalificação profissional dos trabalhadores.
A pandemia acelerou a transformação digital em todos os setores de atividade e desbloqueou novas oportunidades para o crescimento da inteligência artificial (IA), robótica e tecnologias de automatização na generalidade.
Mas se não se conhecem os contornos das funções que os profissionais irão desempenhar em 2030 no presente, como antecipar esta lacuna? Há dados inequívocos quanto ao perfil pessoal e competências que pesam na balança da contratação, avança a Adecco em comunicado.
De acordo com um estudo do Institute For The Future, a maioria (85%) das funções que iremos desempenhar em 2030 ainda não foram inventadas.
Alain Dehaze, CEO global do Grupo Adecco, afirma que é urgente preparar os negócios para a revolução da qualificação dos seus trabalhadores: aprendizagem contínua, reskilling e upskilling são a resposta-chave para preparar profissionais e empresas para o futuro.
O inquérito ‘Transformação da Força de Trabalho Pós-Covid’, da Adecco, demonstrou que, quando se trata das competências mais procuradas, 84% dos líderes empresariais e 59% dos trabalhadores identificam a análise de dados e as competências em ciências de dados como a sua principal prioridade para o futuro. Além disso, competências como a resiliência, inteligência emocional e criatividade também se tornaram obrigatórias.
Mas independentemente das competências atuais, pessoais, profissionais e emocionais, mesmo para os mais qualificados, está em curso uma reorganização de competências (skills) em massa das funções de trabalho. A necessidade de reskilling é uma realidade crescente para os trabalhadores a todos os níveis e em toda a indústria, que é transversal a todas as especializações de funções e geografia. Para dar resposta aos desafios do futuro, as empresas que querem singrar têm que ter este facto em mente e agir para a requalificação da sua força de trabalho.
Será que todos precisam de se reciclar? Segundo a Adecco, sim. As competências que as pessoas aprendem no início das suas carreiras não são necessariamente as mesmas que irão precisar no futuro. Os especialistas do Grupo Adecco e up/re-skilling trabalham precisamente com os clientes para formar uma força de trabalho à prova de futuro.
As evidências sugerem que o mais alto grau de disrupção e automatização está a ter lugar em funções de nível inferior e médio. De acordo com o inquérito aos trabalhadores do Grupo Adecco e do BCG – Boston Consulting Group, 77% dos trabalhadores de nível intermédio esperam que o seu emprego seja significativamente perturbado, pelo menos de cinco em cinco anos, tal como 53% dos trabalhadores de escritório não qualificados.
Mesmo as funções de nível intermédio, criativas e estratégicas, tais como marketing e vendas, estão a evoluir. Charlie Schilling, Diretor-geral da General Assembly (Entidade de formação do Grupo Adecco), partilha a sua experiência na atualização de competências no sector do marketing durante os últimos anos: “Estamos a falar de pessoas que costumavam passar o seu tempo a pensar em cupões de desconto e estratégias muito tradicionais. Agora, a esses mesmos profissionais, estamos a ensinar a ciência dos dados em torno da aquisição e retenção de clientes, para que possam então operar num ambiente mais rico em dados e fornecer insights”.
Ainda de acordo com a Adecco, os trabalhadores altamente qualificados também não estarão a salvo das ameaças da evolução tecnológica às suas funções. A automatização de tarefas complexas e uma nova geração sofisticada de soluções de IA e de aprendizagem por máquinas já foram introduzidas em áreas onde os seres humanos eram anteriormente considerados indispensáveis, incluindo Medicina, planeamento financeiro e Direito.