5 filmes de ficção científica que estão a inspirar o mundo empresarial
Quantas vezes já viu filmes de ficção científica que passaram para a realidade ou cujas cenas chegaram ao mundo empresarial? Conheça os filmes que prometem sair do ecrã e revolucionar o mundo dos negócios.
Não é preciso recuar muito no tempo para encontrar filmes de ficção científica que estão a sair do ecrã e a revolucionar o mundo empresarial. Se é certo que ainda hoje haverá quem duvide que o homem realmente pisou a lua, tornando em realidade a ficção imaginada e escrita em 1865 no livro “Da Terra à Lua” por Júlio Verne, também é certo que outros duvidarão de algumas das ficções imaginadas que ainda há pouco passavam no ecrã e hoje quase nos entram pela porta.
Desafiamo-lo a aproveitar estes dias para (re)ver alguns dos filmes que prometem entrar, a médio-prazo, na realidade das empresas e revolucionar a forma como hoje vivemos e trabalhamos.
Minority Report (2002) – Realidade mista
Data de lançamento: 2 de agosto de 2002
Direção: Steven Spielberg
O Minority Report foi um dos grandes filmes de ficção científica do princípio do século. Desde a sua estreia em 2002, quase todos já sonhámos em ter um painel de informação como o que Tom Cruise usava no filme, que, ao mover as mãos no ar sobre o mesmo, controlava quase tudo o que iria acontecer em Washington D.C.
Na vida real, esperámos até 2010 para que a Apple lançasse o seu iPad, cuja forma de utilização nos lembra, remotamente, a usada na interface do ecrã no filme. Cinco anos depois, chegou a verdadeira revolução pelas mãos da Microsoft, com o HoloLens, que traz realidade mista capaz de integrar elementos virtuais no nosso espaço físico.
O HoloLens, e o seu concorrente mais direto de que já lhe falámos, o Magic Leap, não são, por enquanto, tão rápidos como os do filme, mas já permitem, entre outros, prolongar o nosso espaço de trabalho, como, por exemplo, a consulta do email numa parede, navegar na internet e dispor as janelas abertas sobre uma mesa ou editar documentos de texto, usando um teclado no ar.
Matrix (1999) – Realidade virtual
Data de lançamento: 21 de maio de 1999
Direção: Lana Wachowski, Lilly Wachowski
Poucos são os filmes que têm a realidade virtual como a base da argumentação de toda o enredo, sendo o Matrix um dos que mais a explorou até à data. Nos filmes do Matrix, tudo decorre num mundo virtual, em que os seres humanos detêm um falso livre-arbítrio.
Mas este filme propõe um cenário alternativo ao da realidade virtual, em que a personagem ‘Neo’ consegue desligar-se e, recorrendo a outros cenários virtuais, fazer quase tudo o que se quer, desde dominar uma determinada técnica de luta a qualquer outra coisa. Quase 20 anos depois da estreia do Matrix, estamos hoje a aproximar-nos do cenário de realidade virtual retratado no filme que, nos dias que correm, já não parece tão impossível de acontecer. A realidade virtual é uma das principais apostas das grandes empresas tecnológicas mundiais.
Os aparelhos que hoje existem, como o Oculus Rift e o HTC Vive, estão ainda bem longe das possibilidades apresentadas no filme, mas já está sobre a mesa a sua utilização pelas empresas.
Por exemplo, hoje a realidade virtual já é equacionada, e até implementada, seja ao nível da formação ou para potenciar a produtividade nas empresas, como já acontece, por exemplo, em alguns casos de manutenção de elevadores, com acesso a sistemas operativos virtuais.
Os óculos de realidade virtual também podem ser usados em pessoas com problemas mentais, sendo várias as empresas que já estão a criar aplicações de saúde mental para auxiliar na cura de fobias, dependências ou ansiedade. Estes óculos têm várias funções, podendo colocar uma pessoa que não consegue falar em público num ambiente virtual de uma sala cheia de gente.
O Google trouxe, recentemente, a novidade do seu browser Chrome ser compatível com uma tecnologia que permite mostrar diretamente conteúdos de realidade virtual através da internet, sem ter de ser necessária uma aplicação, bastando aos utilizadores navegarem no site que querem explorar.
