5 formas de conseguir criar uma empresa de sucesso com pouco dinheiro

Teve uma boa ideia e reuniu a equipa fundadora certa, mas agora não têm o dinheiro que precisam para a fazer nascer. Saiba como estes cinco empreendedores conseguiram fazê-lo com recursos limitados e garantiram o sucesso.

Quando se começa uma nova aventura empreendedora a falta de capital é quase sempre uma constante. Se para uns é o fator que os faz desistir, para outros trata-se do primeiro problema a ultrapassar.

Conheça cinco formas de conseguir criar e levar a sua empresa ao sucesso com recursos limitados a partir da experiência de empreendedores que o fizeram e partilharam as suas experiências no Entrepreneur.

  1. Torne o “não” numa solução vencedora.

A necessidade: Justin Gold, da empresa Justin’s, estava a fazer o que considerava ser uma das melhores manteigas de nozes no planeta com um processador de alimentos na cozinha da sua casa. Quando decidiu expandir o negócio, falou com vários grandes fabricantes de manteiga de amendoim. Disse-lhes o que queria fazer: adicionar mel, xarope de ácer e outros ingredientes. Estes disseram-lhe que não era possível fazer o que pretendia.

O que fez: “Em vez de comprar um equipamento de 50 mil dólares (cerca de 42 mil euros) que todos os outros tinham, tentei pensar em termos de processamento de alimentos. Fui à procura dos processadores de alimentos industriais mais antigos que conseguisse encontrar e que eram muito mais baratos do que um moinho de manteiga de amendoim e consegui pô-los a trabalhar. É um monte de máquinas que não se conjugam entre si. O resultado final foi uma manteiga de amendoim perfeita, em que teve tudo a ver com o facto de ter sido engenhoso. É incrível o quão criativos conseguimos ser quando não temos outra alternativa. Pensar fora da caixa deu-nos um produto completamente original e que os nossos concorrentes não conseguem imitar… Com tudo o que a nossa empresa já passou, estou sempre a certificar-me de que não gastamos demais”.

  1. Seja inovador na sua estratégia de marketing caso não tenha orçamento disponível.

A necessidade: Allen Lim e os seus sócios da Skratch Labs, que fornece bebidas desportivas naturais, estavam a construir a empresa com base no fluxo de caixa. Para isso tiveram de conseguir obter grandes resultados sem gastar muito dinheiro de forma a garantir o desenvolvimento da empresa. Para chegarem ao público-alvo, precisavam de aparecer em eventos desportivos, como maratonas, triatlos, corridas de ciclismo, entre outras. Sem financiamento, tiveram que se tornar criativos para o conseguir fazer.

O que fez: “O que decidimos fazer foi investir num camião abandonado. Era um reboque que estava num antigo circo. Convertemo-lo numa cozinha completa. Começámos a levá-lo por todo o país, onde cozinhávamos comida de verdade para as pessoas, e ao mesmo tempo atraiamos a sua atenção para a nossa bebida desportiva. O dinheiro que fazíamos na cozinha pagava a nossa entrada nesses eventos. Resultou mesmo! No final do primeiro ano, a nossa despesa total em marketing foi de cerca de 800 dólares (cerca de 679 euros), porque compensávamos a diferença a vender burritos. Literalmente! Acabámos por levar o circo para a estrada.”

  1. Procure ajuda independentemente do caminho que percorrer.

A necessidade: Depois de se formar em engenharia mecânica e industrial no Oregon Institute of Technology, Jeff Wester mudou-se para Sisters, no Oregon, onde começou um negócio de ferraduras para animais. Ele geria a sua pequena empresa a partir de todo o lado, desde uma tenda até à parte de trás da sua casa. Em 1989, decidiu que estava pronto para expandir o seu negócio de ferreiro – Ponderosa Forge and Ironworks. Para isso precisava de passar a ter a sua própria loja. Como não conseguia dinheiro sem ter de oferecer uma significativa garantia, que não tinha, teve de encontrar uma solução criativa.

