3 profissões que vão perder dinheiro com a inteligência artificial

Os empregos seguros e de elevada remuneração do passado começam hoje a parecer muito menos garantidos para o futuro. Conheça três profissões que podem vir a perder dinheiro.

Com o avanço da tecnologia e a integração da inteligência artificial no mundo do trabalho intelectual, são várias as áreas profissionais que serão provavelmente afetadas no futuro próximo.

Os robots da primeira geração já trabalham em fábricas, enquanto que os da segunda geração estão a entrar nas profissões consideradas mais intelectuais e que até aqui garantiam remunerações mais elevadas.

Segundo um estudo da Universidade de Oxford, 47% dos empregos existentes atualmente nos Estados Unidos poderão ser ocupados por robots nos próximos 20 anos.

Sam McRoberts, CEO da Vudu Marketing e autor do livro Screw the Zoo, partilhou no Entrepreneur três áreas que considera que poderão ser mais afetadas pelo rápido avanço na robótica, automatização e inteligência artificial.

  1. Finanças

Wall Street é conhecida pelos elevados salários e prémios loucos que oferece aos seus corretores. Para aqueles que querem tornar-se rapidamente ricos depois da universidade, a área das finanças pode ser uma solução. Infelizmente, também é um dos setores com maior risco de ser automatizado.

A Bridgewater Associates, o maior hedge fund do mundo, anunciou no final do ano passado que ia reduzir o número de colaboradores para integrar mais automatização. É cada vez mais difícil competir com fundos de investimento apoiados pela inteligência artificial, como o Sentient, e há já uma impressionante quantidade de serviços de gestão financeira que está a ser feita por robot-assessores, como o Betterment e o Wealthfront.

Segundo a Angel List, há mais de 15 mil start-ups neste momento a trabalharem para agitar ativamente o setor das finanças e muitas delas fazem-no utilizando a inteligência artificial e outras formas de automatização. Se está neste campo ou planeia entrar nele, talvez deva reconsiderar.

Mas se não seguir a área de finanças, então o que pode fazer? Para McRoberts, se é bom com os números e é orientado para os detalhes, deverá considerar entrar na ciência dos dados. “Os salários dos especialistas de dados estão a aumentar rapidamente e são já considerados as novas estrelas do rock do mundo da tecnologia. Claro que pode sempre tentar entrar no capital de risco, para cavalgar a onda de transição maciça que aí vem”, partilhou o líder.

  1. Medicina

O trabalho que os médicos fazem é imensamente importante e, no geral, é bem pago. No entanto, há numerosas áreas da medicina que estão preparadas para receber automatização e melhorias na eficiência. Exemplo disso é a imagiologia médica e as áreas da radiologia, patologia e dermatologia.

A inteligência artificial do Watson, da IBM, já é considerada como estando pelo menos a par com um radiologista profissional em termos de capacidade de análise de imagem e consegue fazer um estudo mais rápido ao considerar quantidades muito maiores de informação do que qualquer humano poderia jamais processar. Esta é uma notícia fantástica para as pessoas que necessitam de um diagnóstico, mas não tão boa para os profissionais de imagem médica.

“Se está na área, ou pensa entrar nela, poderá considerar fazer a transição para algum dos aspetos do visionamento por computador, quer seja em áreas de investigação ou de formação. Se não pode vencer as máquinas, pode sempre ajudá-las a serem melhores”, aconselhou McRoberts.

Existem numerosas outras tecnologias, como a telemedicina e os dispositivos médicos móveis, que também perturbarão este campo profissional no futuro. E embora continue a haver uma grande necessidade de certas capacidades médicas pessoais no futuro, terá de ser muito seletivo com o que escolher para o seu trabalho de toda a vida.

  1. Leis

Provavelmente, o mundo poderia recorrer muito menos aos advogados e as máquinas estão a trabalhar para fazer disto uma realidade. Todavia, embora possa ganhar bom dinheiro como advogado, dependendo da sua especialização, vale a pena recordar que os juristas passam muito tempo a compilar e a analisar dados, a criar ou rever documentos legais e, de forma geral, dedicam tempo a muitas outras tarefas rotineiras. Para a maioria dos juristas, o direito está longe de ser uma profissão sexy.

Grande parte deste trabalho “mecânico” já foi automatizado e há mais de 1500 start-ups no mundo a tentarem agilizar ainda mais o mundo jurídico. Embora tal não vá eliminar todos os empregos ligados ao direito, significa que no futuro serão necessários menos advogados do que hoje em dia, especialmente menos estagiários, para executar o mesmo volume de trabalho.

“Uma vez que os advogados têm tendência a terem uma excelente atenção ao detalhe e a serem altamente versados na lógica, um bom campo alternativo será a programação. As linguagens de programação são construídas à volta da lógica e requerem muitíssima atenção ao detalhe. Há uma série de cursos online que podem ajudar a aprender, incluindo alguns de universidades como Stanford, MIT e inclusivamente de Harvard. E, claro, os programadores são muito bem pagos e estão a ser alvo de grande procura”, partilhou McRoberts.

Empregos do futuro

Tem havido ocasiões ao longo da história nas quais um grande número de profissões e postos de trabalho desapareceram para serem substituídos por novos, graças às tecnologias. Às vezes, a transição deste modelo velho para o novo é suficientemente prolongada para tornar possível uma evolução mais ou menos suave.

Esta lista apenas refere-se aos postos de trabalho que correm o risco de enfrentar a automatização.

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