Os EUA atraem melhor talento para as suas start-ups por um motivo

Um estudo da Index Ventures explicou a razão para os profissionais com talento preferirem os projetos norte-americanos aos europeus.

Fazer parte da equipa de uma start-up em fase embrionária significa muitas vezes abdicar de uma vida estável em prol da possibilidade de fazer crescer algo que poderá vir a tornar-se numa superempresa. A ideia por trás desta escolha prende-se com o facto de o salário da equipa aumentar de acordo com o crescimento do projeto.

O objetivo é entrar cedo na start-up de forma a conseguir ter uma percentagem do negócio. Esta realidade é comum nos Estados Unidos, mas, segundo um estudo recente da londrina Index Ventures, se for um empreendedor europeu esta possibilidade reduz-se para metade.

Apesar do investimento dos fundos de capital de risco em start-ups europeias quase ter triplicado nos últimos cinco anos, passando de 5,1 mil milhões de euros investidos para 13,6 mil milhões, apenas 10% das start-ups concede ações aos seus funcionários, enquanto que, em Silicon Valley, 20% dos colaboradores recebe uma percentagem da empresa.

O cenário agrava-se em Espanha e na Alemanha onde apenas 5% dos fundadores das start-ups concedem uma percentagem do projeto à sua equipa. Este panorama pode ser um dos grandes entraves à inovação que se vive na Europa. Segundo a Index Ventures, para o continente europeu conseguir produzir a sua própria versão do Facebook, da Amazon ou da Uber é preciso que consiga atrair melhor talento. A Alemanha pode servir de exemplo para ilustrar esta situação: apesar de ser uma das capitais mundiais do setor automóvel, os grandes talentos vão trabalhar para grandes marcas, em vez de criarem start-ups do setor da mobilidade, como a Tesla ou a Waymo.

Para melhor atrair o talento é importante que as start-ups comecem a dar mais regalias e a projetar melhor as carreiras dos funcionários. Um bom exemplo europeu é a unicórnio de José Neves, a Farfetch, que, em fevereiro deste ano, convidou os seus 1300 funcionários a comprarem ações na empresa.

De forma a facilitar este processo, a Index Ventures criou um livro – em formato físico e e-book – onde ajuda os fundadores a atrairem melhor talento e a conhecerem as melhores formas de compensar as suas equipas, dando a possibilidade de fazer comparações com os homólogos norte-americanos.

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