12 ideias para revolucionar a cultura da sua empresa e o seu negócio

A sua equipa tem tendência a vir sussurrar-lhe ao ouvido? Quer inovar nos seus negócios? Inspire-se em métodos que foram bem sucedidos em start-ups.
Os jovens empresários são unânimes: para ter sucesso, o mais importante é estar rodeado das pessoas certas desde o princípio. Para que consiga manter os melhores talentos e mobilizar todas as energias, há que ter atenção se a sua empresa tem uma cultura empresarial forte e se se trata de uma organização flexível e inteligente, com capacidade de resposta e preparada para a mudança.
Habituados a desbravar territórios desconhecidos, os empresários do mundo digital sabem que a sua sobrevivência depende, em grande parte, do seu desempenho, seja para ter sucesso no seu mercado, seja para “despertar” uma área que estava adormecida.
O site francês Capital partilhou 12 ideias praticadas diariamente pelas start-ups que poderão fazer muito pela sua empresa.
1. Envolver os funcionários nos processos de recrutamento
Para encontrar os perfis certos, algumas start-ups não hesitam em ignorar o tradicional processo de contratação. “No nosso caso, os candidatos passam por três a seis entrevistas com os seus futuros colegas”, confessou Eric Bonnardière, cofundador da agência de viagens Evaneos.com. “É mais fácil identificar os talentos quando há um cruzamento de pontos de vista. E os recrutados são melhor recebidos se tiverem tido também contacto com os seus pares”, acrescenta.
2. Desmaterializar a cultura da empresa
Num ano, a BlaBlaCar passou de 200 para 400 colaboradores. Para facilitar a integração dos recém-chegados, Laure Wagner, culture captain da start-up, criou uma plataforma de aprendizagem: “São quinze vídeos em que os diretores de cada departamento se apresentam às suas equipas e que estão disponíveis nos computadores ou smartphones facultados”, afirma, revelando que “os que chegam apreendem assim os nossos valores muito rapidamente “.
No Evaneos.com, os recrutados reúnem-se com os cofundadores na primeira semana: “Explicamos-lhes porque criámos a empresa, qual é o nosso projeto e quais são as nossas ambições. O objetivo é dar a todos a oportunidade de se tornarem autónomos”, explica Eric La Bonnardière.
3. Reconhecer o envolvimento dos trabalhadores
Para conseguirem tornar os colaboradores em colaboradores pró-ativos, algumas start-ups criam um sistema de recompensas. Por exemplo, a BlaBlaCar oferece aos seus funcionários a possibilidade de usar gratuitamente os seus carros partilhados, com a contrapartida de darem um feedback em cada viagem.
“Estes feedbacks regulares fazem com que surjam novas ideias: as melhorias no serviço surgem da sua utilização!”, comenta Laure Wagner. Entre as ideias que surgiram a partir do feedback dos colaboradores, está um sistema de geolocalização que facilita o contacto dos motoristas com os passageiros. Para além disso, os colaboradores aos usarem os serviços/produtos da empresa “passam a ter o estatuto de embaixador”, revelou Laure Wagner, frisando que “levamo-los a um bom restaurante e oferecemos-lhes um diploma, que depois afixamos no nosso wall of fame“.
4. Promover a interação entre colegas
Eric Bonnardière confia a formação das equipas da Evaneos.com a um grupo de colaboradores, que altera trimestralmente. “Dar, ciclicamente, oportunidades aos colaboradores de também gerirem é um sinal de consideração que os responsabiliza e incentiva a dar o seu melhor”, explicou. Trata-se de método eficaz para quebrar as barreiras hierárquicas e que valoriza as iniciativas desenvolvidas pela empresa.
5. Oferecer benefícios reais
Uma vez que a maior parte das jovens empresas não consegue pagar salários elevados, algumas start-ups estabeleceram um sistema de compensações aos seus colaboradores como forma de os fidelizar. Kevin Bourgeois, cofundador da Supermood, que opera na área dos inquéritos para empresas, abriu 20% do capital da empresa aos seus colaboradores.
Cada um deles possui entre 0,1 e 1% do capital. Se é verdade que neste momento essas ações não têm grande valor financeiro, também o é a possibilidade do seu valor se tornar bem maior dentro de alguns anos. É com base nesta premissa que a Supermood acredita que vê a sua base de clientes aumentar 40% por semana. “Envolver os nossos funcionários no capital da empresa é uma forma de os manter no longo prazo”, confessa Kevin Bourgeois.
Existem também certos “mimos” que podem potenciar a produtividade, o ambiente de trabalho e a retenção dos colaboradores. A Skilleos, start-up especializada em cursos on-line, acredita nisso. “Os nossos funcionários desfrutam de um ginásio, de Amazon Premium… e de acesso ilimitado ao Spotify: depois de três horas agarrado a um ficheiro Excel, fica-se feliz por estar a ouvir boa música,” refere Cyril Seghers, fundador da empresa.
No Facebook e no Zynga, um editor de videojogos sociais, os funcionários podem trazer os seus animais de estimação para o escritório. De acordo com um estudo publicado pelo International Journal of Workplace Health Management, a presença de animais no local de trabalho reduz o stress e aumenta a produtividade dos colaboradores.
