3 características para o sucesso das equipas remotas, segundo a Google

A Google descobriu que as equipas remotas são tão produtivas e eficazes quanto as equipas que trabalham no mesmo espaço. No entanto, é preciso fazer alguns ajustes. Saiba quais.

Num mundo que caminha progressivamente para a digitalização e globalização, é cada vez mais frequente que parte dos colaboradores de uma empresa trabalhem remotamente. Apesar dos pontos positivos que apresenta, esta forma de trabalhar traz alguns desafios. Construir relações com colegas com quem nunca se teve contacto pessoal, trabalhar em fusos horários diferentes e a tecnologia – que nem sempre ajuda – são apenas três dos obstáculos a serem ultrapassados por estas equipas.

Esta realidade é especialmente visível nas grandes empresas. Caso disso é a Google, que tem um “batalhão” de 100 mil colaboradores a trabalhar em mais de 50 países – parte destes trabalham remotamente. Foi a partir desta nova realidade que surgiram os “Distributed Work Playbooks”, onde o People Innovation Lab da empresa apresenta as características que criam uma equipa de trabalho à distância de sucesso.

Durante dois anos, a gigante por trás do conhecido motor de busca mediu o bem-estar, a performance, a conectividade e chegou a algumas conclusões. Uma das principais foi o facto de não haver grande diferença entre o trabalho com presença física e o trabalho remoto. Como nota Veronica Gilrane, gestora do People Innovation Lab, “estamos felizes por não ter descoberto uma diferença entre a eficácia, níveis de performance ou promoções entre os indivíduos cuja equipa está espalhada pelo mundo [remota] e aqueles que trabalham com pessoas com quem passam o dia no escritório”.

Tal descoberta pode abrir caminho para uma nova realidade, onde as empresas podem trabalhar virtualmente sem terem de gastar dinheiro com um espaço de trabalho ao mesmo tempo que fomentam a felicidade dos colaboradores.

No entanto, para desbloquear este potencial é necessário implementar algumas medidas, como:

Conhecer os colegas

Um dos problemas mais comuns que surgiu nas entrevistas com os colaboradores remotos foi a dificuldade de estabelecerem relações com os colegas. Dado que os trabalhadores gostam de estar rodeados por pares que se importem com a sua vida fora do trabalho, a Google recomenda que antes de começarem uma reunião, as equipas dispensem alguns minutos para construir relações. Isto pode ser feito de várias formas como, por exemplo, falar sobre aquilo que fazem fora do horário de trabalho, os interesses e os hobbies.

Acrescente-se, ainda, que é importante conhecer a agenda dos colegas – quando se preferem reunir e em que dias. Sabendo que nem sempre é fácil satisfazer toda a equipa, vá mudando os horários. Caso alguém se tenha de juntar a uma reunião fora do seu horário de trabalho, tenha a certeza que dispensa algum tempo para agradecer a sua presença e o esforço.

Estabeleça limites claros

Enquanto as “normas estabelecem expetativas claras de como uma equipa trabalha”, explicam os investigadores, “são frequentemente assumidas em vez de estarem expressamente estabelecidas”.
Esta pequena diferença pode deixar espaço para potenciais confusões entre os membros. Por isso, em vez de dar espaço a possíveis problemas, deve criar guias claros daquilo que é pretendido no que diz respeito:

– à comunicação;
– a reuniões;
– aos horários.

Crie relações

Nem sempre é fácil conseguir ganhar a confiança ou criar uma ligação com os colegas. Muito menos se estiverem a centenas ou milhares de quilómetros de distância. A pensar nesta dificuldade, o relatório da Google explica que é uma boa iniciativa “pegar no telefone ou enviar uma mensagem para perguntar como correu o dia ou o fim-de-semana”.

Além disto, os investigadores aconselham a reunir a equipa fisicamente sempre que possível. Nestes momentos, celebre os resultados e o trabalho árduo.

Por fim, não subestime o papel de um gestor neste tipo de equipas. “Encontrámos gestores a liderar pelo exemplo e fazerem um esforço redobrado para conhecerem as suas equipas pode ter um impacto especial”, explicam os investigadores.

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