Entrevista/ 5 questões a Mário Tarouca, cofundador e COO da Framedrop.ai

Mário Tarouca, cofundador e COO da Framedrop.ai

“Errar faz parte do processo, mas o verdadeiro problema é repetir os mesmos erros sem aprender. A capacidade de se ajustar rapidamente e de responder às mudanças no mercado é essencial para o sucesso de uma start-up”, defende Mário Tarouca, cofundador e COO da Framedrop.ai.

A plataforma Framedrop, que foi criada em 2023, em Coimbra, por João Diogo Costa e Mário Tarouca, tem na sua génese o mundo do gaming e dos streamers do Twitch, numa perspectiva B2B. Mas rapidamente os seus fundadores perceberam que o negócio deveria ser alargado a todos os produtores de conteúdo de forma lata, por isso a tecnológica portuguesa reposicionou os seus serviços.

A start-up – que já foi apontada pela EU-Startups como uma das 10 start-ups mais promissoras e a ter em consideração em 2024 –  lançou recentemente uma nova solução dirigida aos criadores de conteúdos, editores de vídeo e grupos de media que promete acelerar o tempo, a qualidade e a amplificação da indústria de podcasts, videocasts, streaming e de todo o tipo de conteúdo falado. Com recurso a inteligência artificial, a Framedrop.ai assegura que os melhores momentos em cada conversa ou entrevista transformam-se, em poucos minutos, em vídeos curtos prontos a serem partilhados e editados nas plataformas e redes sociais.

Através da sua ferramenta que já processou, desde o seu lançamento, 3 milhões de minutos, 16 mil vídeos, 304 mil destaques e que conta com 10 mil utilizadores, a start-up não quer ficar por terras lusas e aponta a mira, já este ano, a mercados estratégicos como EUA, Reino Unido e Europa.

O Link to Leaders desafiou o seu cofundador e COO Mário Tarouca a partilhar a sua visão sobre o que fazer para atrair investimento, os erros que as start-ups não devem cometer e ainda o que entende por inovação.

O que é inovação para si?
Para mim, inovação é a capacidade de transformar ideias em soluções práticas e impactantes que resolvem problemas reais. É sobre criar algo novo e valioso que pode melhorar a vida das pessoas e a eficiência dos processos. Inovação significa também desafiar o status quo, pensar fora da caixa e estar disposto a assumir riscos para alcançar um progresso significativo. Na Framedrop.ai, por exemplo, utilizamos a inteligência artificial para revolucionar a maneira como criadores de conteúdo geram e distribuem os seus conteúdos, otimizando o tempo e ampliando o alcance.

“(…) além dos retiros semestrais de equipa de três dias, promovemos field trips, trabalhando juntos em diferentes cidades onde os membros da equipa residem”.

Qual a competência chave para exercer a liderança hoje em dia?
A competência chave para a liderança hoje em dia é a adaptabilidade. Num mundo em constante mudança, um líder deve ajustar-se rapidamente a novas circunstâncias, aprender continuamente e inspirar a equipa a fazer o mesmo. Além disso, a capacidade de comunicar uma visão clara e motivar a equipa para alcançar objetivos comuns é essencial. Na Framedrop.ai, promovemos uma cultura de aprendizagem e flexibilidade, onde cada membro tem liberdade para experimentar e inovar. Trabalhamos remotamente desde o início e adaptamos nossos processos de comunicação e decisão conforme necessário. Por exemplo, além dos retiros semestrais de equipa de três dias, promovemos field trips, trabalhando juntos em diferentes cidades onde os membros da equipa residem.

Uma ideia que gostaria de implementar?
A nossa visão para a Framedrop.ai é torná-lo num super agente de promoção de conteúdos de vídeo. O objetivo final é permitir que marcas e criadores de qualquer dimensão tenham acesso a uma ferramenta que lhes permita promover os seus conteúdos de vídeo de forma totalmente automatizada por uma fração do tempo e do investimento face ao custo atual.

“Ter uma equipa experiente e dedicada também é essencial, pois os investidores procuram pessoas que possam executar a visão com eficiência”.

Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Uma start-up deve destacar claramente o problema que está a resolver e a inovação da sua solução. Demonstrar tração inicial, como crescimento de utilizadores ou receitas, e um mercado potencial significativo é crucial. Além disso, um modelo de negócios escalável e sustentável deve ser evidente. Ter uma equipa experiente e dedicada também é essencial, pois os investidores procuram pessoas que possam executar a visão com eficiência. Por fim, apresentar dados concretos e projeções financeiras realistas que suportem um crescimento a longo prazo é fundamental para atrair investimento.

Erros que as start-ups nunca devem cometer?
O maior erro de uma start-up é evitar cometer erros. É importante estar aberto à experimentação e aprender com os erros, pois isso faz parte do crescimento e da inovação. Na Framedrop.ai, valorizamos a flexibilidade e a capacidade de adaptação. Errar faz parte do processo, mas o verdadeiro problema é repetir os mesmos erros sem aprender. A capacidade de se ajustar rapidamente e de responder às mudanças no mercado é essencial para o sucesso de uma start-up.

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