8 ideias a priorizar na gestão de ativos em 2017

Eis 8 ideias que as empresas especializadas em gestão de ativos devem priorizar em 2017 para melhor servirem os seus clientes e manterem-se competitivas, segundo a Mercer.

As mudanças na regulamentação continuam a ser uma preocupação na gestão de ativos a nível mundial, a par da introdução de robots e da evolução das fintech que têm vindo a mudar este mercado.

A Mercer lançou oito ideias que as empresas especializadas em gestão de ativos devem priorizar em 2017 para melhor servirem os seus clientes e manterem-se competitivas num mercado caraterizado pelos exigentes desafios inerentes ao aumento da regulamentação.

1. Preparação para as alterações regulatórias

As alterações na legislação continuam a ser uma das principais preocupações para os wealth managers em todo o mundo. Na Europa, por exemplo, a legislação MIFID II irá impor requisitos regulatórios adicionais aos wealth managers. Com este cenário e com a pressão nas comissões praticadas, os wealth managers devem aproveitar para melhorar e diferenciar o seu negócio. Recomenda-se a comunicação de um modelo mais robusto face à concorrência, tendo em conta a proposta de valor de forma a reter e atrair clientes.

2. Análise da gestão ativa

Continua a verificar-se uma tendência de maior utilização de estratégias de gestão passiva justificada na maior parte das vezes por comissões mais baixas e pelos recentes resultados menos bons de gestores de ativos. Quase oito anos de valorização dos mercados e com as taxas de juro nos valores mais baixos de sempre, a procura de gestão passiva (Beta) reduziu, enquanto as perspetivas de gestão ativa (Alfa) parece ter aumentado. As empresas devem considerar estratégias que procurem mitigar os riscos de perda e um foco no risco de cada ativo que compõe a carteira de investimentos.

3. Aproveitar a tecnologia

A finTech (financial technology) é a realidade atual para a indústria de gestão de ativos. Muitas empresas tecnológicas podem oferecer soluções de back-end e front-end e, muitas delas, estão em conformidade com a nova regulação e com as necessidades de compliance. Quanto mais os gestores forem capazes de implementar processos automatizados, mais tempo poderão dedicar ao acompanhamento dos clientes. A escolha de fornecedores de soluções tecnológicas deve ser prudente visto ser uma decisão fiduciária.

4. Parcerias com outros fornecedores

Neste novo cenário de avanços regulatórios e tecnológicos, as empresas de wealth management devem apostar nas suas vantagens competitivas e desenvolver uma combinação de recursos internos e externos para o research e soluções de investimento. Os mais exigentes requisitos regulatórios podem implicar um modelo de governance mais rigoroso e documentação de processos relativos a decisões de investimento, o que por sua vez pode levar a investimentos de grande dimensão ou a processos longos demais para serem desenvolvidos dentro da empresa.

5. Considerar investimentos alternativos

As elevadas valorizações nos mercados e os baixas rendimentos das obrigações poderão fazer com que seja mais difícil alcançar os objetivos de rentabilidade. Os alternativos deverão assumir um papel cada vez mais importante numa altura em que os investidores assumem riscos adicionais e diferenciados, de forma a conseguirem obter os mesmos retornos do passado. Uma vez que os alternativos tendem a conter uma combinação de iliquidez e de risco, os consultores devem explicar esses cenários aos clientes e assegurar que entendem os diferentes produtos.

6. Incorporar ‘Environmental, Social and Governance’

Nos EUA, o DOL (Department of Labor Fiduciary Rule) facultou em 2015 linhas gerais  que permitiram explicitamente às entidades fiduciárias a consideração de questões ambientais, sociais e de governance no momento da tomada de decisão dos investimentos. Acreditamos que este cenário se adequa às mudanças na indústria no sentido dos processos de gestão de ativos orientados por objetivos que incorporam metas financeiras e não financeiras num programa de investimentos. Os portfólios com parâmetros ESG podem também ser fonte de diferenciação para os wealth managers.

7. Estabelecer soluções personalizadas para o cliente

A abordagem “one-size-fits-all” para o wealth management tem vindo a ser colocada de parte em detrimento de serviços e soluções de aconselhamento baseados em objetivos personalizados a segmentos com diferentes caraterísticas demográficas e de risco. Com a expectativa de que mais gestores incluam portefólios dedicados a pós-reforma, que se focam no investidor, as soluções mais bem-sucedidas serão concebidas para alcançar, de forma razoável, objetivos claramente identificáveis relacionados com a capacidade de uma pessoa aproveitar rendimentos adequados e sustentáveis na sua reforma.

8. Considerar soluções discricionárias

Continua a aumentar anualmente a quantidade de ativos em contas discricionárias. Estes ativos são historicamente investimentos a longo prazo, pelo que oferecem uma fonte de rendimento estável. Ainda assim, nem todos os clientes estão confortáveis em conceder o controlo total sobre as suas decisões de investimento. Este facto está a permitir o crescimento de um modelo de aconselhamento ativo.

 

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