6. Dividir o seu próprio salário
Em março de 2014, Dan Price, CEO da Gravity Payments, uma FinTech de Seattle, nos EUA, dividiu o seu salário para aumentar os seus 120 funcionários, que já ganhavam, no mínimo, cerca de 63 mil euros por ano. O resultado? Um mega golpe publicitário à escala global. Em poucos meses, o seu volume de negócios duplicou e o número de novos clientes mensais passou de 30 para mais de 4 000. Infelizmente nem todos concordavam com ele. O seu irmão Lucas, cofundador da sociedade, processou Dan com o objetivo de aumentar a sua parte nos lucros da empresa. É caso para dizer que é muito importante saber rodear-se de pessoas que têm os mesmos valores e visão do negócio.
7. Estar atento às notícias para criar buzz
Em 2015, aproveitando a saída do 007 Spectre, último filme de Daniel Craig como o agente James Bond, Pascal Paul levou a cabo uma campanha nas redes sociais com o slogan “Acorde o espião que há em si.” Este empreendedor, líder da holding Granbori (venda on-line de relógios de luxo usados com comunicação integrada), aproveitou a altura para lançar um relógio Omega, a marca preferida do agente 007. “A notícia permitiu-nos criar a publicidade que precisávamos sem gastar uma fortuna.”, confessou. Foi este “marketing de oportunidade” que a francesa Slip também utilizou em 2012, ao recorrer aos slogans da eleição presidencial. Mas atenção, tenha cuidado com este tipo de marketing, pois pode sair-lhe bem mais caro do que todo o negócio que gerar. Nunca se esqueça de acautelar e respeitar o direito de imagem das personalidades que mencionar.
8. Centrar-se no essencial
O tempo das campanhas de publicidade corporativas já terminou. O marketing das start-ups deve procurar levar rapidamente ao ato de compra. “Em vez de gastar dinheiro em comunicação de imagem, deve otimizar o retorno do investimento”, referiu Anthony Gutman, cofundador da Remix coworking, uma comunidade de empresários de Paris. Trata-se do conceito de inbound marketing. Como fazer? Ao invés de ter, por exemplo, o link para a homepage do site, coloque o link direto para a área de compras. Parece-lhe óbvio? Mas quantos ainda não o fazem?
9. Incarnar a sua empresa
Benjamin Ducousso, fundador da Wizbii, uma rede social profissional para estudantes, é convidado habitual dos meios de comunicação para falar sobre o emprego jovem. “Uma start-up tem toda a vantagem em aproveitar um determinado tema para se tornar numa referência”, diz Guillaume Dupont, associado do fundo de investimento Cap Horn e membro do conselho executivo da France Digitale. Para o conseguir, terá que recrutar rapidamente um community manager, que “produza conteúdo” relevante para o objetivo da start-up. Por outro lado, para incarnar a sua marca, Rosa Rossignol, fundadora da Carnet d’Adresses RH, escolheu como logotipo para a venda online de uma linha de artigos de papelaria e jóias a sua própria imagem.
10. Inventar o seu próprio ecossistema
Os seus concorrentes estão a vender praticamente o mesmo que a sua empresa? Destaque-se deles ao oferecer um serviço em vez de um produto. É o que aconselha Adrien Tsagliotis, autor do livro S’inspirer des start-up à succès. Já a BlaBlaCar oferece muito mais do que a já falada viagem de automóvel.
Igualmente eficaz é a estratégia da Eventeam, que não se contenta com a venda online de bilhetes para eventos desportivos, mas que, ao invés, desenha um pacote de serviços. “Para a Taça do Mundo de Rugby de 2015, criámos um tema para cada jogo”, conta o seu CEO, Igor Juzon. Mas foram ainda mais longe. Para além do lugar no estádio, propusemos uma refeição gourmet, uma conferência, um encontro com os jogadores, o acesso a uma área VIP…”. Já pensou na experiencia que está a vender aos seus clientes?
11. Estar juntos dos clientes
Brian Chesky, o homem por trás da Airbnb, quando viaja faz questão de dormir sempre numa das casas dos seus clientes. Frederic della Faille, criador da Frontback, toma regularmente café com os utilizadores da sua aplicação de fotografia. “Nós ouvimos os nossos clientes ao extremo, produzindo dois a três estudos por ano [sobre eles] e fazendo um balanço depois de cada visita dos nossos comerciais”, refere Pascal Paul.
12. Iluminar o circuito da inovação
Os autores do best-seller Rework, réussir autrement David Heinemeier Hansson e Jason Fried lembram que a qualidade essencial de uma start-up é a sua flexibilidade, ou seja, a sua capacidade para mudar rapidamente. Para Guillaume Dupont, esta permanente inovação está no ADN de uma start-up: “Um plano de atividades para três anos está hoje ultrapassado. Preferimos lançar uma pequena amostra do produto e obter resultados mais rapidamente. É o try and learn: experimento, falho, aprendo e recomeço”. Em suma, o fracasso não existe: não passa de uma experiência.