5 questões a Ana Pinto, cofundadora e CEO da Reckon.ai

“Não ter medo de partilhar a sua ideia e ouvir várias opiniões” é a mensagem da fundadora da Reckon.ai para quem quer empreender. Ana Pinto acredita que atrasar a entrada dos projetos no mercado, na expetativa de ter o produto perfeito, pode comprometer o sucesso do negócio a longo prazo.
A Reckon.ai é uma start-up nascida no Porto que já leva cinco anos de atividade. Desenvolve soluções de inteligência artificial e visão computacional aplicadas ao setor do retalho. Inicialmente começou por disponibilizar uma plataforma de análise de preços que visava ajudar as cadeias de retalho a definir estratégias de pricing, mas rapidamente apostou na automatização do processo de compra pelos consumidores, materializando o conceito grab and go.
Os engenheiros Ana Pinto (CEO) e Paulo Ribeiro (CTO) foram os fundadores deste projeto que combina inteligência artificial, visão computacional e retalho. Ana Pinto partilhou com o Link To Leaders a sua visão sobre cinco aspetos relacionados com a atividade empreendedora.
O que é para si inovação?
Inovação significa melhorar, transformar algo que já existe, seja isso um processo, um produto ou um serviço, procurando trazer mais eficiência e eficácia.
Qual a competência fundamental para exercer a liderança nos dias de hoje?
Na minha opinião, a confiança e a habilidade/agilidade em resolver problemas são a base para a liderança. Ter e transmitir confiança é fundamental nas relações, quer seja com os colaboradores, quer seja com os investidores. Por outro lado, a capacidade de resolução de problemas não significa que temos todas as respostas, mas permite dar orientações e guiar a equipa no caminho que acreditamos ser o certo.
Uma ideia que gostava de implementar?
Utilizar o conceito e tecnologia que temos atualmente para, além de criar experiências de compra rápidas e autónomas, também ajudar os retalhistas a evitar o desperdício alimentar.
Que argumentos não devem faltar numa start-up para atrair investimento?
Mostrar capacidade de execução, e isso é resultado da construção de uma equipa sólida. Ter uma equipa com capacidade de entregar ao cliente e crescer sustentavelmente no mercado, julgo ser mais do que suficiente para que os investidores acreditem na empresa.
Erros que as start-ups nunca devem cometer?
Diria que não há nenhum erro que as start-ups nunca devem cometer. Por mais coisas que ouçamos, artigos ou livros que lemos, nenhum nos transmite aquilo que é a nossa experiência e aprendizagem. Apenas uma mensagem para quem quer empreender, é não ter medo de partilhar a sua ideia e ouvir várias opiniões.
Para quem já tem alguma coisa idealizada, diria que atrasar a entrada no mercado na expetativa de ter o produto perfeito pode comprometer o sucesso do negócio a longo prazo. Quanto mais cedo tiverem feedback, melhor, porque conseguem ajustar-se ao que o mercado efetivamente procura.