A cara da inovação na saúde: os projetos de 3 start-ups portuguesas

No Dia Mundial da Saúde damos a conhecer a Nutrium, a Peekmed e a Tonic App, três start-ups portuguesas que estão a inovar e a ajudar os médicos a melhorar o apoio aos pacientes.

Numa altura em que a tecnologia nos parece estar a afastar e a desumanizar, apresentamos-lhe três start-ups do setor da saúde que mostram a outra face da moeda.

A tecnologia destes projetos é utilizada com o intuito de aproximar e dar mais tempo útil aos médicos para tratarem dos seus pacientes, de uma forma mais eficiente e digital.

Exemplo disto mesmo é a Nutrium, que surgiu da necessidade de inovar as tradicionais consultas de nutrição. Como nos conta André Santos, cofundador e CEO desta start-up, o projeto surgiu da “experiência de um dos fundadores com consultas de nutrição, onde o nutricionista perdia mais tempo ao computador do que a ouvir o paciente e o plano alimentar era entregue, escrito à mão, numa folha de papel”.

Desta má experiência surgiu a start-up que já recebeu mais de 650 mil euros em investimentos por parte da Portugal Ventures, da Startup Braga e da Primavera Business Solutions, e que tem como objetivo facilitar o trabalho do nutricionista e melhorar a experiência e resultados dos seus pacientes.

Foi também com o objetivo de facilitar o trabalho aos profissionais de saúde que surgiu a Peekmed, responsável pelo desenvolvimento de um sistema de planeamento 3D para cirurgia ortopédica. Segundo João Pedro Ribeiro, CEO do projeto português, esta solução “permite aos utilizadores um melhor e mais rápido entendimento do problema do paciente e validar/testar possíveis soluções”.

Já a Tonic App, liderada por Daniela Seixas, pretende facilitar o dia-a-dia clínico dos médicos, reunindo todas as ferramentas necessárias ao seu trabalho numa única plataforma mobile. Como nos explica a cofundadora e CEO, esta solução inclui, entre outras funcionalidades, a possibilidade de ter uma “discussão segura de casos clínicos, motores de busca inteligentes de normas de orientação clínica e de códigos de atos médicos, calculadoras médicas”.

Tanto a ideia para a Tonic App como para a Peekmed surgiram em ambientes universitários. A primeira surgiu de um projeto de MBA da madrilena IE Business School entre os quatro cofundadores. A segunda nasceu da dissertação de mestrado em Engenharia Biomédica de um dos cofundadores.

Modelos de negócio e investidores
Apesar de atuarem em áreas diferentes dentro do mesmo setor, os negócios das três start-ups prendem-se com modelos de negócio idênticos, com base em subscrições para os seus públicos-alvo.

Todos estes projetos foram apoiados pela Portugal Ventures. Para a Tonic App, o investimento permitiu “avançar com o projeto muito mais rapidamente, para podermos ser competitivos: testar em Portugal, primeiro durante alguns meses, e expandir para novos mercados logo no segundo ano de investimento”.

No caso da Peekmed, “o investimento da Portugal Ventures permitiu o aumento da equipa de trabalho, de forma a fornecer ao mercado aquilo que ele pedia. Para além disso, permitiu um investimento focado nos mercados a serem endereçados”.

A Nutrium, que recebeu o investimento da Portugal Ventures em outubro, revelou-nos que, com esta ronda, vai poder crescer mais depressa e para novos mercados.

As mudanças necessárias na saúde em Portugal
Questionados sobre o que mudariam no sistema de saúde português se tivessem poder para tal, a Peekmed revelou que uma das mudanças passaria por uma maior fiscalização e responsabilização.

Já Daniela Seixas, da Tonic App, melhoraria “o sistema de financiamento e permitia que os cuidados primários e hospitalares se coordenassem efetivamente”.

Do ponto de vista do CEO da Nutrium é importante “investir na valorização e na contratação de profissionais de nutrição pelo setor público, para facilitar o acesso da população a consultas de nutrição”. Reforça ainda a importância de valorizar o estatuto dos nutricionistas. “Queremos que as pessoas percebam o valor dos serviços destes profissionais, verificando assim a diferença entre ser acompanhado por um profissional de saúde ou obter informação online, muitas vezes com nenhuma ou pouca evidencia científica”, explicou-nos André Santos.

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