As 5 questões fundamentais a colocar antes de criar um produto

Conheça o “Doughnut Test” antes de criar um produto novo. Um teste de cinco questões que vai colocar a sua ideia à prova e ajudá-lo a perceber se as pessoas precisam realmente da sua nova criação.

Em 2015, a Wired entrevistou Greg Marra, o product manager do Facebook. A dada altura da entrevista, o responsável pelo news feed da rede social introduz o paradoxo do irresistível rol infinito de artigos, imagens e vídeos que nos são apresentados na página principal da daquela rede social. Greg Marra comparou esta cascata de informação a donuts: “se olharmos para as pessoas a comer donuts pensamos ‘as pessoas adoram donuts. Vamos dar-lhes mais’. Mas se falarmos com elas vão dizer ‘não, na verdade o que eu queria era comer menos donuts e talvez beber um smoothie de vegetais”.

Se por um lado os donuts são produtos irresistíveis, por outro sabemos que o seu valor nutricional não só é mau, como pode causar problemas de saúde. Esta comparação não serve apenas para o news feed do Facebook. Serve igualmente para as tecnologias que usamos, para os meios de transporte que utilizamos e para a forma como passamos o nosso tempo livre. Muitas das coisas que usamos no dia-a-dia tornam a vida mais fácil e possivelmente mais preenchida, mas, a longo-prazo, não nos tornam nem mais saudáveis nem mais felizes.

Foi a partir da ideia partilhada pelo gestor de produto do Facebook que Thomas Goetz, CEO e cofundador da Iodine, elaborou o “Doughnut Test”, uma lista de cinco perguntas que os empreendedores devem fazer antes de desenvolverem um produto. Os inventores e criadores de negócios são especialmente importantes para contornar esta tendência, visto que, como refere Goetz num artigo na revista Inc., “algumas das maiores causas de morte são resultado do mundo que construímos, das empresas que apoiamos e dos produtos que consumimos”.

Deste modo, é relevante que, no processo de desenvolvimento de um novo produto, faça a si próprio estas cinco questões:

1. O seu produto reduz o tempo que as pessoas passam sozinhas?
2. Ajuda as pessoas a mexerem-se mais?
3. É bom para a sua família/amigos/comunidade?
4. Faz com que as pessoas se sintam melhor depois de o utilizarem?
5. Os benefícios são maiores quanto mais as pessoas o usarem?

A ideia de fazer estas questões passa por aferir, antes que seja tarde, se está a tornar o mundo num lugar melhor e mais feliz – ou se está simplesmente a criar mais donuts que fazem as pessoas felizes a curto prazo, mas que, eventualmente, as tornarão infelizes. De acordo com o criador desta lista de questões, o propósito é fazer com que as pessoas pensem nas consequências a médio/longo-prazo daquilo que estão a criar, de forma a que não seja tarde de mais – tal como o caso do Facebook.