37% dos empregados sente que existe discriminação no local de trabalho

Um estudo recente alerta que 1 em cada 3 empregados, acima dos 45 anos, acredita que a empresa onde trabalha discrimina os funcionários com base na idade. Que impacto pode esta atitude gerar no mercado de trabalho?
O preconceito contra funcionários mais velhos pode implicar situações como o congelamento do progresso na carreira, o favorecimento dos colaboradores mais jovens, a desvalorização de qualificações e experiência profissional e a inexistência de oportunidades de formação.
Cerca de 73% dos trabalhadores com idades compreendidas entre os 50 e os 60 sentem que têm um potencial de partilha de qualificações, experiência e conhecimento com os seus colegas, mas 16% refere que que isso não é valorizado pelos empregadores. As conclusões são de um estudo realizado pela empresa de serviços financeiros Aviva e envolvem o mercado britânico.
A discriminação por idade exercida sobre funcionários mais velhos contribui para uma moral mais baixa, maior insatisfação no trabalho, além de criar a sensação de que está a ser ignorado. Aumentos salariais e contribuições para a segurança social podem, assim, ficar restritos a pessoas com carreiras mais longas, o que pode conduzir a um impacto negativo ao nível salarial.
Este estudo da Aviva, que teve por base um grupo de mais de 2 mil empregados no Reino Unido, com idades acima dos 45 anos, conclui ainda que:
# Cerca de 37% dos empregados sente que existe discriminação etária no local de trabalho;
# Os trabalhadores com idades compreendidas entre os 55 e os 59 são, regra geral, alvo de mais discriminação;
# Mais de metade dos trabalhadores com 60 ou mais anos ainda não estão preparados para a reforma. O número sobre para 61% entre os empregados com mais de 65 anos de idade.
A falta de motivação para a reforma, o gosto pelo trabalho e a interação social são algumas das razões apontadas para justificar a continuidade no mercado de trabalho.
O estudo da Aviva incluiu ainda mais de mil empregadores e concluiu também que 19% têm preocupações relacionadas com a discriminação pela idade. A mesma percentagem referiu estar a analisar formas de dar resposta à questão do envelhecimento da força de trabalho.
Atualmente, no Reino Unido existem 10 milhões de trabalhadores com idade superior a 50 anos. Este é um número recorde e com tendência a aumentar. Aliás, o relatório da Aviva refere que em 1992, ano em que começou a recolher este tipo de informação, os trabalhadores com mais de 50 anos eram 21%. As estatísticas mais recentes apontam para uma percentagem na ordem dos 32%.
Lindsey Rix, diretora da Aviva, explicou à This is Money que “a idade não deveria ser uma barreira à oportunidade. Mas as conclusões a que chegamos indicam que os trabalhadores estão preocupados com a discriminação. Nós queremos desafiar esta tendência. Para evoluirmos com as tendências sociais e do mercado, temos de estar preparados para uma vida ativa mais fluida. A população de meia idade oferece competências e experiências preciosas que as empresas estão a perder”.
De acordo com esta profissional, as empresas precisam de agir. “Se não o fizerem arriscam-se a uma diminuição de competências nos próximos anos, assim como a um enorme desperdício de talento”.Acrescenta ainda que “os trabalhadores de meia idade oferecem conhecimento e experiência de qualidade. Contudo, muitas vezes estas pessoas sentem que estes atributos valiosos são desvalorizados em favor da juventude”.