O que 5 investidores de capital de risco procuram nas start-ups?
Conseguir captar capital de risco para o negócio pode estar nos seus planos, mas não no dos investidores que aborda. Terá a sua empresa o que procuram os investidores numa start-up?
O investimento é uma necessidade que quase todas as start-ups têm, mas que poucas conseguem suprir sem comprometer o negócio ou o seu controlo sobre a empresa.
Os custos são sempre um desafio para qualquer start-up, mas se, até há algum tempo, a alternativa eram os empréstimos bancários, hoje já não o são, surgindo no horizonte o capital de risco, que muitos pensam ser a solução para todos os seus problemas financeiros e que buscam incessantemente captar na maioria das vezes sem sucesso.
Mas como se consegue captar a atenção do investidor de risco (VC)? O empreendedor norte-americano Andrew Medal, fundador de várias start-ups na área da web e mobile, criador e dinamizador de um grupo de 10 mil empreendedores e do Last Mile Project, através do qual ensina reclusos dentro das prisões a se tornarem empreendedores, partilhou no Entrepreneur as cinco dicas de VC que considera ser extremamente importantes para si.
- Resolva um problema que outros ignoraram
“Perceba para onde caminha o mundo e chegue lá primeiro”, diz Wade Diebner, managing partner do ExCapsa Group, a investidora por detrás da solução de B2B LeadCrunch. “Garanta que tem uma solução para um problema específico, do qual tem o conhecimento necessário para lhe dar resposta. No fim de contas, uma solução, não interessa quão charmosa é, só é boa enquanto não surgiu outro alguém que desenvolva uma parecida. O seu produto precisa de se afirmar, face aos da concorrência, com mais recursos e dinheiro, e de oferecer outras mais-valias que os outros não consigam oferecer. Procuramos start-ups que não apresentem apenas soluções para mercados ainda pouco explorados, mas que também resistam à tentação de se encostarem à sua vantagem temporária.”
- Quando faz um pitch foque-se nos aspetos mais importantes
Edith Yeung, partner da 500 Startups, aconselha quem se candidate ao acelerador a focar o seu pitch na avaliação daquilo a que pretende dar resposta e numa profunda compreensão do produto e da respetiva área de negócio.
“A maioria dos fundadores que conheço estão apaixonados pelo seu produto”, escreveu Yeung. “infelizmente, enquanto investidora, não quero apenas uma pessoa apaixonada por si mesma ou pelo seu produto. Quero um fundador que realmente perceba como criar um negócio. Deveria ser este a conseguir dizer-me tudo sobre os seus concorrentes, mercado, enquadramento legal e sistema de trocas”.
Richard Werbe, CEO da Studypool, investida pela 500 Startups, refere que, para angariar investimento desta investidora, tudo acaba por se remeter aos números. “Conheça as suas métricas (KPis, taxas de crescimento…). Seja capaz de falar sobre as métricas do seu negócio a um nível aprofundado. Se não tiver uma grande taxa de crescimento contínua, nem vale a pena candidatar-se. A 500 procura start-ups com uma base de tração”.
- Crie produtos que sejam um vislumbre do futuro
A White Star Capital, uma empresa canadiana que investe estrategicamente em localizações que outros VC ignoram, tem como lema que as suas empresas estejam frente a frente com o futuro. “Na White Star Capital estamos interessados em empresas que vejam a informação como uma vantagem competitiva”, escreveu Christian Hernandez, VC da investidora. “Queremos apoiar empresas que ajudem a recolher, reunir e trazer a informação para o dia-a-dia através de algoritmos”.
- Procure um VC fisicamente próximo da sua localização
Se está próximo de uma grande cidade, é provável que esta tenha uma investidora de capital de risco, cujo foco seja a área onde se encontra. A MassVentures, por exemplo, sediada em Massachusetts, nos EUA, investe principalmente nas empresas da zona que se dedicam a desenvolver produtos e soluções tecnológicas para os residentes desse Estado.
“No total, o programa START criou um ecossistema com mais de 200 empresas singulares, prestadores de serviços e consultores, para criar a próxima geração de empresas tecnológicas de sucesso em Massachusetts”, diz Jerry Bird, presidente da MassVentures.
- Tenha uma equilibrada equipa de fundadores
Paul Graham, cofundador do Y Combinator, explica que “a pergunta mais importante para decidir [se a equipa fundadora é boa] é:” por favor, diga-nos, numa ou duas frases, algo impressionante que cada um dos fundadores construiu ou conseguiu”.
“Para mim, esta é a pergunta mais importante na candidatura. É deliberadamente aberta; não há um tipo de resposta que estejamos especificamente à procura. Pode ser ter-se saído muito bem na escola ou ter programado uma parte do software que todos elogiam ou ter pago os seus estudos, depois de ter saído de casa aos 16 anos. Conseguir ter sucesso com uma start-up é, literalmente, algo extraordinário, pelo que estamos à procura de pessoas capazes de fazer coisas extraordinárias”.
E não se esqueça, é importante ser-se genuíno e informar-se o máximo possível sobre o investidor, antes de qualquer reunião.