Teckies também quer ajudar os idosos a “dominarem” a robótica

Vida+ é o nome do novo projeto da Teckies, que pretende promover o envelhecimento ativo dos idosos, com a ajuda de robots. Porque as crianças fazem parte da génese da start-up portuguesa, estão previstos também workshops com avós e netos.

Depois dos mais novos, a Teckies quer chegar agora aos idosos com um projeto a que chamou de Vida+ e que poderá ser implementado em municípios, lares e centros de idade através da robótica.

De acordo com Patrick Götz, CEO da empresa lançada em 2018, “o Vida+ é uma consequência daquilo que temos feito há um ano e meio, mas a génese da Teckies continua a ser a educação e a formação, ou melhor, o desenvolvimento de competências transversais através da formação em programação e robótica. Organizámos no ano passado uma série de workshops intergeracionais com pais e filhos, avós e netos que nos chamaram a atenção para a dinâmica especial que existe entre este último grupo”.

“A esperança média de vida está a aumentar em todo o mundo, algo que tem sido também acompanhado por uma rápida evolução tecnológica. Por isso, os mais idosos, mesmo que, apenas por necessidade, acabarão mais tarde ou mais cedo por recorrer à tecnologia para tentar resolver os seus problemas”, acrescentou o responsável, frisando que aquela conversa `eu já estou reformado, os robots são para quem trabalha´ já não funciona”.

O projeto, que foi desenvolvido durante seis meses, ainda não está implementado, mas já está “tudo definido e testado”. Através de workshops com uma componente prática, a iniciativa pretende estimular a aprendizagem de novos conhecimentos, a memória, o raciocínio e a resolução de problemas, sem esquecer a componente motora.

Ao Link To Leaders, o CEO da Teckies garante que as sessões decorrem em grupo, pelo que se trabalha a socialização dos idosos, a interação que têm com as outras pessoas e a inclusão digital. No projeto estão também contemplados workshops com avós e netos porque “as crianças gostam de ensinar os avós e os avós também gostam de aprender”.

O projeto Vida + começa com sessões a explicar como os equipamentos eletrónicos, sejam tablets ou telemóveis, funcionam e segue-se a fase da programação. A partir daqui, os participantes começam a perceber de que forma funcionam os robots, partindo para a outra etapa, a da eletrónica. Só na última fase é que os idosos interagem com os robots.

Próximos passos? Estabelecer parcerias com autarquias, lares, centros de dia, incluindo privados. “Neste momento a nossa estratégia passa por estabelecer contactos na área de ação social e nos municipios, para já na Área Metropolitana de Lisboa, mas também estamos a ir para o interior, como Alentejo, para o Centro. E depois estamos também a tentar fazer algumas parcerias seja com lares de idosos, centros de dia ou universidades senior”, revela Götz.

A Teckies adianta não ficar por aqui. O CEO da start-up portuguesa adiantou ainda que estão a estudar a possibilidade de usar a robótica na educação para crianças com necessidades especiais.  “Mas este projeto levará o seu tempo. É como desenvolver uma corrida de 100 metros nos paralímpicos”, finaliza o empreendedor.

 

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