Programar depois dos 80: Quando a idade não é impedimento para aprender

Conheça a história inspiradora de Masako Wakamiya, uma programadora de software com mais de 80 anos. Uma prova de que nunca é tarde de mais para lutarmos por aquilo que gostamos.

Esta é a história de Masako Wakamiya, possivelmente a software developer mais velha do mundo. Com 82 anos, esta senhora japonesa está reformada há mais de 20 anos, sendo um exemplo perfeito de que a idade não é barreira para aprender e, muito menos, para servir de desculpa para não saber utilizar as novas tecnologias.

Wakamiya reformou-se aos 60, depois de trabalhar mais de 40 anos num banco enquanto escriturária. Como tantas outras pessoas da sua idade, Masako sofria de um problema de adaptação ao novo mundo tecnológico: não sabia utilizar um computador.

Determinada a aprender e com o objetivo de interagir com outras pessoas no mundo online, a recém reformada comprou um computador. O novo dispositivo entrou rapidamente na vida da senhora japonesa e foram precisos apenas três meses para aprender a utilizar as funcionalidades básicas.

Ao CNA Insider, a octogenária recorda que se juntou a um clube online para seniores chamado Mellow Club. “Foi aí que o meu mundo começou a expandir. Nessa altura já estávamos a caminhar para a Era da Internet e o meu interesse começou a crescer. Fez-me feliz”.

Um dos primeiros feitos neste novo mundo foi saber utilizar o Microsoft Excel. Depois de se tornar mestre a utilizar a ferramenta, passou de estudante a professora e começou a introduzir outros alunos seniores neste novo mundo.

A mestre octogenária de Excel rapidamente se apercebeu de que tinha de encontrar novas formas de tornar a sua forma de ensinar mais divertida, visto que os seus alunos não se mostravam muito recetivos a aprender sobre este novo mundo. Foi a partir daqui que Wakamiya começou a fazer desenhos com o Excel e, com a nova metodologia, os alunos ficaram mais recetivos à ideia de utilizar a ferramenta.

O passo seguinte foi introduzir os alunos no universo dos jogos. Para tornar a experiência dos seniores mais interessante, a professora pediu a software developers que criassem jogos mais adaptados a pessoas da sua idade.

Depois de enviar vários pedidos, a octogenária não recebeu praticamente respostas. Após insistir com alguns jovens sobre a possibilidade de desenvolverem um jogo, a resposta, segundo Wakamiya, foi “porque é que não tenta fazer um por si própria?”. Aceitou o desafio, comprou vários livros sobre programação e utilizou a ajuda de um programador via Skype e Facebook.

E assim nasceu o Hinadan, um jogo para smartphones que tem por base uma tradição japonesa e que treina a memória dos jogadores. Desde que foi lançado, há cerca de um ano, o jogo já conta com mais de 50 mil downloads.

A partir daqui a carreira pós-reforma de Wakamiya enquanto developer disparou. Depois de se encontrar com os responsáveis da Apple do Japão foi convidada a encontrar-se com o CEO da Apple, Tim Cook, que diz ter sido inspirado pela história da informática de terceira idade.

Como conta ao CNA Insider, a sua felicidade vem de saber que os outros consideram a sua app útil e divertida. “Os seniores que nunca tocaram num smartphone nas suas vidas foram introduzidos neste novo mundo por causa da aplicação. Isto faz-me muito feliz.”

Sob o mote “nunca é tarde de mais”, Masako Wakamiya conclui: “aqueles que sentem que ficar mais velhos não é positivo, quero contar-lhes todas as coisas ótimas sobre envelhecer”.

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