Spotify planeia compra de start-up especializada em podcasts

A possível aquisição vem no seguimento das tentativas de descentralização do modelo de negócio baseado no streaming de música do Spotify.

Nos últimos tempos, o Spotify tem-se mostrado especialmente interessado em decentralizar o seu modelo de negócio no streaming de música – o serviço principal oferecido pela plataforma sueca. Agora, a empresa de Daniel Ek quer, a pouco e pouco, começar a adotar novas funcionalidades que acrescentem valor aos seus 200 milhões de utilizadores.

Os podcasts são uma das frentes que o Spotify quer atacar. Este serviço, que já está inserido na app, pode vir a sofrer grandes alterações nos próximos tempos. Isto porque está em cima da mesa a possível aquisição da Gimlet Media, uma start-up nova iorquina especializada neste tipo de conteúdo áudio. A notícia foi dada em primeira mão pelo The Wall Street Journal, que adianta que a empresa sueca está em negociações para adquirir o projeto norte-americano por cerca de 175 milhões de euros. Esta poderá ser a primeira aquisição do Spotify de empresa de produção de conteúdos e uma das maiores na indústria – ainda pouco desenvolvida – dos podcasts.

Apesar de já distribuir conteúdo neste formato há alguns anos, o esforço para atrair novos criadores começou recentemente. Durante o Consumer Electronics Show (CES) deste ano, Courtney Holt, a diretora de estúdio e vídeo da gigante nascida no norte da Europa, justificou esta expansão como uma forma holística de fazer crescer o serviço. “Percebemos que somos uma excelente plataforma de áudio. E queremos focar-nos em oferecer a melhor experiência. Os podcasts são um ótimo complemento para o nosso serviço musical”, explicou. Para além disto, os números parecem estar a apoiar esta iniciativa. “Percebemos que as pessoas que consumiam podcasts no Spotify o usavam mais, incluindo para música”, sublinhou a executiva durante a conferência tecnológica.

A entrada da empresa de Daniel Ek neste universo pode trazer novas formas dos criadores de conteúdo capitalizarem e promoverem o seu trabalho. Pode, ainda, significar um boom nas receitas da indústria. Em 2017, nos Estados Unidos, o modelo de publicidade deste tipo de conteúdo gerou pouco mais de 270 milhões de euros. Em oposição, o mesmo modelo utilizado no conteúdo de vídeo gerou 10.3 mil milhões de euros.

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