O que fez: “Havia um senhor de mais idade chamado Joe Fought, que era dono do Fought Steel, em Portland. Também ele começou como ferreiro na década de 1920. Qualquer pessoa que quisesse começar um negócio poderia ir ter com ele e, se gostasse do plano de negócios, emprestava o dinheiro necessário a 12% de juro. Este disse-me: “Descobre o que queres construir e quando precisares de dinheiro liga-me. Vou enviar-te o dinheiro e uma nota de crédito. Quando tiveres a tua loja construída e já lá estiveres a trabalhar, vamos adicionar todas as notas de crédito e fazer um pequeno contrato.” Foi assim que comecei.”

  1. Não siga necessariamente pelo “caminho mais fácil”.

A necessidade: Chris Washburn fez um plano de negócios e procurou financiamento para a sua empresa de bicicletas, a Fezzari. Um investidor estava disposto a dar-lhe cerca de 850 mil euros de capital próprio para injetar na empresa. No caminho para o escritório do investidor para assinar os papéis, Chris telefonou à sua esposa, que lhe perguntou: “Como te sentes sobre isto?” Chris disse: “Não me parece exatamente certo por algum motivo”. A sua esposa respondeu-lhe: “Bem, não o faças”. Ele recuou no acordo e financiou a empresa com poupanças pessoais e alguns empréstimos bancários de curto prazo. Chris começou por construir uma bicicleta de boa qualidade e de baixo custo para a Costco. Embora a sua empresa estivesse à mercê dos caprichos de um grande cliente, este contrato gerou fluxo de caixa e permitiu-lhe desenvolver a sua linha de produtos e o modelo de negócios. Desses primeiros dias, Chris lembra como usou seus recursos limitados.

O que fez: “Navegámos num navio por um canal muito estreito mas que foi rentável desde o primeiro dia. Muitas vezes não conseguimos que nos fizessem algo, pelo que o fazíamos nós mesmos, fosse ao projetar publicidade, programação, fotografia ou engenharia. Foi muito trabalho duro, mas enquanto start-up não se tem muito dinheiro para gastar. Penso que é melhor contar apenas a nossa história e ser honesto, em vez de tentar fazer umas voltas exóticas e pagar muito para o conseguir fazer”.

  1. Não aceite um “não” como resposta.

A necessidade: Depois de ter feito uma pausa de três anos para seguir em missão pela sua igreja, Jon Huntsman decidiu que queria criar uma empresa na indústria petroquímica, a que chamou Huntsman Corporation. Na altura, muitos produtos que eram tradicionalmente feitos de papel, madeira, metal e vidro estavam a passar a ser feitos em plástico, pelo que sabia que havia um futuro brilhante nessa indústria. Eis como conseguiu a impressionante aquisição da sua primeira fábrica com um limitado financiamento pessoal.

O que fez: “Comecei a negociar com a Shell Oil Company para comprar a sua fábrica de poliestireno de Belpre, no Ohio. Eles não conseguiam conceber que uma pessoa particular pagasse quase 36 milhões de euros por uma única fábrica. Quando lhes disse que iria investir apenas 500 mil dólares (cerca de 424 mil euros) de capital próprio quase me atiraram para fora do escritório. Mas consegui que aceitassem um plano de financiamento o mais exclusivo possível. Convenci a Shell a aceitar uma nota de crédito de 12 milhões de dólares (cerca de 10 milhões de euros), que pagaria nos dez anos seguintes. Depois disso reuni com a ARCO e disse-lhes que lhes compraria 150 milhões de libras (cerca de 166 milhões de euros) de monómero de estireno anuais durante 13 anos – a matéria-prima para o poliestireno – caso me emprestassem 10 milhões de dólares (cerca de 8,5 milhões de euros) em avanço. Finalmente concordaram em fazê-lo apesar das objeções de muitos dos seus diretores de topo. Com os meus 500 mil dólares (≅424 mil euros), a nota de crédito de 12 milhões de dólares (≅10 milhões de euros) da Shell e o empréstimo de 10 milhões de dólares (≅8,5 milhões de euros) da ARCO, consegui persuadir um dos meus ex-colegas de turma da Wharton, na altura vice-presidente executivo do Union Bank em Los Angeles, a emprestar-me os restantes 20 milhões de dólares (cerca de 17 milhões de euros). Foi um negócio literalmente colado com pastilha elástica no que toca a garantias”.

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