O Vingador do Futuro (1990) – Carros Autónomos
Data de lançamento: 15 de novembro de 1990
Direção: Paul Verhoeven
O Vingador do Futuro, que nos traz a aventura marciana de Arnold Schwarzenegger, imaginou algumas tecnologias que, com o passar dos anos, têm vindo a integrar o nosso dia a dia. Um dos aspetos futurísticos que integrava em 1990 eram os carros autónomos, como o simpático robot táxi “Johnny Cabs”, controlado por inteligência artificial e que nos lembra a série “O Justiceiro” com o Knight Rider, um carro autónomo com personalidade própria (de que falaremos no filme seguinte) com recurso a inteligência artificial, que David Hasselhoff conduzia ao interpretar a personagem do Michael Knight.
O Waymo (anteriormente apelidado de Google Driverless Car) completou o seu primeiro passeio sem motorista em estradas públicas em 2015, levando um homem cego a passear em Austin, no Texas. Sensores LiDAR analisam permanentemente a área que circunda a viatura e identificam a sua posição num mapa. Combinando informação sobre o contexto com a intenção do destino, o sistema da Google consegue calcular rotas complexas através de percursos urbanos altamente dinâmicos. Ainda é só uma promessa, mas promete deixar uma marca na história num futuro próximo.
O Mercedes Benz S65 AMG já anda nas estradas e recorre ao uso de uma câmara estéreo e de cinco sensores de radar que permitem ao condutor retirar as mãos do volante durante uma dezena de segundos. Durante esse período, o carro mantém-se sempre na sua faixa e usa as marcações na estrada para se orientar.
O Tesla Model S, de Elon Musk, recorre ao posicionamento da viatura da frente e às marcas da estrada para determinar o seu comportamento, mas, ao contrário do exemplo anterior, não permite ao condutor retirar as mãos do volante. Apesar disso, o seu modo “volante automático” é um dos mais avançados do mercado e o único a permitir mudanças automáticas de faixa. Elon Musk já prometeu lançar um sistema totalmente autónomo em 2018.
2001: Uma Odisseia no Espaço (1968) – Interface conversacional
Data de lançamento: 29 de abril de 1968
Direção: Stanley Kubrick
2001: Uma Odisseia no Espaço surgiu nos cinemas em 1968, com direção e produção de Stanley Kubrick, coescrito por Kubrick e Arthur C. Clarke e baseado no livro com o mesmo nome do próprio Arthur.
O filme traz-nos a ‘ficção’ da inteligência artificial e da interface conversacional, com o computador de bordo H.A.L. 9000 que, para além de controlar a nave quase autonomamente, conseguia manter conversas e, teoricamente, apenas seguir as ordens dadas, como acontecia no exemplo atrás referido do Knight Rider. Também poderíamos aqui falar no “Her”, um filme que nos traz a interação entre um homem e uma consciência artificial.
Hoje, quase 50 anos depois, este mundo começa a surgir no nosso dia a dia. Tomemos como exemplo os assistentes Siri (Apple), Cortana (Microsoft) e Alexa (Google), que já nos colocam a falar para aparelhos tecnológicos. Ainda não conseguimos manter conversas filosóficas com os assistentes, mas esse dia está a chegar.
Star Wars – O Despertar da Força (2015) – Comida sintética
Data de lançamento 17 de dezembro de 2015
Direção: J.J. Abrams
Claro que, ao falarmos de filmes de ficção científica, não poderíamos deixar de parte o Star Wars. São várias as ‘ficções’ dos primeiros filmes da saga que aqui poderíamos referir, como os robots e o laser, mas foquemo-nos na comida sintética, que surge em O Despertar da Força, em que vemos como a escassez de recursos naturais do planeta Jakku leva Rey, e os demais habitantes do planeta, a basear a sua alimentação num leque de pós que, em contacto com a água, se convertiam em algo que lembrava comida.
Hoje encontramos start-ups cujo campo de atuação é o da comida sintética, como a Soylent e a Joylent, que argumentam que qualquer pessoa pode viver à base dos batidos que comercializam e que apelidam de soluções hipernutritivas. A Soylent foi criada por uma equipa de engenheiros, liderada por um jovem norte-americano de 25 anos, que se inspirou no filme Soylent Green (1973) para escolher o nome do produto. A ficção a inspirar a realidade.
Mas não fiquemos pelos pós. Os cientistas de uma start-up norte-americana, a Memphis Meats, afirmam estar próximos da fórmula perfeita para produzir carne a partir de células estaminais. O sistema em causa utiliza células estaminais, capazes de se renovarem sozinhas, ao que junta oxigénio e outros nutrientes, como açúcares e minerais. A ideia é impedir o abate de animais em larga escala e conseguir uma carne sem contaminação de bactérias ou níveis elevados de gordura saturada. A start-up conta começar a comercialização do produto nos supermercados daqui a cinco anos e nos restaurantes daqui a três.