5 questões ao CEO da OffCoustic que desenvolve cabines para escritórios

Fundou a Offcoustic em 2019 e é atualmente CEO da empresa que fez crescer do zero, a Offcoustic. Rodrigo Pessoa Jorge aceitou o desafio do Link to Leaders e respondeu a 5 questões sobre inovação, competências, ideias que gostava de implementar, investimentos e erros.

E se tivesse uma cabine telefónica no escritório? É precisamente isto que a Offcoustic apresenta. A start-up criada há cerca de quatro anos desenvolve cabines telefónicas para escritórios, concebidas para reduzir os ruídos circundantes e adaptar-se a qualquer espaço. Tem soluções personalizáveis para uma ou duas pessoas e destinadas a pequenas e médias empresas, espaços de coworking e start-ups tecnológicas.

O que é para si inovação?
Inovar não é só inventar a roda. Diria que inovação pode ser juntar conceitos não obviamente ligados, para resolver um problema da melhor forma. E se tudo correr bem, uma empresa vai trazer inovação tecnológica ao longo dos anos e não só no seu primeiro ano. O desafio é criar uma cultura e equipa certa para inovar 1% todos os dias.

As trotinetes já existem há mais de 100 anos e recentemente estão em todas as grandes cidades, com tecnologia e modelo de negócio inovador, de pagar ao minuto. O que foi inovador foi o conceito e não o produto em si. Já existiam modelos de negócios de pagar ao minuto, mas juntar os dois para se construir um modelo melhor para os utilizadores foi em si inovador.

Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
A estratégia da Offcoustic tem sido de dar muita flexibilidade, autonomia e responsabilidade aos membros da equipa, com objetivos bem definidos, e bónus de performance alinhados com as funções de cada um. Aliado a uma política de tolerância ao erro alta, e sempre a pensar que todos os problemas têm solução.

Podemos falhar mais hoje, mas falhamos menos do que há dois anos, e daqui a dois anos seremos ainda melhores. Se tivesse que resumir,  diria que a competência fundamental para exercer liderança é a criatividade. Criatividade para resolver problemas, e desenhar os processos e sistemas de incentivos certos para a equipa.

“Em 2020, tinha pensado numa app para facilitar agendamentos sociais entre amigos e familiares e, recentemente, vi duas start-ups de Berlim e Singapura a desenvolver esse mesmo conceito”.

Uma ideia que gostava de implementar?
Várias. (In)felizmente tenho mais ideias do que as que executo. Já tentei algumas, sendo a Offcoustic a que correu melhor. Mas tenho mais guardadas. Desde um corta unhas que recolhe logo as unhas que saltam (problema pouco relevante, mas irritante) a produtos de tecnologia. Em 2020, tinha pensado numa app para facilitar agendamentos sociais entre amigos e familiares e, recentemente, vi duas start-ups de Berlim e Singapura a desenvolver esse mesmo conceito. Há muitos problemas para resolver e muitas start-ups por criar.

Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Ter os básicos certos. Qual o problema que resolvem, de que target, qual o volume do mercado potencial, qual é a solução proposta (produto), porque é um bom modelo de negócio rentável, e porque são a equipa e timing certos. E o que já fizeram até agora, e com que recursos. Parece óbvio, mas o difícil é ter uma excelente articulação e resposta para todos estes temas. Recomendo seguir os recursos do YCombinator, com mais detalhe sobre este tema.

Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Nunca cometer o mesmo erro duas vezes. De resto, é normal e é suposto errar, ou então não estão realmente a experimentar fora da zona de conforto. Mas diria que os temas mais importantes para evitar errar são na escolha dos sócios ou investidores, e na contratação da equipa. São os temas mais importantes e mais caros de errar.

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