Estratégia de Alibaba para seduzir grandes marcas pode ameaçar a Amazon

A Alibaba está a tentar atrair a atenção de grandes empresas norte-americanas para a sua plataforma para concorrer com a Amazon. O grupo chinês está a partilhar os seus dados para ajudar a empresas estrangeiras a conetarem-se com os seus consumidores.

O gigante chinês de e-commerce Alibaba está determinado a atrair grandes empresas norte-americanas para a sua plataforma através de uma nova estratégia, focada em facilitar a adaptação ao público chinês. Com esta nova abordagem, a empresa gerida por Jack Ma procura competir com a Amazon, aplicando métodos nunca utilizados pela empresa fundada por Jeff Bezos.

De acordo com a Axios, a Alibaba abriu o acesso aos seus dados às empresas que vendem através da sua plataforma, de forma a ajudá-las a adaptar os seus produtos e as suas campanhas ao gosto e às necessidades do público chinês. Esta estratégia inclui grandes marcas globais como a Samsung, a L’Oréal, a Unilever ou a Mars, que já estão presentes na Tmall, o marketplace da empresa chinesa.

Além disso, o grupo chinês incluiu neste projeto uma aliança com as principais empresas de pesquisa de mercado – como a Kantar, a Euromonitor International ou a Nielsen – para que quem vende na sua plataforma conheça melhor os clientes. Também passou a contar com o apoio de empresas de análise de Big Data para ajudar a melhorar o desempenho e os lucros.

Esta estratégia já começou a dar frutos. É o caso da Mars que, graças às informações fornecidas pela Alibaba, colocou à venda doces com sabores adaptados ao mercado chinês. Por exemplo, os chocolates Snickers aromatizados com molho de pimenta de Sichuan, que tiveram um sucesso imediato no mercado asiático.

A aposta do grupo Alibaba numa abordagem mais transparente e colaborativa choca diretamente com a estratégia comercial da Amazon, que não partilha os dados dos seus clientes, e pode ser uma vantagem para a empresa chinesa quando se trata de conquistar parceiros importantes.

Isso ocorre porque a Amazon vende os seus próprios produtos no seu mercado, que concorrem diretamente com os dos seus clientes, enquanto o Alibaba não tem uma marca própria. Um ex-diretor da Amazon garantiu à Axios que a empresa norte-americana só oferece às empresas o nome e o endereço dos compradores, reservando o resto dos seus dados para si.

O anúncio da nova estratégia surge numa altura em que o grupo chinês Alibaba vai dar a conhecer os seus marketplaces às empresas portuguesas já no dia 29 de novembro, no Museu do Oriente, em Lisboa, segundo anunciou Alba Ruiz Laigle, business development manager do Alibaba Group em Espanha e Portugal, durante o Congresso da GS1, que decorreu na semana passada em Lisboa e no qual o Link To Leaders esteve presente.

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