Pesquisa: número de start-ups de viagens diminui

O número de novas start-ups de viagens a nível internacional caiu nos últimos dois anos, coincidindo com um aumento significativo na quantidade de dinheiro que chega ao mercado.

Esta é uma das principais descobertas do relatório State of Startups que brevemente será lançado pela Phocuswright’s, um relatório que apresenta uma visão abrangente do atual cenário de start-ups de viagens e fornece insights sobre a criação de novos projetos e tendências de financiamento.

De acordo com o relatório, a diminuição de novos projetos nesta área contrasta com a explosão de start-ups que ocorreu há cerca de nove anos, durante o aparecimento das redes sociais. Nos últimos 10 anos, a Phocuswright’s acompanhou cerca de 1.900 start-ups de viagens, um período que viu 84 biliões de dólares (cerca de 74 mil milhões de euros) irem na direção de start-ups de viagens através de rondas de financiamento ou de aquisições.

Segundo a pesquisa, no período entre 2015-2016, os investimentos e negócios atingiram 36 biliões de dólares. Mas neste período de tempo verificou-se um declínio constante no número de start-ups de viagem: entre 2015-2016 foram criadas cerca de 300, comparativamente com as 150 nos 18 meses seguintes. Se recuarmos ao período entre 2012 e 2014, tinham sido criados quase 900 negócios.

Mercado em mudança
A grande tendência de comprar e financiar start-ups em vez de as criar significou que 87% (perto de 63 mil milhões) do valor total investido no mercado aconteceu a partir de 2015. De facto, de acordo com a pesquisa, desde essa altura apenas seis empresas – Uber, Lyft, Airbnb, Ola, Grab e Didi – arrecadaram 48 mil milhões de euros entre elas. Só os gigantes Uber, nos Estados Unidos, e Didi, na China, foram responsáveis por mais da metade desse número.

Até 2011, a maior parte do financiamento total foi destinado a empresas sediadas na América do Norte, estando as empresas europeias em segundo lugar. No entanto, a partir de 2012, começam a surgir as viagens baseadas na região da Ásia-Pacífico, desde então responsáveis por mais dinheiro. Desde 2016, as empresas europeias atraíram mais dinheiro do que suas congéneres na América do Norte, afirma  Mike Coletta, diretor de pesquisa e inovação.

Diversidade de negócios
A pesquisa da Phocuswright mostra que, excluindo as seis empresas mencionadas, as marcas focadas em alojamento são responsáveis ​​pela maior quantidade de novos negócios que entram no mercado, cerca de 20%.

Este setor tem uma parte considerável da parcela de financiamento, mas as start-ups de viagens de transporte terrestre (carro, autocarro e comboio) ainda conquistaram a maior parte do financiamento.

O setor de tours e atividades complementares ainda está atrás dos serviços aéreos para o número de novos negócios. As start-ups de viagens que fornecem algum tipo de serviço relacionado com reservas garantiram a maioria dos financiamentos e mais de 40% das novas empresas no mercado, embora sejam empresas voltadas principalmente para o consumidor, afirma aquele responsável.

No geral, 75% dos 11 mil milhões de euros de investimentos ou aquisições realizados desde 2008 foram para empresas B2C. De acordo com o relatório, apenas um quarto das novas start-ups de viagens eram B2B.

O diretor de diretor de pesquisa e inovação da Phocuswright afirma ainda que, embora oficialmente cerca de 25% das start-ups de viagens tenham fechado (12% foram adquiridas), esse número provavelmente será maior, já que elas podem operar como “empresas zombis”, ou seja, continuam a existir, mas sem status operacional.

Menos de 1% das 1.900 empresas que a Phocuswright registou entraram nos mercados financeiros públicos. Curiosamente, as start-ups de viagens B2C e B2B têm uma taxa adquirida de 12%, mas a percentagem de falhas para empresas voltadas para o consumidor é mais do que o dobro de empresas relacionadas com serviços de negócios (13%).

A Phocuswright rastreou milhares de start-ups de viagens digitais em todo o mundo, fundadas desde 2005, e Constatou que, nos últimos cinco anos, muitos investidores, incubadoras, aceleradores e programas de apoio ao empreendedorismo concentraram-se em ligar start-ups promissoras com capital, orientação e recursos.

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