11 dicas para facilitar o investimento

Se Warren Buffett estiver correto, “Investir é simples – mas não é fácil”. Foi a pensar nisso e em facilitar-lhe a decisão de investimento que lhe trazemos 10 dicas de uma profissional de gestão de investimentos.

Carolyn Gowen, da gestora de investimentos e planeamento financeiro Bloomsbury Wealth, partilhou com a Unbiased 10 dicas simples que, pela sua experiência, lhe facilitarão a decisão de investimento.

Segundo ela, estas dicas são o que necessita para conseguir criar um portefólio à sua medida, independentemente do que esteja a acontecer nos mercados.

  1. Comece com os seus objetivos bem presentes

Lembre-se de que um portefólio não é um plano. O que pretende alcançar com o seu portefólio? Comece por pensar quais são os seus objetivos de vida, com foco no “o quê”, no “quanto” e no “porquê”. Por exemplo, “poder parar de trabalhar aos 60 anos” (é o “o quê”), “a poder manter um estilo de vida que me custe 50 mil euros por ano” (no “quanto”), “para poder viajar pelo mundo” (o “porquê”).

  1. O equilíbrio é tudo

O capitalismo funciona. Por isso, deixe-o fazer o trabalho pesado, enquanto tenta gerar retorno do seu portefólio, seja como dono (ações) ou como credor (obrigações). Encontrar o equilíbrio certo entre as duas possibilidades é a chave, porque, de entre todos os fatores que influenciam, o equilíbrio é o que gera maior impacto, seja ao nível do risco, seja do retorno.

  1. Conheça o seu perfil de risco

Se quer alcançar o tão desejado equilíbrio no seu portefólio de investimentos, terá primeiramente de perceber qual o seu perfil de risco. Existem três perfis que definem o nível de risco que terá de correr: o primeiro é o nível de risco que consegue suportar (em termos psicológicos), o segundo é a sua capacidade financeira para a perda do investimento (depende da sua fortuna e custo do estilo de vida que leva) e o terceiro é o risco financeiro que terá de correr, de forma a alcançar o retorno que tem em vista. Ao alinhar estas três realidades, estará a conseguir um dos aspetos mais importantes para o seu sucesso como investidor. Só então perceberá como conseguir um portefólio estruturado e capaz de dar resposta aos seus objetivos.

  1. Não ponha todos os ovos no mesmo cesto

Volte a ler a terceira dica. Se não diversificar o seu investimento, estará a seguir uma estratégia de elevado risco e, por certo, não estará a conseguir fazê-la corresponder ao seu perfil de risco.

  1. O investimento é um processo “lento de enriquecimento”

Qualquer oportunidade de investimento que prometa ganhos exorbitantes, deverá ser tratada com extremo cuidado. E, preferentemente, deverá rejeitá-la.

  1. Não existe nenhum investimento de baixo riso com elevado retorno

Volte a ler a dica 5. Se lhe parecer demasiado bom para ser verdade, então será um engodo.

  1. A volatilidade do preço não é sinónimo do risco incorrido

É muito importante que perceba isto. O investimento líquido varia em função da oferta e da procura. Em termos gerais, os mercados bolsistas enganam-se um terço das vezes, recuperam outro terço delas e atingem novos ganhos nas restantes vezes. O que lhe interessa a si é o balanço final do período de investimento, de acordo com a estratégia que delineou com atenção. Não torne um falhanço temporário numa perda definitiva do capital, ao sair do negócio quando as coisas não lhe estão a parecer muito bem.

  1. Angariar o retorno do mercado é um objetivo válido

Imagine um hipotético mercado com apenas dois investidores. O primeiro detém todas as ações que estão em alta no mercado – por definição, o outro investidor deverá deter todas as que estão a ter um mau desempenho. O conjunto dos dois portefólios é o retorno do mercado, antes de lhe deduzirmos os custos. Ou seja, as ações bolsistas, normalmente, são um jogo do tudo ou nada.

São vários os estudos académicos que evidenciam que são muito poucos os profissionais que “ganham” na maior parte das vezes, nos investimentos em que estão interessados. Desta forma, os investimentos vencedores são virtualmente impossíveis de identificar de antemão. Assim, faz sentido que se usem fundos “passivos” que procurem trazer o retorno dos mercados, em vez de os superar.

  1. Os custos do investimento são importantes

Como disse o fundador da Vanguard, John Bogle, “no investimento consegue-se aquilo pelo qual não se pagou”.

Faça o seu trabalho de casa e saiba realmente os custos reais de tudo aquilo em que pensa investir. O elevado retorno pode desaparecer quando existem custos elevados, e é fácil perdê-los de vista.

  1. Faça uma gestão de si mesmo tão severa como a que faz com os seus investimentos

Uma forma já muito comprovada de destruir desnecessariamente toda a sua riqueza é tomando decisões apressadas, baseadas nas suas emoções ou instintos. Seja racional nas suas tomadas de decisão, mantenha-se dentro do planeado e, na dúvida, consulte novamente o seu gestor financeiro.

Juntamos ainda a estas 10 dicas uma 11ª que poderá ajudá-lo.

  1. Se a sua tolerância ao risco é muito baixa ou nula, não invista no mercado

Se a sua tolerância ao risco é muito baixa ou nula, procure não investir no mercado bolsista (ações ou obrigações). Quando muito, invista em obrigações do Estado ou de empresas mesmo muito seguras. Caso contrário, poderá começar a ter dificuldade em dormir. Opte por depósitos a prazo, contas de poupança ou PPR’s.

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