Opinião

Marketing e Vendas: 2 faces da mesma moeda!

Pedro Celeste, diretor-geral da PC&A

Não há mercados sem clientes! É para eles que se desenha a promessa da nossa oferta, que se definem todos os parâmetros do mix de marketing e que se negoceia / entrega um produto ou serviço mais ou menos diferenciado. É também através dele, que se avalia o seu grau de satisfação, se mede a fidelização, se adiciona serviço pós-venda e se gera um passa-palavra.

Em todas as fases deste processo temos a colaboração do Marketing, da Comunicação (quando separada do Marketing), das Vendas e do Pós-Venda. Na verdade, a cada um cabem tarefas e especializações distintas. Mas que nunca podem ser estanques entre si ou incoerentes no processo da criação de valor.

Não é por dizer que se tem um Excelente Serviço que isso passa a ser verdade. Não é por se ser sofisticadamente criativo que o produto ou serviço tem melhor desempenho. Não é por termos conseguido um contrato mais favorável que o cliente sairá mais satisfeito. Não é por termos um produto top que o seu serviço pós-venda estará ao mesmo nível.

Tudo o que emana da contribuição de cada área deve estar envolto no mesmo compromisso e atitude, porque afinal há um protagonista que atravessa todos estes momentos de verdade no contacto com a empresa ou marca: o Cliente! Seja na prospecção, no contacto, na interacção para a negociação, na compra e no pós-compra.

Para o cliente é-lhe irrelevante o formato organizacional da empresa que lhe presta serviço. A única coisa que lhe interessa é confirmar que as expectativas criadas são correspondidas ou superadas pelas obtidas.

Na realidade, são inúmeros os casos de dessintonia entre Marketing e Vendas em grandes grupos empresariais, como se se tratasse da “boa moeda” e “má moeda”, dependendo do lado de quem avalia. De facto, enquanto não se perceber que ambas as áreas representam as 2 faces da mesma moeda e que esta vale pelo seu todo e não pelas partes, dificilmente de pode criar valor, gerar riqueza, diferenciação e, consequentemente, fidelização.

Hoje assiste-se a uma tendência de juntar todo o processo de criação de valor debaixo da mesma alçada (nos EUA, hoje prolifera o cargo de Vice President for Marketing, Sales & Customer Service). Esta lógica aglutinadora torna toda a empresa mais responsável, provavelmente mais sinérgica e sobretudo muito mais eficaz. O princípio também é válido para PME’s: embora a dimensão das empresas não lhes permita ter Direcções de Marketing ou Serviço Pós-Venda, isso não significa que não haja um responsável pela gestão do mercado, da comunicação e seus clientes. E, em último caso, todos são embaixadores da marca.

E ensina-nos a história das empresas que a prosperidade está do lado daqueles que colocaram o Cliente no centro de toda a organização. Não há áreas mais importantes que outras: o que deve predominar é uma grande complementaridade debaixo de um discurso uniforme.

O único centro de lucros de qualquer empresa é o Cliente – Peter Drucker.

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Pedro Celeste

Pedro Celeste

Doutorado em Gestão pela Universidade Complutense de Madrid. Diplomado pelo INSEAD, London Business School, Wharton School, University of Virginia, MIT Management Sloan Management School, Harvard Business School, Imperial College of London, Kellogg School of Management de Chicago e IESE Business School. Na Católica Lisbon School of Business & Economics é Diretor Académico dos Executive Master in Management e coordenador do Programa Avançado de Marketing para Executivos, do Programa de Gestão Comercial e Vendas, do Programa de Gestão em Marketing Digital... Ler Mais..

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